𝟬𝟮

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Odeio ser incomodada, principalmente em horários noturnos ou quando estou dormindo

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Odeio ser incomodada, principalmente em horários noturnos ou quando estou dormindo. É uma das poucas coisas que não suporto. Normalmente sou uma pessoa tranquila, mas caso queira ver meu lado obscuro, basta me acordar no meio da noite atoa.

Ao ouvir a música do lado de fora, meus olhos se abrem aos poucos, mas meus ouvidos já estavam acordados o suficiente. Uma melodia estranha tocava no quintal através da janela e eu não pude deixar de ficar curiosa, mesmo sonolenta.
Resmungo, com o olhar um tanto embriagado ao me levantar da cama. Era meia-noite. Quem poderia estar perturbando o sono de alguém à essa hora? Não é nem fim de semana, em primeiro lugar.

Ao seguir em passos lentos até a janela, a brisa gelada me causa calafrios. Estava acostumada a dormir com os vidros da janela abertos por não ter problemas com barulhos, mas pelo visto, isso mudou.

Notei alguém no quintal dos Iscariote, mas desta vez, não era Atsumu, oque me fez ficar paralisada por um momento. Meu coração acelera ao notar que não era ninguém menos que Suna.

Mas mesmo que ele ainda seja uma paixão platônica, não posso evitar em sentir um pequeno ar de raiva emanar sobre mim ao me lembrar do problema com a senha do wi-fi. Como ele conseguiu? Eu ainda me pergunto continuamente.

E então algo acontece. Seu olhar levanta e encontra o meu, com seus olhos amarelados e caídos. Nunca trocamos um olhar tão direto, era estranho, mas não era ruim. Para mim, pelomenos.

Mal consigo desviar meu olhar pela paralisia que ele me causou.

─ Precisa de alguma coisa? -ele pergunta com o tom de voz neutro.

Engoli seco, tentando encontrar a minha voz. Seu olhar me deixa desconfortável de certa forma. Como alguém tão jovem, pode ser tão intimidador?

─ Eu... oi..! -eu disse (ou tentei dizer) ao gaguejar.

Ele não respondeu nada, apenas me encarou de maneira contínua, oque me deixou mais nervosa. Por céus...

─ Ah... a sua música, meio que, me acordou. -acrescentei ainda gaguejando.

─ Sua audição é boa, então. Seu quarto fica bem longe daqui.

É só isso mesmo? Ele não vai pedir desculpas pelo barulho? E por me acordar?
Ele volta a digitar no computador. Franzi meus lábios, irritada.

E se passaram alguns minutos, mas eu não fui embora. Ele voltou a me encarar após perceber que eu ainda estava ali, e seu tom de voz aborrecido foi visível, assim como sua expressão.

─ Você precisa de alguma coisa ou não? -a voz irritada era nítida.

E isso foi algo que me deu coragem para falar.

─ Estou. Na verdade, eu queria falar com você mesmo. -ele fez um gesto para que eu continuasse. ─ Está usando meu wi-fi a quanto tempo?

─ Tem um tempo. -ele responde parecendo não se importar.

𝐉𝐔𝐃𝐀𝐒⠀─ suna rintarou.Onde histórias criam vida. Descubra agora