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Cinza

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Cinza.

É assim que eu descreveria as últimas duas semanas. De castigo, só saio de casa para ir ao colégio e tenho que voltar logo depois que o último sinal toca.

Embora eu tenha garantido que Suna estava fora da minha vida, minha mãe me botou de castigo mesmo assim. Estou cumprindo a pena obedientemente, porque ela tem razão. Não agi de forma correta. Talvez se Suna fosse meu namorado, eu teria como me defender e ela entenderia, mas não posso esperar que entenda que aceitei dormir com um garoto que não quer nada sério.

Na última vez que o vi, Suna até foi gentil, mas nem sequer conseguiu me responder se gosta de mim. Não espero que diga que me ama, só preciso escutar de sua boca uma palavra que indique que ele sente algo por mim além de atração sexual.

Não tive notícias dele nessas duas semanas e nem cheguei perto da janela para tentar vê-lo. Para quê? O que eu ganharia com isso? Mais sofrimento? Não, obrigada, já me torturei bastante.

Parte de mim sente que a conversa com minha mãe me devolveu a força e as convicções que eu costumava ter: tudo que deixei de lado por causa de Suna Iscariote; ou melhor, não por causa dele, porque ele não me obrigou, fiz isso por iniciativa própria.

Sabem o que é mais triste nessa situação?

Oikawa.

Por incrível que pareça, não é o tapa da minha mãe que dói no meu coração. É Oikawa.

Eu me sinto traída em muitos níveis. Oikawa contou tudo para minha mãe, tudo, e isso me machuca muito. Ele é meu melhor amigo desde que éramos pequenos, sempre esteve ao meu lado, e o fato de ter me traído dessa forma me deixa arrasada. Não sei se ele fez isso pensando no meu bem ou se foi simplesmente por ciúmes, mas de qualquer modo foi errado. Dividimos nossos segredos com as pessoas em quem confiamos e ele descartou essa confiança como se não significasse nada.

Sophia ficou furiosa quando contei, ameaçou bater nele e usar outras formas de violência bem explícitas, que é melhor nem descrever. Tive que acalmá-la e obrigá-la a me prometer que não faria nada.

Não quero mais drama e nem problemas.

Só quero que o tempo continue passando, que minhas feridas comecem a cicatrizar e desapareçam rápido.

Sim, quero um milagre.

Qualquer um acharia que Oikawa me procuraria para implorar que eu o perdoasse, mas ele não fez isso. Só me evita e baixa a cabeça toda vez que nos esbarramos nos corredores do colégio. Eu gostaria de confrontá-lo, de gritar, dar na cara dele, saber o que tem a dizer, qual é sua desculpa, mas simplesmente não tenho energia nem ânimo para isso.

Atsumu e eu nos aproximamos um pouco, embora toda vez que conversamos eu sempre acabe me lembrando de seu irmão. Mas me controlo porque ele não tem culpa do que aconteceu entre mim e Suna.

𝐉𝐔𝐃𝐀𝐒⠀─ suna rintarou.Onde histórias criam vida. Descubra agora