𝟮𝟮

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SUNA ISCARIOTE

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SUNA ISCARIOTE

A primeira coisa que sinto ao acordar é algo quente ao meu lado, o contato da pele contra meu braço me pega de surpresa, então me viro e a vejo.

Seus olhos fechados, seus longos cílios descansando em suas maçãs do rosto, sua boca fechada enquanto ela respirava lentamente pelo nariz. Parece tão delicada e frágil. Um caroço perfura minha garganta tornando impossível para respirar. Eu me empurro para fora da cama, me afastando dela, quase hiperventilando.

Eu preciso sair daqui. Eu preciso ficar longe dela.

O que diabos ela estava pensando?

Pegando minhas roupas do chão, eu rapidamente coloco minha boxer e bermuda. Saio do meu quarto com cuidado para não acordá-la, não quero encará- la nesse momento, não posso enfrentar suas expectativas e partir seu coração mais uma vez. Não posso fazê-la chorar e vê-la se afastar de mim, não de novo.

Então volte lá.

A voz da minha consciência me censura, mas também não posso fazer isso. Não sou o que ela espera ou o que ela precisa. Não posso brincar de relacionamento com alguém quando não acredito nessa merda, porque mais cedo ou mais tarde vou acabar machucando ela e arruinando uma garota bonita que não mereço de maneira alguma.

Se eu sei que não posso dar a ela o que ela quer, por que continuo atraindo-a para mim? Porque eu não posso deixá-la ir? Porque eu sou um maldito egoísta, é por isso, porque apenas imaginá-la com outra pessoa faz meu sangue ferver. Não posso ficar com ela, mas também não a deixo ficar com mais ninguém.

Desço correndo e pego as chaves da caminhonete.

Corra Suna, como o covarde egoísta que você é.

Estou prestes a agarrar a maçaneta da porta quando ouço alguém pigarrear. Eu me viro e vejo Osamu sentado no balcão, em roupas esportivas. Ele deve ter acabado de sair de sua rotina de exercicios matinais.

─ Aonde você vai com estas chaves?

E é aí que percebo que só estou de bermuda, nem tenho sapatos.

─ Lugar nenhum. -o respondo rapidamente, não quero soar como uma idiota.

─ Está fugindo de algo? Alguém?

─ Não, só tô com um pouco de sono ainda. Vou dar uma volta.

Osamu me lança um olhar incrédulo, mas não diz mais nada, e quando a servente me pede as ordens para o que ela vai dizer a [Nome], só posso sussurrar para ela:

─ Diga a ela que tive que sair e só voltarei de tarde. -eu aperto as chaves na minha mão. ─ Diga para ela voltar para casa também.

Dou as costas para eles e saio de casa, entro na caminhonete, mas não ligo, só descanso a testa no volante. Não sei quanto tempo passa, mas quando olho para cima, eu a vejo.

𝐉𝐔𝐃𝐀𝐒⠀─ suna rintarou.Onde histórias criam vida. Descubra agora