Capítulo 35

310 57 30
                                    

Anastasia

-Christian, você pode me perdoar?- Eu olhei para ele desesperadamente. -Eu sinto muito. Desculpa, eu não te disse.Eu deveria ter sido honesta desde o início. Desde o minuto que eu falei sobre minha família. Foi quando eu deveria ter lhe contado.

Seus olhos estavam fixos em uma linha dura. Eu não podia lê-lo. Eu não sabia se ele ainda estava bravo, machucado, ou simplesmente feito comigo.

E eu sabia que tinha estragado tudo. Mas se havia uma pessoa neste mundo que poderia me perdoar era este homem. Aquele que me segurou. Quem me viu além das luzes e da fumaça. Esperei ansiosamente.

-Esta é a decisão mais dura da minha vida.- Sua mandíbula apertou. -Eu quero você. Mas você me aniquilou. Eu não sou o tipo de homem que executa o mesmo jogo duas vezes apenas para ser obliterado uma segunda vez.

A lágrima escorregou de minha bochecha. Posso culpá-lo? Posso julgá-lo por não querer se machucar de novo? A dor se apoderou de mim. Eu tinha voado aqui para ser ouvida. Eu contei minha história e agora era hora de arrumar meu vestido de lantejoulas e começar minha vida no Tennessee. Eu não sabia como eu iria embora. Como eu diria adeus a ele.

-Eu vou embora.- eu ofereci. -Há um vôo de meio-dia que posso pegar.

Eu me sinto doente. Se eu começasse a chorar agora na frente dele, eu não poderia parar. Eu tinha que ir para o quarto de hóspedes e limpar antes das lágrimas desencadeadas em nós dois.

-Aguente. Eu não lhe dei a minha resposta.- Ele tirou o cabelo do meu ombro. -Eu não sabia o quanto você significava para mim, até que você se foi, Anastasia. Eu me sentei aqui neste rancho tentando de todos os modos que eu sabia para te tirar dos meus poros. E não deu certo.

-O que?

-Você me ouviu.- Seus olhos pousaram em mim.

-Isso é um sim?- Eu estava lutando contra as lágrimas.

-Eu deveria ter te dado uma chance de explicar.- Seu polegar riscou minha bochecha. -Eu fui um idiota sobre isso.

-Está bem. Está bem. Foi terrível. E confuso. E eu sinto como se minhas emoções estivessem em todo lugar ultimamente.- As lágrimas vieram de qualquer maneira.

Christian se inclinou para mim, me pegando em seus braços. Foi a primeira vez que eu senti como se estivéssemos conectados novamente. O calor de seu corpo me acalmou. Estávamos indo para
ficar bem.

Minhas lágrimas salpicaram a manga de sua camiseta.

Seus olhos se iluminaram. -Emocional?- Ele inclinou a cabeça. -Você acha que...?

Desenrolei-me dos braços e fiquei de pé. -Eu trouxe comigo. Está no quarto.

Eu o orientei pelo o hall até ao quarto de hóspedes onde fiquei no última noite. Mal dormi, preocupada que Christian me mandasse para
casa. Que ele não poderia me perdoar.

Eu cavei através da parte inferior da minha bolsa e puxei a caixa de papelão com o sinal de mais e menos na imagem.

-É isso?- Ele perguntou.

Eu balancei a cabeça. -Você está pronto para isso? Tem certeza?

Ele agarrou meu rosto. -Sim.

-Está bem. Eu volto.- Eu entrei no banheiro. Eu li as instruções cinco vezes. Eu queria acertar. Eu queria dar a Christian o que ele queria.

Abri a porta, deixando a vara no balcão.

-Temos que esperar mais três minutos.- relatei.

Nos sentamos na cama, olhando para o banheiro. O que estava naquele pau ia mudar nossas vidas.

AVESSO Onde histórias criam vida. Descubra agora