Anastasia
Eu não percebi que Austin parecia tão pequena do céu. Eu tentei identificar a fazenda de Christian, mas eu estava toda virada uma vez que nós decolamos. Eu suspirei e apliquei minha testa contra a janela de Plexiglas.
Eu não queria ir embora.
Ele teve que me empurrar para fora da porta da lavanderia e para o caminhão de Elliot. Elliot havia se oferecido para me levar ao aeroporto,
então não tínhamos que arriscar um motorista de lábios soltos dizendo a alguém que tinha levado Ana Steele da casa de Christian Grey.Levou alguns minutos para superar a dificuldade de como Elliot e eu nos conhecemos quando eu estava nua, mas ele era um cara legal. Ele era uma versão um pouco mais suave de seu irmão. Ainda
incrivelmente bonito e sexy.Mas eu olhei para ele através de olhos diferentes agora que eu tinha Christian. Elliot era brincalhão e divertido,
enquanto Christian mantinha uma ponta que não podia deixar de achar irresistível.Jack estava lívido que eu o ignorara o dia todo. Eu sabia que ele estaria esperando quando eu pousasse. Fumegando. Irritado. Ameaçador.
Fechei os olhos. Valeu a pena. Outra noite com Christian valeu a pena qualquer coisa eu tive que enfrentar quando eu estava em Nashville. Durante dois dias consegui estar com ele da maneira que sempre quis ter com um homem. Livre. Exótico. Sensual.
Eu me inclinei no assento de primeira classe de couro. Eu tinha uma mimosa na minha frente, mas eu sorvi hesitantemente. Eu precisava de todas as células cerebrais disparando em plena
capacidade quando eu enfrentasse Jack. Ele atirava todas as munições que tinha. Ele levantaria o começo. Eu sabia que ele iria.Perguntei-me como seria aparecer em Nashville com Christian. Um olhar furioso dele e Jack recuaria. Mas Christian não era meu guarda- costas. Ele não podia lutar com minhas batalhas. E eu não queria que ele soubesse o segredo que Jack segurava sobre mim. Poderia mudar tudo. Como Christian olharia para mim. Como ele se sentia.Eu passei a mimosa até a borda da mesa. Ginger ou uma spritzer de limão soado melhor. Eu acenei para baixo o comissário de bordo e pedi outro drinque. Em duas horas estaria no chão.
Mais longe de Christian. Longe de sua cama. Fora do alcance de seus braços.
Eu não sabia se eu estava pousando no meio do sonho que eu tinha passado os últimos sete anos criando, ou fugindo do novo que eu queria.
Deslizei os óculos escuros de tartaruga sobre meus olhos quando desembarquei do avião. Eu carreguei minha guitarra e um saco de couro pesado comigo. Eu esperei que me fizesse parecer que eu tinha acabado de chegar. O jeito que eu costumava parecer quando comecei a tocar música.
Assim que eu fiz isso para reivindicação de bagagem percebi que meu rosto era muito reconhecível para fugir com esse truque. Havia
alguns repórteres que estacionavam a área de bagagem regularmente.— Ana! Ana!
Eu protegei meu rosto, sorrindo enquanto eu pisava os homens.
Houve um aperto firme em meu cotovelo e eu inalei o cheiro forte da colônia de Jack. Ele me deu uma bicada na bochecha.
—É bom te ver, querida.
Ele acenou fora das câmeras antes que eles tomassem alguns estalos.
—Olá.— Eu sorri docemente.
—Precisamos conversar.— Seus dedos cavaram mais fundo em meu braço.
—Não há nada para conversar.— Acho que foi minha atitude despreocupada que o deixou mais rude.
Ele praticamente me empurrou na parte de trás do Escalade.
—Ouch Jack. — Eu esfreguei meu cotovelo.
O motorista saiu para ajudar com o meu violão.
Eu olhei para meu gerente. —Qual é o seu problema?
—Você— ele arrebentou. —Você não pode decidir que não vai voar para casa. Você não pode desligar seu telefone.— Ele se inclinou ao meu lado. —E você não pode ser vista beijando aquele idiota do Christian Grey.
Eu ri. —Você precisa se deitar, Jack. Você é muito tenso.
—Oh, então você tem algum sexo e agora você está feliz e andando em uma nuvem.
Olhei pela janela, ignorando-o. —Talvez.
—Porra, Ana. Você dormiu com aquele Neanderthal, não foi? Olhe.— Ele esperou até que nos afastássemos do meio-fio para começar sua tirada completa. Eu sabia que isso estava vindo. —Acho que tenho esta situação contida, mas poderia ter sido catastrófica.
Você se lembra do que aconteceu com a Whitney? Devo lembrá-la sobre sua história?
—Isso é loucura.— Meu estômago fez uma onda.
—Louca? Ela ficou grávida. Uma única menina grávida, cantando música country? Era um suicídio profissional. Aquela garota tinha dez
sucessos número um. Dez. E agora ela tem um bebê. Ela é uma canção country andando. Nenhum homem. Um bebê em seu quadril. Nenhum emprego.Eu revirei os olhos. —Ela poderia colocar para fora uma outra canção se ela quisesse.
Ele bufou. —Você acha que ela poderia? A última vez que eu verifiquei que nenhuma marca iria tocá-la. Isso não é rock. Isso não é pop. É música country, Ana. Ela está acabada. Você sabe. Eu sei isso.
—Bem, a última vez que eu verifiquei que você não pode ficar grávida por beijar. E no caso de você estar se perguntando que a coisa de assento de banheiro é um boato também.— eu brinquei.
—Isto é uma piada para você? Sua marca é uma piada?— Jack puxou seus punhos caros. —Eu te fiz, Ana e eu posso levá-la para baixo mais rápido do que você pode ter sua bunda no palco.
—Você não faria—, respondi.
—Eu o faria e o farei se tentar este tipo de truque novamente.
Ele estava blefando. Não havia jeito de me arruinar e perder seu bilhete dourado. Não fazia sentido.
—Eu acho cansada como você me ameaça constantemente, Jack.Nós dois sabemos que isso te arruinaria também.— Eu revirei meus olhos. —Então, estamos presos. Estamos fodidamente presos. Deixe-me viver minha vida e você pode viver a sua.
Sua expressão mudou. Havia um brilho em seu olho. Uma centelha que eu não via há muito tempo. Havia um nervosismo desconfortável na minha barriga. Ele estava preparado para alguma coisa.
—Jack?— Eu suavizei meu tom.
—Você teve seus poucos dias de diversão. Tenho certeza que ele era um bom rolo nos lençóis. Inferno, ele deve ser. Mas confie em mim,
ele é perigoso.—Ele não é perigoso.— Eu não sabia porque eu continuava discutindo com ele.
—Oh sim? E as lutas no bar? As suítes do hotel dele sendo uma merda de festa? As putas?— Seus olhos se estreitaram.
Eu não podia deixar Jack virar meu tempo com Christian em algo feio. Não foi. Eu nunca tinha visto aquelas coisas que Jack falou.
Conheci o Christian. Sim, ele tinha um exterior áspero. Mas como ele deveria agir quando ele tinha que ser o cara mais forte e mais duro no campo? Ele era o tipo de cara que bebia demais. Soltava muito vapor. Mas Jack não sabia que havia vulnerabilidade sob o exterior endurecido de Christian.
Ele era esperto. Ele era engraçado.
Ele era protetor. E ele me trouxe de volta à vida.
—Cala a boca, Jack.— eu assobiei.
—Não me puxe, querida.
Eu olhei para fora da janela. Eu tinha que descobrir o que Jack tinha antes de ele soltar meu passado no mundo. Porque se havia uma coisa que eu sabia, era que o segredo que ele tinha tirava os fãs. Ele iria descascar os elogios. Isso roubaria a adoração da imprensa. Eu ficaria
sozinha. Exilada. Envergonhada. Naufragada.

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AVESSO
Hayran KurguEla poderia me salvar. E eu poderia destruí-la. Essa história não é minha. É uma adaptação!!