Capítulo 17

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Anastasia

Nos sentamos na frente da lareira de Christian no chão. Havia mais caixas de comida chinesa do que eu já tinha visto. Ele tinha encomendado tudo no menu. Ele não era tímido sobre comer. Eu sabia que os atletas tinham apetites vorazes e ele me mostrou o quanto isso era verdade. Era o oposto para mim. Eu tinha que assistir cada caloria. Cada carboidrato.

Eu coloquei meus pauzinhos na caixa de arroz pegajoso, ao mesmo tempo que ele alcançou para alguns.

—Ei.— Eu o afastei, rindo. Ele me respondeu.

A comida estava boa. Meu estômago tinha finalmente parado de rosnar. Pensei que Christian sentia-se mal por me fazer morrer de fome durante tanto tempo, mas ele compensou com sexo incrível. Foi um grampo melhor em torno dela do que ter cereais ou pão na mão. Quando o motorista de entrega trouxe os pedidos, eu me certifiquei de ficar fora da vista. Senti-me como uma fora da lei, escondida atrás das cortinas. Ignorando as chamadas de Jack. Desaparecendo enquanto eu resolvi tudo com Christian.

Sua enorme camiseta de Warriors pendia do meu ombro. Eu tinha lavado e secado a única roupa íntima que eu tinha e estava sentada com ele com nada mais.

Ele pressionou o controle remoto para mudar a estação de música. Ele gostava das coisas acústicas.

—Se você pudesse escolher apenas um, quem diria que seu cantor country favorito é?— Eu perguntei.

Ele estalou o resto de um rolo de primavera entre seus lábios.

—Hmm. Isso é fodidamente difícil de responder. Você não pode colocar limites lá fora, assim.

—Só um.— Eu olhei para ele. Eu gostava de jogos como estes.

—Bem, nós dois sabemos que você está fora.— Ele piscou. —A menos que você abra a categoria de cantora que eu quero na minha cama.

—Eu não estou na lista de escolhas. Venha, diga-me.— Eu coloquei mais arroz no meu prato. —Você obviamente ama essa música. Você tem que ter um favorito. Quem é esse?

Christian colocou seu prato sobre a lareira e estendeu suas pernas  musculosas até que ele estava de pé. Eu o vi passear para o outro lado
da sala, inclinar-se e abrir a porta para um armário de madeira.

Ele ergueu uma luva de papelão de doze por doze.

—Isso é vinil?— Eu me levantei do chão e caminhei em direção a ele.

—Eu comprei isso quando eu tinha dezesseis anos em um daqueles celeiros enferrujados que funcionavam como uma loja de antiguidades.

Peguei o álbum com os cantos esfarrapados e virei-o. —Robert Earl Keen é o seu favorito?

—Porra, sim.— A capa estava esfarrapada e desgastada. Eu me perguntava quantas vezes Christian tinha escutado.Minha música estava tão longe quanto poderia ser. Meus shows eram preenchidos com gráficos eletrônicos em telas de alta definição, pirotecnia e mais dançarinos do que eu poderia lembrar seus nomes. Eu coloquei um show completo. O tipo que esgotava em mega estádios.

Havia luzes que cintilavam e deslumbravam e minha banda era tão alta que os tampões de ouvido que eu usava mal ajudava. Comparando minha música com isso era como dizer para Johnny Cash e Beyoncé cantaram a mesma coisa.

—Quer ouvir isso?— Christian parecia animado. Ele deixou o álbum cair para o centro de sua palma. Escondido na prateleira inferior de seu
sistema estéreo havia um prato giratório. Estava ligado a seu sistema de som.

—Sim. Eu adoraria.

Eu esperei enquanto os primeiros segundos abrirem e estalarem. E então havia uma riqueza grave de música no ar ao nosso redor. Christian
voltou para nosso piquenique chinês e eu o segui.

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