Íntimo

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Já li e reli isso tantas vezes pensando se postava ou não que já estou exausta.
Por mais que eu tenha lido várias vezes, pode ser que um errinho ou outro passe e já peço desculpas de antemão.
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– Boa noite, me vê a conta por favor. Muito
obrigada! – Clara sorriu ao garçom que apenas assentia a tudo o que a mulher dizia.

– Adorei o lugar, Clara! Não conhecia aqui – Helena elogiou a escolha da amiga para o jantar que haviam combinado de última hora. Em uma sexta-feira à noite, regada a vinho e boas conversas.

– O Theo costumava me trazer bastante aqui no início do nosso namoro. Fazia um tempo que eu não vinha aqui também, gostei mais dessa cara nova.

Theo. Theo. Sempre Theo!
Helena se revirava por dentro ao ouvir o nome do crápula que infelizmente era o marido de Clara.
Sempre se perguntava por que Clara ainda ainda estava com ele, não parecia ter amor envolvido naquela relação. Era tão óbvio para Helena como o casamento de sua aluna era baseado em dependência e posse. Por que Clara não via isso?  Por que ainda continuava com o homem que a tratava tão mal? O homem que era o motivo de grande parte das frustrações e inseguranças de Clara.
Realmente, algumas coisas são difíceis de entender.

Se absteve de falar qualquer coisa que demonstrasse seu desgosto ao ouvir o nome do homem. Clara era esperta, ela notaria mesmo que Helena tentasse não insinuar nada. Uma respirada mais funda já era o suficiente para que a mais velha percebesse seu descontentamento.

– Ai Helena, desculpa. Eu sei que você não gosta quando eu falo do Theo, acabou saindo. Me desculpa mesmo!

O arrependimento era notável nos olhos de Clara, aquela expressão tão verdadeira que ela carregava em seu rosto. Aquela expressão que fazia com que suas sobrancelhas se curvassem levemente e que seu olhar trouxesse compreensão e preocupação.

– Tá tudo bem, Clara. Depois desse jantar maravilhoso eu não vou me deixar irritar com isso. Acontece – sorriu para a mulher à sua frente. – Bom, a conta tá aqui. Vamos só pagar e ir embora, certo?

– Certo!

O vinho havia subido a ambas à medida que se levantavam, não era seguro voltar dirigindo. Não estavam completamente bêbadas mas também não estavam exatamente sóbrias. Era um bom estágio para se parar de beber. O meio termo. Estavam alegres e falantes.
O lugar era movimentado, sempre tinha alguns táxis parados nos estacionamentos ao redor. Nem sequer tiveram a preocupação de ligar para um desses carros de aplicativo.

Entraram no primeiro táxi que encontraram disponível e depois de um breve tempo argumentando, resolveram que dariam o endereço do apartamento de Clara após combinarem que descansariam um pouco e depois a mais velha levaria Helena até sua casa.

– Tá tudo bem? – Clara perguntou à Helena enquanto pendurava seu cardigan no cabideiro que se encontrava ao lado da porta de entrada da casa. – Você parece um pouco tensa.

– Sim, eu só tô um pouco zonza. Acho que foi o balançar do carro – respondeu dando de ombros entrando pela porta quando foi chamada por Clara.

– Você quer uma água? Se eu não me engano eu ainda tenho um remédio pra enjoo. Se você quiser eu posso pegar pra você.

– Não precisa Clara, tá tudo bem. Não quero te atrapalhar a descansar. Eu vou chamar um táxi e ir pra casa.

- Não, Helena. Você jamais me atrapalharia! Eu vou pegar o remédio e a água pra você tá bom? Pode ficar à vontade. Vem cá – disse estendendo a mão para a personal e a guiando em direção ao sofá. – Senta aí e espera tá bom? Eu já volto!

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