One shots Clarena

Reconciliação

Fiquei indignada que simplesmente mostraram elas numa boa SEM MAIS NEM MENOS, NENHUMA EXPLICAÇÃO, QUE ÓDIO!
Então resolvi escrever isso bem rapidinho só pra dar pelo menos um contexto já que se depender só da novela, não rola.
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Após toda a dor de cabeça que Clara e as pessoas ao seu redor tiveram, bastou mais essa notícia de que o ex-marido havia sido absolvido das acusações que recebera, para causar um transtorno muito maior do que a mulher imaginava.

Conhecia o homem muito bem, sabia que o mesmo não deixaria que a mudança de ideia de última hora passasse batido.
Ele iria atrás dela, tiraria tudo o que conseguisse e a jogaria na sarjeta sem o menor remorso ou consideração pelos anos de casado ou pelo filho que tiveram.

Por mais que Clara não tenha conseguido dar seu depoimento - por uma jogada inteligente e extremamente baixa do advogado do empresário ao perceber seu tom e ver a real intenção da mulher, a trocando por outra testemunha de última hora -, apenas a decisão de depor e expor tudo de mal que o empresário havia feito, seria sua ruína, já que o homem fora inocentado.

Como se já não pudesse ficar pior, ainda tinha a falta que sentia da namorada, que na última vez que a viu, fez a questão de ser extremamente rude e desinteressada no que a outra tinha a dizer. Depois de tantas vezes, já não conseguia mais acreditar cegamente nas palavras que eram proferidas por Clara.

Estava quase estourando de raiva, tristeza e angústia. Todos os sentimentos negativos possíveis existentes.
Não tinha com quem conversar, não podia desabafar seus medos para ninguém, e mais do que nunca, nesse momento, sentiu ainda mais a falta da presença de Helena.

A mulher que sempre estava lá para ouvi-lá, confortá-la, aconselhá-la e ajudá-la. Sempre que precisava de Helena, ela estava lá, disposta para ouvir tudo o que a mais velha tinha a dizer, disposta a ouvir todas as frustrações que rondavam o juízo da mulher nos últimos meses.

Além de namorada, Helena era também melhor amiga de Clara, e precisou da falta da personal para que a empresária pudesse finalmente cair em si e se dar conta do que havia perdido.

Os sentimentos a sufocavam, estavam todos presos dentro de si, e a mulher precisava gritar aos montes para extravasar toda a raiva que sentia.
Foi então que se serviu com um dos uísques caros que mantinha na mesinha da sala, o virou rapidamente e então jogou o copo longe, fazendo-o se espatifar na parede ao terminar de sorver o líquido que descia por sua garganta a queimando pelo alto teor alcoólico e a falta de costume em beber daquela bebida. Chorava de ódio.

Andando para lá e para cá no enorme cômodo da casa, ouviu a campainha, a tirando da fossa que se enfiou.
Era o que menos precisava naquele momento, uma visita que poderia ser mais um problema para si, assim como quando recebeu correspondências a alertando da falta de pagamento do condomínio.

Caminhou até a porta em passos apertados e pesados, abrindo a mesma já esbravejando.

– O que que é? – se interrompeu ao fim da frase ao ver a figura a sua frente. Aquela figura que tanto gostava. – Helena? – indagou estática e surpresa com a presença da mulher.

– Posso entrar? – a personal perguntou se atentando ao estado caótico em que a empresária se encontrava, avistando também os cacos de vidro no chão.

– Sim, claro. Entra – se afastou da porta dando espaço para que a mais nova entrasse no local, fechando a porta em seguida.

– Eu li as notícias. Precisava saber se estava tudo bem com você – disse seguindo Clara e se sentando ao lado da mulher no sofá.

– É inacreditável, eu não consigo aceitar que isso tá acontecendo. E agora ele vai vir atrás de mim – encostou no móvel levando as mãos ao rosto desacreditada e preocupada com a situação.