one door for two | MAX VERSTAPPEN

UNBELIEVABLE

A Áustria é a casa da Red Bull Racing e assim como em todas as corridas importantes para Max, Carmine estava presente na garagem da equipe.

Enquanto esperava Olívia, próximo às portas de aço que eram fechadas durante à noite, a italiana podia ver as arquibancadas tomadas pela cor laranja em camisetas, bonés, bandeiras e sinalizadores. O Red Bull Ring havia se tornado uma extensão de Zandvoort e assim seria enquanto Verstappen continuasse correndo pela equipe austríaca.

O piloto em questão, havia se despedido de Carmine com um beijo carinhoso na testa antes de ir para a reunião de estratégia, que naquele dia era ainda mais importante, pois a troca de componentes do motor havia gerado uma punição para Max, que largaria de décimo quinto naquele domingo. Como não havia nada que ela pudesse fazer para ajudar naquele intervalo de tempo, decidiu persuadir Olívia para ir com ela até uma tradicional confeitaria da cidade, onde uma das melhores tortas de maçã que ela já provou eram vendidas, boa amiga como a jornalista era, não pensou duas vezes antes de concordar em ir.

A figura elegante de Olívia não demorou a aparecer no campo de visão de Carmine, se destacando pelo verde do vestido midi que vestia.

- Oi, ami - a italiana retribuiu o abraço leve que recebeu, já que as duas haviam se visto durante a manhã daquele domingo.

- Obrigada por vir, Liv - ela entrelaçou seu braço no da jornalista para começarem a caminhar pelo paddock - Eu realmente estou salivando só de pensar naquela torta de maçã com sorvete de creme.

Ainda faltando alguns dias para completar o primeiro trimestre da gestação, aquele era apenas o segundo desejo que Carmine sentia e se quando atendia suas pacientes achava divertido ouvir sobre os desejos estranhos, agora ela entendia perfeitamente. Era muito mais do que vontade de comer algo, a sensação era de que se não comesse aquela torta de maçã, o mundo não tinha mais razão para continuar existindo.

- Eu fico feliz em vir, ami - o aperto carinhoso de Olívia em sua mão foi acompanhado de um sorriso - O Charles foi para a reunião com os estrategistas, então eu estava sozinha na scuderia, é muito melhor fazer companhia para a minha grávida favorita - a última parte da frase soou como um sussurro, mesmo que o burburinho das catracas de entrada e saída do paddock fossem o suficiente para abafar qualquer conversa.

Além da família do casal, apenas Olívia, Charles, Christian e Chiara sabiam da gravidez. Os três primeiros meses eram delicados e cruciais, Carmine não se sentia confortável em anunciar nada, principalmente sabendo que a mídia faria questão de se fazer presente com comentários e perguntas maldosas. A pequena saliência que já aparecia em sua barriga vinha sendo disfarçada por blusas e vestidos soltinhos, o que a deixava ainda mais confortável nos dias quentes que vinham marcando presença no verão europeu.

As luzes amareladas do farol da Ferrari se acenderam assim que Olívia desativou o alarme, afivelando o próprio cinto e esperando que Carmine fizesse o mesmo, para que então ela pudesse arrancar com o veículo do estacionamento.

Os quinze minutos que separavam o autódromo da confeitaria foram preenchidos por uma conversa animada. Carmine e Max haviam começado a conversar sobre uma possível mudança de apartamento, já que apesar de grande, todos os cômodos tinham suas funcionalidades definidas e precisavam de um quarto só para o bebê. Olívia prometeu procurar o contato da corretora de imóveis que havia sido responsável pela venda do seu próprio apartamento para passar para o casal, assim que estivessem de volta em Monte Carlo.

O sorriso que surgiu no rosto de Carmine assim que desceu do carro em frente a confeitaria, foi inevitável. O cheiro de maçã, açúcar e canela se espalhava pela rua, fazendo a italiana se sentir em um desenho animado, como se realmente estivesse sendo levada pelo rastro do aroma.