A "vitrine de bebês" do Hospital Princesa Grace estaria vazia se não fossem pelos gêmeos, Artur e Gabriel, que haviam nascido naquela madrugada e dividiam o berço. Os bebês univitelinos haviam sido fruto de uma inseminação artificial bem sucedida de um casal que havia tentado engravidar por oito anos, até recorrerem ao método.
Apesar da mãe dos dois não ter sido paciente de Carmine, isso não a impedia de estar parada em frente ao vidro, com as mãos no bolso do jaleco e um sorriso carinhoso no rosto, observando a respiração calma dos pequenos, que estavam entregues à um sono tranquilo.
Pelo reflexo do vidro, a italiana pôde perceber a aproximação de Bárbara, que carregava dois copos e um sorriso no rosto.
- Eu fui até o seu consultório, mas não te encontrei lá - a loira estendeu um dos copos na direção de Carmine, que pôde perceber o conteúdo rosa claro, indicando sua vitamina preferida.
- Só posso atender até as onze da manhã, vou ficar lá fazendo o que? - o tom áspero da italiana poderia ser percebido por qualquer um que passasse pelo corredor.
- Carmine... - Bárbara sequer tentou conter o suspiro cansado - Você sabe que precisa desacelerar, é o melhor para vocês duas - olhar carinhoso da loira fez com que Carmine encolhesse os ombros, sabendo que ela tinha razão.
Na consulta da semana anterior, logo que voltaram da viagem de férias no Brasil, Bárbara detectou uma leve alteração na pressão arterial de Carmine, que era considerada normal para o início do terceiro trimestre da gestação, mas pelo histórico familiar da italiana, até leves mudanças deveriam ser levadas em consideração.
Com isso, Bárbara emitiu um atestado para que Carmine deixasse de atender às emergências que chegassem no pronto atendimento do Princesa Grace e para que ficasse no hospital apenas durante o período da manhã.
Por mais que Carmine soubesse que aquela abordagem era necessária, não significava que havia aceito com um sorriso no rosto.
- Eu sei, mas você entende que é difícil? - o balançar de cabeça positivo da loira era o acolhimento que a italiana esperava receber - Faz tanto tempo que a minha rotina gira em torno desse lugar que eu nem sei mais o que é passar uma tarde inteira em casa, é tudo tão estranho - ela suspirou, recebendo um aperto carinhoso de Bárbara em seu ombro.
- Fazem dez anos que eu te conheço, Carmine e faz esse mesmo tempo que você se dedica, quase integralmente, à medicina - as palavras de Bárbara pareciam um abraço - Não se culpe por se dedicar à outra coisa agora, ou melhor, à outro alguém - ela sorriu, esfregando a mão pela barriga da italiana - Não só a Lieve, mas o Max também precisa que você esteja bem, já vai ser difícil para ele ficar longe de vocês durante tanto tempo - junto com a redução da carga horária de trabalho, veio a proibição das viagens de avião, o grande prêmio de Zandvoort seria o último que Carmine poderia acompanhar presencialmente naquele ano.
- Você tem razão - a italiana suspirou, aceitando de bom grado o abraço lateral de Bárbara, enquanto voltavam a encarar os gêmeos do outro lado do vidro.
Os segundos em silêncio foram o suficiente para que os pensamentos de Carmine passassem a imaginar o momento em que seria Lieve no berçário, com sua touca cor de rosa e enrolada no cueiro da mesma cor.
- Se eu te deixar entrar lá e segurar os dois, vou conseguir te animar?
A pergunta de Bárbara quebrou o silêncio e o sorriso largo que recebeu foi o suficiente para que ela entendesse que sim, se afastando do abraço para abrir a porta da maternidade, dando espaço para uma Carmine quase saltitante passar.
╴♥ ╴
"terminei a reunião mais cedo, quer ir almoçar e depois passar naquela loja de coisas de bebê?"
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one door for two | MAX VERSTAPPEN
Fiksi Penggemar/𝒅𝒊𝒗𝒊𝒔𝒂̃𝒐/ {𝗌𝗎𝖻𝗌𝗍𝖺𝗇𝗍𝗂𝗏𝗈 𝖼𝗈𝗆 𝗈𝗋𝗂𝗀𝖾𝗆 𝗇𝗈 𝗅𝖺𝗍𝗂𝗆} - 𝒄𝒂𝒅𝒂 𝒖𝒎𝒂 𝒅𝒂𝒔 𝒑𝒂𝒓𝒕𝒆𝒔 𝒒𝒖𝒆 𝒄𝒐𝒎𝒑𝒐̃𝒆𝒎 𝒖𝒎 𝒕𝒐𝒅𝒐 𝖰𝗎𝖺𝗇𝖽𝗈 𝐂𝐚𝐫𝐦𝐢𝐧𝐞 𝐆𝐢𝐨𝐫𝐝𝐚𝐧𝐧𝐨 𝖿𝗈𝗂 𝗋𝖾𝖼𝗅𝖺𝗆𝖺𝗋 𝖽𝗈 𝖻𝖺𝗋𝗎𝗅𝗁𝗈 𝖽𝖺...