PRECIOUS GIFT

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24 de Dezembro de 2025 | 10 dias de Lieve

As últimas madrugadas haviam sido uma verdadeira aventura na vida de Max e Carmine.

O piloto, que tanto prezava por suas noites de sono, conseguia contar nos dedos de uma mão o total de horas que vinha dormindo por dia mas, nem por um momento ele sequer pensava em reclamar.

O choro baixo e manhoso de Lieve, que naquele dia 24 completava seus primeiros dez dias de vida, ecoou pela babá eletrônica, acordando o casal que havia dormido há uma hora.

- Deixa que eu vou, linda - as palavras de Max soaram antes mesmo que Carmine pudesse pensar em levantar - Você acabou de amamentar, fome não é - ele se curvou, deixando um beijo na testa da esposa e sorriu ao vê-la se aconchegar no travesseiro outra vez.

Assim que Max acendeu a luz baixa e amarelada do quarto de Lieve, o choro da pequena se transformou em resmungos baixos, como se de alguma forma ela soubesse que ele estava ali.

- O que foi, filha? - a voz do piloto soou como um sussurro, enquanto ele se aproximava do berço - Está tudo bem, o papai está aqui - ele curvou o corpo, pegando com cuidado a pequena em seus braços.

Quando Lieve se sentiu acolhida contra o corpo do pai, não demorou até parar de chorar, abrindo os olhos que, realmente, eram tão azuis quanto os de Verstappen, parecendo encará-lo.

- Viu, prinses, eu sempre estou aqui por você - os dedinhos compridos de Lieve seguraram com toda sua força o indicador de Max.

O piloto achava adorável a forma como era necessário dobrar os punhos das mangas, até mesmo dos macacões de tamanho recém-nascido. Apesar de saudável, Lieve havia nascido pequenina, mas a cada dia ganhava peso e crescia saudável.

Numa tentativa de deixar o ambiente mais aconchegante para fazer a pequena pegar no sono de novo, Max ligou a música clássica e baixa do móbile de borboletas, ninando a filha de um lado para o outro enquanto caminhava pelo quarto.

Poucos minutos foram necessários para que Lieve fechasse os olhinhos e dormisse novamente, fazendo Verstappen sorrir e se dar conta de que talvez estivesse certo sobre o que falara para Carmine no dia anterior. Sentia que a pequena não gostava de ficar muito tempo sozinha, preferia estar no colo, como se sentisse falta do aconchego do útero.

Com cuidado para não acordar a pequena, Max abriu a porta do guarda roupa, tirando uma manta branca e felpuda de dentro. A poltrona do quarto recebeu o corpo cansado do piloto como um abraço e Lieve era pequena o suficiente para ficar perfeitamente acomodada em seu peito.

- Durma bem, filha - ele deixou um beijo suave nos cabelinhos loiros, cobrindo os dois com a manta e recostando as costas no macio estofado.

- ♥ -

Quando Carmine despertou naquela manhã gelada de quarta-feira, os primeiros raios de sol, ainda fracos, iluminavam o quarto.

Em primeiro momento, a italiana estranhou a ausência de Max ao seu lado e o silêncio que ecoava pelo apartamento fez surgir uma pontada de preocupação, sua primeira reação foi jogar as pernas para fora da cama, levantando rapidamente e apressando os passos para cruzar o corredor até o quarto de Lieve.

O aperto que sentia em seu coração pareceu sumir magicamente quando Carmine encontrou o marido e a filha adormecidos na poltrona, a pequena parecia extremamente confortável com a bochecha esmagada contra o peito de Max e os dois respiravam calmamente. Os hormônios do puerpério que percorriam livremente o corpo da italiana fizeram as lágrimas se formarem em seus olhos e ela praguejou mentalmente a si mesma por não estar com o celular por perto, para poder capturar o que, na sua opinião, era uma das cenas mais lindas do mundo.

one door for two | MAX VERSTAPPENOnde histórias criam vida. Descubra agora