Quentes ou Nevadas

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Adriana Silva 

Poderia estar a cometer talvez uma loucura, não, não, eu não poderia estar, eu estava a cometer uma loucura, mas que mal tinha? Não tinha nada a perder, se desse dava se não desse? Acho que seríamos amigos, pelo menos eu tinha isso em mente. 

Caminhámos de volta ao hotel, e quando cheguei a entrada do hotel onde ele estava hospedado, ele parou-me a meio.

- Quem costuma levar a casa é o homem! - disse e eu sorri. 

- Pois, mas habitua-te a mulher moderna! - disse e ele negou a sorrir. 

- Estou a ver! - disse e beijou-me as mãos. 

- Podias é ficar comigo! - disse, e eu sorri travessa.

- É um pedido cativante, mas vou ter que recusar a oferta. - digo enrolada nos braços dele. 

- É uma pena, porque já estava com saudades. - disse travesso e eu neguei a sorrir.

- És muito esperto, mas hoje não tens sorte. - digo e ele aperta-me a cintura.

- Não te consigo convencer mesmo? - Neguei. 

- Combinei com a Andreia, e se desmarcasse ela matava-me. - disse e enrolo os dedos a camisola dele. 

- Pronto está bem! - ele disse com aqueles olhos de cão abandonado. 

- Não faças essa cara, gostava de ficar, é um pedido tentador ... - ele interrompe.

- Mas já tens planos, eu sei, compreendo, é está tudo bem. - Ele beijou os meus lábios e eu afasto-me lentamente dele. - Estás a treinar slow motion? - Sorri e neguei. 

- Não, mas se estivesse estava a correr bem? - Ele riu-se e afirmou, eu beijo-o novamente.

- Adeus namorada! 

- Adeus namorado! - disse e ele beijou-me novamente a sorrir. - Não pareces o mesmo homem de ainda a pouco! - Admito já afastada dele.

- Porque tu és demais! - disse a afastar-se, neguei e virei-lhe costas, quando passei a rua ainda o vejo a olhar para mim, choco contra a Andreia.

- Andava a tua procura! - disse ela com um vestido floral lindo.

- Andavas? - Digo e ela afirma, ela guia-me para voltar ao quarto, quando olho novamente para o Neves vejo-o rodeado por alguns da equipa, viro a cara para a Andreia e acalmo-me um bocado depois daquilo tudo. 

Chegamos ao quarto e ela fechou a porta atrás dela depois da minha pessoa entrar, reparo em lágrimas a escorrem pela sua face.

- O que aconteceu? - Pergunto preocupada, mas tudo o que ela fez foi abraçar-me, eu retribui o abraço e não disse nada, apenas fiquei ali com ela. 

Ela deitou-se ao meu colo e eu fiquei a acariciar o seu longo cabelo loiro. 

- Queres falar sobre isto? - Pergunto depois de algum tempo, ela levanta-se devagar e limpa a cara. 

- Estava a dormir, e sonhei que o António estava com outra, depois percebi que ele poderia estar, já que não temos nada um com o outro apesar de tudo, eu falei com ele ainda a pouco e ele disse-me que não queria nada sério, não agora, não neste momento, eu fiquei mal, fiquei com a ideia dele já não gostar de mim.

- Porque pensas isso?

- Porque ele foi frio comigo, ele tratou-me como se fosse mais uma, mas depois olhou para mim, o olhar dele ficou triste e fugiu. Ele fugiu de mim, Adriana! - disse a começar a chorar outra vez. 

- Oh Andreia.. - Não sabia o que lhe dizer, portanto, abracei-a. 

Adormecemos depois as duas por volta das 02 e 30 da manhã.

Barcelona | João Neves | ACABADAOnde histórias criam vida. Descubra agora