A Despedida

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Quando me encontro novamente com ele, num quarto novo, reservado posteriormente por ele, já de pijama posto, eu fiquei sem reação, quando o vejo, ele estava sem cabeça e uns calções do Benfica e de cabelo molhado, uma visão perfeita, já tinha visto o Neves assim descontraído, mas assim? Acho que fiquei a olhar fixamente para ele. 

- Vais entrar? Ou estás a filmar e a fotografar o rapaz mais bonito do mundo? - Ele disse todo convencido e eu coro. 

- Não estava a olhar para ti, convencido! - disse e ele puxa-me para um beijo, as minhas mãos pararam no peito dele que ainda estava húmido.

- Diz lá isso, a olhar nos meus olhos sem mentir! - disse a parar o beijo e por momentos desejei que ele tivesse a brincar, mas ele ficou a olhar para mim a espera de uma reação minha, passo a língua pelos lábios que ficaram ressecados, prendo uma madeixa de cabelo atrás da orelha e olho para ele.

- Eu não estava a olhar para ti. - Olho para o Nariz dele não para ele, e ele percebeu isso, ele prende-me contra a parede. 

- Não sabia que mentias! - disse.

- Não minto. - Digo a mentir. 

- Vou fingir que acredito, está bem? - Ele saiu da minha frente e eu puxo-o novamente para o meu encontro. 

- És demasiado convencido para eu admitir que estava a olhar! - disse e passo por debaixo do braço dele, ele sorriu travesso. 

- Pensava que o hotel não tinha mais quartos vagos! - disse. 

- E não tem. - disse. - Este é o quarto do Neres e do Gonçalo, o António vai dormir com a Andreia e eles os dois vão ficar no meu e do Henrique. - Coro. 

- Não precisas de ficar envergonhada, eles pensam que eu e o António discutimos.  E foi ideia do Henrique, por isso ele também não vai dizer nada. 

- E eles não vão achar estranho, o António dormir com duas mulheres? 

- Bem isso é mentira, eu sei que estás comigo, e o quarto da Andreia é grande. - disse e eu revejo as palavras escolhidas por ele, mas não digo nada. Ele puxa-me para ele sem eu estar a espera e ambos caímos para cima de uma das camas. 

- Ainda bem que tens pontaria. - disse e ele riu a beijar os meus lábios. Ele passa as mãos pela minha cintura e aperta a mesma fazendo com que fizesse os movimentos certos por cima dele. 

Eu estava nervosa e se ele estava também não o demostrou bem. 

Ele revirou as posições. 

- Sabes que não temos que fazer isto, se não quiseres. - disse eu beijo-o, eu queria-o. 

- Eu sei! - Volto a beija-lo e ele percebeu aquilo como uma espécie de permissão. Já tinha perdido a virgindade, o ano passado, não me arrependo com quem fiz, porque era o meu namorado na altura, mas foi tudo diferente, a maneira como o João me queria não apenas pelo corpo, eu sentia isso, ele queria mais, a maneira como olhava para os meus olhos e não para as minhas curvas, a maneira de como me saboreava, a maneira de como me penetrou vezes e vezes sem conta naquela noite, foi diferente, foi melhor, foi fantástico. 

Ficámos para aí uns cinco minutos sem dizer nada, apenas a controlar as respirações. 

Ele quase sem fôlego diz:

- Amanhã eu vou-me embora, mas eu prometo que não serás esquecida! - Eu sabia que aquilo não iria durar, eu sabia que ele mais tarde ou mais cedo ele acabaria por esquecer-me, mas aproveitei cada minuto naquela noite, aproveitei cada segundo e micro segundo que passamos juntos. 

Na manhã seguinte ouço o som do alarme dele, e como estava do meu lado agarro o telemóvel, desligo o mesmo e vejo a tela de bloqueio, era uma foto nossa. 

Barcelona | João Neves | ACABADAOnde histórias criam vida. Descubra agora