Yuri Novel- Capítulo 9

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Luiza Luz nem percebeu, correu em disparada pelo centro da cidade até a sua casa pouco mais de 4 km em um piscar de olhos. Suas lágrimas negras, manchadas pelo rímel, corriam pela face pálida, os soluços lhe impedia a fala, os cabelos em desalinho, era uma cena de horror quando Lola abriu a porta da mansão. Não houve tempo para perguntar, em segundos, Luiza subia as escadas como se estivesse ferida mortalmente por uma bala, ignorando os olhos de preocupação da emprega-governanta-mãe.

Na cama junto aos lençóis rosa e almofada da Hello Kitty, Luiza Luz continuava a chorar, lamentando a cena que vira, nem no seu pior pesadelo podia ter previsto isso, eles, os dois, ambos... Ela nem conseguia completar o pensamento estava acabada, nada podia ser pior naquele fim de tarde.

A noite chegou e Luiza continuava na cama letárgica, enfim, depois de litros de lágrimas derramadas e já mais calma ia se conformando. Era fato o que ela vira lá na quadra de basquete Dani e Daniel de lábios colados, em cara de choro pensou que eles até combinavam. Merda!! O que ela estava pensando Dani e Luiza, nada a ver! Começando pelo nome, sem rima terminando pelas personalidades opostas. Maldito dia em que aquela bola lhe atingiu. Não! Maldito Rúlio que falou pra ela ir estudar lá, é verdade é tudo culpa do Rúlio! Desde o começo e até hoje ele fora o culpado, se não a tivesse encorajado a ir se declarar... Vejam só, se declarar para uma garota! No mundo de Luiza isso era loucura! E mesmo assim e mesmo que parecesse loucura, era o que do fundo do coração desejou fazer. Chorando de novo pensou que era a última coisa que ia poder fazer, quando visse Dani de novo.

O frescor da noite entrava pela janela-porta secando suas lágrimas, que caiam pela face sem nenhum resquício de maquiagem, estaria tudo silencioso se não fosse pelas cigarras e tudo estaria escuro se não fosse as estrelas que brilhavam como sempre desde que o mundo nascera a 4,6 bilhões de anos.

Nessa noite morta, Luiza ouviu o rangido da porta ás suas costas não teve forças nem para olhar. De prontidão pensara ser Lola, lhe trazendo um chá que provavelmente ela ia recusar baixinho e depois como sempre com a insistência da empregada-mãe-governanta, ela gritaria como uma doida um "Me deixe em paz!". Mas não era Lola, mesmo assim, o fato de gritar um "Me deixe em paz" tão sonoro como uma sirene logo  viu a face faceira do seu melhor e odioso amigo ali bem a sua frente.

-Calma Luzinha eu vim em paz! –Tentou dizer enquanto se protegia das almofadas que ela lhe tacava com toda a força.

-É sua culpa, é sua culpa!!! –Gritava ela cheia de fúria.

-Desculpe, mas antes de apanhar eu gostaria de saber, o que foi que eu fiz!?

            Ela parou, seus olhos encheram de lágrimas ao lembrar, abaixou a cabeça e silenciou-se, sua respiração estava agitada, doía demais para dizer...

Então Rúlio ligou A+B e tirou sua conclusão e pesaroso sentou do lado da amiga, colocando a mão em sua cabeça com carinho, e disse:

-Você levou um fora, não é?

Não foi preciso dizer mais nada para a amiga se desmanchar nos braços do melhor-amigo em prantos. Rúlio por sua fez docemente a acalentou em seus braços largos, a medida que as mãos gentis  alisava as costas de Luz  vagarosamente, ela foi se acalmando, já não mais chorava quando os dois se afastaram. Rúlio sorriu amigo e ela retribuiu chorosa. Crente que a tempestade passara ele propôs:

-Sabe o que devíamos fazer?

-Não eu...

-Sim, depois de um fora, a única coisa a fazer é sair e se divertir! Nós podemos ir ao shopping comer algo muito gorduroso, tomar muito sorvete e comprar a coisa mais cara que nos der na telha com o cartão de crédito dos nossos pais! –Rúlio dizia animado só de imaginar as todas as possibilidades.

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