Seguindo com o Treinamento

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(Shinazugawa) - É uma pena ver você saindo da minha cama e se vestindo.
(Saori) - Acho que a gente não vai se ver por um tempo né.
(Shinazugawa) - Já disse que quando quiser...
(Saori) - Quando eu conseguir na verdade.

Ele levantou e também se vestiu, veio até mim e me prendeu contra a parede e me beijou.

(Shinazugawa) - Despedida.
(Saori) - Quando eu estiver por perto, eu passo por aqui. Se você quiser me soltar, eu vou indo, a casa do Rengoku não é tão perto assim.
(Shinazugawa) - Boa sorte com a Shinobu depois, não se matem.
(Saori) - Não prometo nada. Até mais Shinazugawa.

O tempo que eu passei lá com ele foi bom de muitas formas, o treinamento dele era intenso e passei mais tempo lá com ele do que com os outros até agora. Saí de lá para ir ao encontro do Rengoku, andei cerca de uma hora até alguém conhecido aparecer no meio do caminho.

(Tomioka) - Oi.
(Saori) - Tá fazendo o que por aqui?
(Tomioka) - Eu estava na cidade aqui perto, a casa do Kyojuro é mais perto, e eu tô machucado.
(Saori) - Machucado? Tá tudo bem? Deixa eu cuidar de você.
(Tomioka) - Calma, eu só caí errado por cima do braço.

Quando ele falou eu já estava perto dele o olhando com os olhos arregalados por ele estar machucado, ele colocou a mão contra mim mandando eu me acalmar, mas eu também estava dolorida e meu rosto com certeza entregou isso.

(Tomioka) - O que foi? Você franziu o rosto quando encostei em você.
(Saori) - Achou que eu ia sair inteira do treinamento com o Shinazugawa?
(Tomioka) - Não. Mas eu achei, deixa pra lá. Ele segurou você por mais tempo que os outros até agora, porque?
(Saori) - Pergunta pra ele.
(Tomioka) - Vem, eu vou com você até a casa do Kyojuro e de lá vou pra Mansão Borboleta.
(Saori) - Pra receber cuidados especiais...
(Tomioka) - Não começa. Eu queria encontrar com você antes de você chegar até a Shinobu mesmo. Não tenta matar ela.
(Saori) - Quem vai tentar me matar é ela.
(Tomioka) - Não vai, já conversei com ela.
(Saori) - Imagino o tom dessa conversa pra ela atender a um pedido seu.
(Tomioka) - O que? Não é o que...
(Saori) - Não precisa ficar vermelho Giyuu. Você deve achar que eu sou cega ou surda. Você vai pra cama com quem bem entender, e eu...
(Tomioka) - Você o que, Saori?

Ele chegou mais perto e ficou me olhando com as sobrancelhas franzidas, revirei os olhos e segui andando com ele logo atrás com a cara amarrada ainda esperando uma resposta.

(Saori) - Tá com essa cara porque?
(Tomioka) - Você não me respondeu.
(Saori) - Que inferno, da pra parar de querer me controlar? A única parte da minha vida que diz respeito a você é o meu treinamento. Nada do que eu faço ou com quem eu faço te interessa. Você acha o que Giyuu? Que eu perdi a virgindade com você e nunca mais transei com ninguém? Por favor, não seja tão ingênuo.
(Tomioka) - Quem?
(Saori) - Não te interessa.
(Tomioka) - Sanemi?
(Saori) - Não vou falar sobre isso com você Giyuu, como eu disse, não te interessa.
(Tomioka) - Eu mato ele se ele tiver encostado um dedo em você, eu avisei ele que...
(Saori) - Eu cansei dessa conversa, pode ir encontrar a sua borboletinha. Eu vou seguir sozinha. Eu procuro você quando isso terminar e a gente conversa.

Não deixei ele responder e corri na frente o deixando sozinho. Cheguei a casa do Rengoku durante a tarde, ele me recebeu muito entusiasmado e me deixou descansar até a manhã seguinte. Ele era muito gentil e fazia tudo sorrindo, treinamos por cinco dias e ele disse que a percepção do Tomioka sobre mim estava errada.
Minha próxima e última parada seria com a Hashira do Inseto, ela ia me envenenar assim que possível, disso eu tinha certeza.
Cheguei a Mansão Borboleta e vi Tanjiro, corri até ele na esperança dele não estar sozinho.

(Saori) - Que que você tá fazendo aqui?
(Tanjiro) - Me machuquei, tive que vir pra cá por uns dias.
(Saori) - Só você?
(Tanjiro) - O Inosuke não veio, se é o que tá perguntando.
(Saori) - Eu não falei nada.
(Tanjiro) - Vocês são muito próximos, tão sempre grudados, mas ele tá bem, não veio. Só eu.
(Saori) - E você tá bem já?
(Tanjiro) - Me recuperando, a Shinobu é ótima.
(Saori) - Viu o Tomioka por aqui?
(Tanjiro) - Uns dias atrás, mas ele já foi
(Saori) - Eu vou procurar ela, a gente se vê mais tarde.

Não demorei para a achar, infelizmente, ela já esperava por mim.

(Shinobu) - Está machucada?
(Saori) - Não.
(Shinobu) - Ótimo.

Ela partiu para cima de mim assim que eu disse que não, logo estaria. Aquela sua lâmina que só servia pra inejtar veneno me acertou no braço e minutos depois minha visão estava turva. Mas mesmo assim continuei tentando acertar ela, até não conseguir mais respirar.
Acordei mais tarde na enfermaria, meu braço imobilizado, o corpo doendo e Tanjiro do meu lado.

(Tanjiro) - Oi, você acordou, tá se sentindo bem?
(Saori) - Ela me envenenou e eu capotei né?
(Tanjiro) - Exatamente. Mas ela curou você.
(Saori) - É o mínimo né Tanjiro.
(Tanjiro) - Vocês implicam demais uma com  a outra, não entendo.
(Saori) - Nem precisa. Eu vou apagar mais um pouco.

Três dias se passaram e finalmente pude ir embora, ela tratou dos meus ferimentos e segui meu caminho. Quando cheguei, Tomioka não estava, pude me organizar, tomar um banho demorado, relaxar, ficar sozinha era tudo isso que que eu precisava.
Vi meu corvo pousando na janela com uma mensagem e fui até ele.

"Vou passar mais uns dias fora. Vá para a casa do Urokodaki Sensei para não ficar sozinha, busco você quando voltar"

Tudo que eu queria era passar um tempo sozinha, e assim o fiz. Os dias que ele disse que passaria fora, se tornaram semanas, os corvos ainda chegavam com ele reclamando por eu continuar lá sozinha.
Quando um mês passou e ele não voltou, eu já estava cansada de ficar lá sozinha o dia todo, treinar sozinha e não ver ninguém.

"Faz um mês que eu tô aqui sozinha, eu tava pensando, caso você esteja em casa, não aguento mais ficar sozinha."

Meu corvo voou até o Shinazugawa, fiquei esperando uma resposta e ela chegou no início da tarde.

"Você lembra o caminho da minha cama"

Se eu me apressasse, conseguiria chegar lá no por do sol.

Os Hashiras da Água Onde histórias criam vida. Descubra agora