Um Tempo Afastados

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Já faziam cerca de dois meses que eu estava na estrada com Tanjiro, Zenitsu e Inosuke, e claro, a Nezuko. Era bom ter eles por perto, as coisas ficavam mais leves. De vez em quando, Tomioka mandava um corvo perguntando se eu já havia me cansado de andar por aí e iria voltar, mas a verdade, era que eu não queria voltar e ficar perto dele e andar por aí, principalmente com o Inosuke junto, me fazia esquecer aquele sentimento que atormentava meu coração.

(Inosuke) - Estamos sozinhos...
(Saori) - Estamos não é mesmo...
(Inosuke) - E se a gente escapar daqui?
(Saori) - Por mais que eu queira, melhor não sair por aí no meio da noite, a gente não conhece o lugar.
(Inosuke) - Mas eu quero você!
(Saori) - E eu quero você. Achei que teríamos mais momentos sozinhos quando decidi andar com vocês. Mas aqueles dois não desgrudam.
(Inosuke) - Vou matar eles e volto pra me pegar com você.

Eles logo aparecerem atrás de nós, Nezuko veio até mim deitando com a cabeça no meu colo, fiquei mexendo em seu cabelo enquanto os outros seguiam até onde estávamos.

(Tanjiro) - Atrapalhamos algo?
(Saori) - Você faz insinuações demais sabia?
(Zenitsu) - Elas não são sem fundamento.
(Saori) - Eu vou bater em vocês dois se não pararem.
(Tanjiro) - Tá bom, fiquem pensando que ninguém sabe.
(Saori) - Fique você pensando que ninguém sabe sobre você e a Kanao também.
(Zenitsu) - A Kanao? Tanjiro?
(Tanjiro) - O que? Como você sabe? Quero dizer, você tá ficando louca.
(Saori) - É, devo estar mesmo. Vocês sabem que eu odeio aquelas borboletinhas.
(Zenitsu) - Você implica com elas sem motivo porque você é má.
(Saori) - Ainda não fiz você chorar hoje não é mesmo?

Levantei e pulei em cima dele, ele escapou e saiu correndo até a rua, os outros saíram atrás de nós e a Nezuko correndo junto achando divertido. Zenitsu era rápido demais pra mim, e quando me choquei contra alguém percebi que não iria o alcançar. Levei a mão até a cabeça que havia batido contra o chão e levantei os olhos para ver em quem tinha trombado, pronta para gritar e brigar com a pessoa.
Mas então, ele se abaixou e vi quem era, minha raiva passou na hora e eu sorri para ele.

(Shinazugawa) - Olha por onde anda.
(Saori) - Shinazugawa! Tá fazendo o que por aqui?
(Shinazugawa) - Derrubando você, vem, levanta.

Ele me estendeu a mão e me ajudou a levantar, Zenitsu apareceu atrás de uma árvore e eu o vi, dessa vez ele não me escapou.

(Zenitsu) - Eu disse que você era má! Me solta! Vai me matar!
(Saori) - Não, não vou matar você, como eu disse, não tinha feito você chorar hoje ainda, agora, eu fiz. Bebê chorão, levanta daí, a Nezuko tá olhando você.

Ele se pôs de pé em um pulo e eu fui conversar com o Shinazugawa.

(Shinazugawa) - Lembra quando eu falei das três pestes? Agora são quatro?
(Saori) - Idiota.
(Shinazugawa) - Sentiu minha falta?
(Saori) - E você, sentiu a minha que veio atrás de mim?
(Shinazugawa) - Eu tava passando, ouvi uns gritos, achei que era um oni, ou um porco morrendo.
(Saori) - O Zenitsu é irritante. E eles tavam me tirando do sério.
(Shinazugawa) - Os três?
(Saori) - Não, ele e o Tanjiro. O Inosuke sempre fica do meu lado, e coloca mais lenha na fogueira.
(Shinazugawa) - Hm, então é ele.
(Saori) - Eu não entendi. Quer sair daqui?
(Shinazugawa) - Gosto de como você é direta, mas...
(Saori) - Ah, um mas.
(Shinazugawa) - Eu preciso ir, não tenho tempo. Talvez outro dia, sabe que pode me visitar.
(Saori) - Eu não tenho estado por lá nos últimos meses.
(Shinazugawa) - Por acaso você não tá evitando o Giyuu?
(Saori) - Eu precisava ficar longe dele um pouco. Caminhar com as minhas próprias pernas.
(Shinazugawa) - Entendo. Ele me disse que conversaram. E queria saber as condições da nossa amizade.
(Saori) - Ah, eu disse que eu tinha amigos com benefícios e ele ficou inquieto com isso, mas não falei...
(Shinazugawa) - Que não tirou as mãos de mim enquanto esteve treinando comigo?
(Saori) - Não, não contei.
(Shinazugawa) - Eu preciso mesmo ir.
(Saori) - Que pena, você tá tão perto...
(Shinazugawa) - Não provoca... Talvez na próxima lindinha.

Observei ele se afastando e suspirei. Vi que os três estavam atrás de mim me olhando.

(Saori) - Perderam alguma coisa?
(Tanjiro) - Se o Giyuu sonha com isso.
(Zenitsu) - Ele mata você.
(Inosuke) - E ele.
(Saori) - E se eu matar vocês? Me deixem em paz, o Shinazugawa é meu amigo.

Eu levantei e fui para dentro me ajeitar parar dormir, alguém bateu na porta e fui ver o que era. Inosuke me olhava com a cara fechada.

(Inosuke) - O que rola entre vocês?
(Saori) - Ele é meu amigo Inosuke.
(Inosuke) - Eu também sou.
(Saori) - É, você, é sim. Vai ficar aí parado ou vai entrar?
(Inosuke) - Mas os idiotas tão ali do lado.
(Saori) - Eles já deixaram bem claro que sabem, mas se não quer aproveitar.
(Inosuke) - Eu sempre quero você.

Mais um mês se passou e o inverno havia chegado. Eu estava voltando para casa, passei pela casa do Urokodaki Sensei, deixei minhas coisas lá e saí para caminhar, andei até a floresta de glicínias, mas a neve ficou mais grossa e eu tive que parar no meio do caminho. Havia uma casa da família Ubuyashiki lá e eu consegui chegar até ela. Minha roupa estava toda molhada, meus ossos doíam do frio e eu tremia. Tentei me encolher em um canto e tanta me esquentar, mas com aquela roupa molhada nunca ia conseguir.

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