Capítulo 11

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Dedicado à XJuhHemmings por ter adivinhado o que acontece neste capítulo xd

-Mia

-:-:-

Capítulo 11

O Luke murmurou um pedido de desculpas enquanto fechava a porta do seu apartamento atrás de mim. Ao contrário da última vez em que eu havia estado lá, não estava impecavelmente organizado. Havia roupa suja a cobrir o chão ao ponto de eu nem conseguir ver onde estava a pôr os pés, e até mesmo caixas de comida vazias espalhadas por todo o apartamento.

-A arrumação não tem estado no topo das minhas prioridades nos últimos tempos. E não tenho passado tanto tempo em casa do Ashton como antes.

Abanei a cabeça. Para dizer a verdade, não esperar outra coisa.

Antes que ele pudesse dizer alguma coisa, peguei nas caixas de comida e deitei-as para dentro de um saco do lixo preto, fazendo o Luke agarrar o meu braço.

-Não precisas de fazer isso, Ayame.

-Não me importo.

-Importo-me eu. Não quero que andes a limpar-me a casa, Ayame.

Levantei o olhar do saco do lixo e fitei-o. Os seus olhos já tinham de volta um ligeiro tom azulado, pelo que assenti e poisei o saco no chão. O Luke começou então a puxar-me para longe da sala e em direção ao quarto.

Ao contrário do resto da casa, o seu quarto continuava imaculado. A cama estava feita, não havia nada caído no chão. A fotografia dos seus irmãos continuava em cima da sua mesinha-de-cabeceira, e reparei numa outra fotografia ao lado.

-Luke... aquela sou eu? - perguntei, reconhecendo a guitarra da minha mãe.

Eu lembrava-me daquele momento. Fora durante a ceia de Natal, numa altura em que o Michael dissera estar farto de "ouvir conversas de adultos", pelo que fôramos uns minutos para o meu quarto para ele se escapar àquelas discussões. E eu pegara na guitarra da minha mãe - que nem sabia tocar - para tocar uns acordes desafinados que os fizessem rir.

Não pensei que o Luke tivesse capturado aquele momento.

-Parece atitude de perseguidor, eu sei. Precisava de alguma coisa que me ajudasse a continuar a andar em frente.

Sentei-me na sua cama junto à mesinha-de-cabeceira, sentindo-o sentar-se ao meu lado. Queria pegar na moldura, analisar melhor a fotografia nas minhas mãos, mas reparei que, pendurado no canto, estava o medalhão que ele me dera pelo Natal.

-E essa coisa sou eu?

-Foste sempre tu, Ayame.

Olhei para ele, sentindo os meus olhos marejados de lágrimas.

-Magoaste-me, Luke. Nem o Nate me magoou tanto.

-Eu sei, - murmurou ele, baixando o olhar. - Mas só te vou magoar mais se te deixar continuar comigo.

-Porquê? Porque meteste na cabeça que não mereces ninguém depois de tudo o que te aconteceu?

-Não precisei de meter nada na cabeça, Ayame. Não havia outra conclusão a chegar.

Coloquei as minhas mãos na sua face e obriguei-o a olhar para mim. Nunca na vida sentira a determinação correr-me tão quente no sangue, mas também nunca na vida me sentira tão determinada em dizer alguma coisa.

-Tu ouve-me bem, Luke Hemmings. Tu não mereces uma vida de miséria e infelicidade. Na verdade, mereces o exato oposto! Mereces sorrir, estar rodeado por pessoas que ames e que te amem de volta, e, acima de tudo, mereces se feliz! Mesmo que não o seja comigo, mesmo que não o seja com o Ashton, mesmo que não o seja com os teus pais. Luke, tu magoaste-me, mas eu amo-te como nunca amei ninguém, e continuo a acreditar que... - interrompi-me ao ver os seus olhos arregalarem-se de repente. - Que foi?

Just Saying • Luke Hemmings {AU}Onde histórias criam vida. Descubra agora