Capítulo 12

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Capítulo 12

-Odeio estar chateada com o Michael, - murmurei, enquanto me sentava no sofá de casa do Luke. - Não. Espera. Risca isso. Odeio é que o Michael esteja chateado comigo.

O Luke baixou a cabeça, sentando-se ao meu lado, e pegou na minha mão.

-Desculpa, - disse, encostando a sua testa à minha.

Fiz que não com a cabeça.

-A culpa não é tua. Tu sabes que não é.

Para ser perfeitamente honesta, odiava ver aquele lado do Luke. Não o odiava, mas odiava que estivesse ali comigo. Queria voltar a ver o Luke confiante, sorridente, brincalhão. Amava - e sempre amaria - todos os lados do Luke, mas não amava os motivos que os traziam ao de cima.

-Quem me dera nunca ter voltado a casa, - confessou o Luke contra o meu cabelo, antes de premir um beijo naquele mesmo sítio. - Nada disto teria acontecido. Não te teria magoado, não te teria feito passar por aquilo que passaste, e não estarias nesta situação com o Michael neste momento. Devia ter estado quieto no meu sítio.

-Arrepende-te só daquilo que não fizeste, Luke, - lembrei. - Nunca te arrependas daquilo que fizeste porque foi isso que te ajudou a tornares-te quem és hoje. Porque eu não me arrependo.

-Nem de como te sentiste?

-Especialmente de como me senti.

O Luke olhou-me nos olhos por uns momentos sem fazer um único som, como se estivesse a tentar confirmar a genuinidade das minhas palavras. Antes que eu pudesse reagir, ele estava a acariciar a minha face com o seu polegar e a premir os seus lábios contra os meus.

-És tudo o que tenho nesta vida, Ayame, e começo a pensar que talvez isso não seja uma coisa má, - sussurrou contra os meus lábios.

Sorri ternamente e passei a minha mão pelo seu cabelo.

-Também te amo, - ri-me.

-Espero bem que sim, porque se não este seria o momento mais embaraçoso da minha vida, - o Luke riu-se também e beijou-me mais uma vez. - É verdade...

O Luke levantou-se do sofá e estendeu-me a mão como que a dizer-me para ir com ele, pelo que coloquei a minha mão na sua e deixei que ele me levantasse do sofá. Dei por mim a ser guiada até ao seu quarto, onde ele pegou no medalhão pendurado na moldura que continha uma foto minha.

-Isto pertence-te, - disse-me, aproximando-se de mim para o colocar no meu pescoço.

Por momentos, a memória de quando atirara aquele mesmo medalhão ao seu peito invadiu a minha cabeça, mas obriguei-me a focar-me naquele momento e esquecer-me daqueles dias. Enquanto o Luke mostrasse arrependimento daquilo que fizera e provasse que realmente me amava, eu estava disposta a perdoá-lo e colocar tudo o que acontecera no passado.

-Pensei que o tivesses deitado fora, - confessei. - Antes de o ver aqui. Cheguei mesmo a dizer ao Michael que provavelmente nunca mais o veria.

O Luke fez que não com a cabeça.

-Não podia deitar fora a única coisa que ainda tinha de ti.

Afastei o meu cabelo da minha nuca para o Luke poder colocar o medalhão à volta do meu pescoço. O Luke sorriu.

-Quero levar-te a um sítio, - anunciou. - Não pensei que o quisesse fazer já, mas simplesmente quero. Que te parece?

-Que género de sítio? - franzi o sobrolho

-O género de sítio que eu só partilharia contigo.

Olhando nos seus olhos cada vez mais azuis, assenti. Com um sorriso triste, o Luke pegou na minha mão e saímos de casa, descendo até ao seu carro.

Just Saying • Luke Hemmings {AU}Onde histórias criam vida. Descubra agora