Conselhos

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NOTAS DA AUTORA:

Boa tarde!

Ainda estou usando o 4G mas consegui postar, finally <3

Boa leitura :)

"É normal se sentir assim tão cedo?

Clairo"

OLIVIA P.O.V

Eu não aguento mais.

Peguei o celular e olhei as horas na tela de bloqueio. 13:49. Pisquei, lendo a questão pela... oitava vez? E não conseguia captar o que ela queria dizer, então voltava pra ler de novo.

— Foda-se — passei de questão e fui fazer a outra.

Essa lista é de literatura. Não está tão ruim quanto a de matemática. A daqui eu ainda sei mais questões que as outras, mas esses poemas para interpretar estão fuzilando minha cabeça.

Achei que professor Thompson ficaria só na disciplina dele, só que aqui está ele de novo, sentado da outra mesa mexendo celular, provavelmente só esperando eu acabar para ir embora.

Gostei que a coordenadora e o diretor colocaram ele para ficar "de olho" em mim, porquê não é como se eu fosse fugir, mas a ideia passava pela minha cabeça mesmo assim.

A lembrança de hoje cedo me veio na cabeça. E da noite anterior também. Esfreguei a mão no lápis, tentando passar o pensamento pra lá e na atividade mas Gracie vinha na minha cabeça várias e várias vezes.

Peguei meu copo que ainda tinha um pouco de água e bebi o que sobrou.

FLASHBACK-ON:

— Você quer ficar assim ou quer se virar? — falou Gracie, senti um pouco da respiração dela batendo no meu rosto.
— Quero ficar assim.

FLASHBACK-OFF.

Passei a mão no cabelo tentando me distrair e deixar a lembrança passar direto, enquanto fazia um rabo de cavalo alto me veio outra.

FLASHBACK-ON:

— Seu cabelo é lindo.
— Foram anos para descobrir um produto bom pra ele.

Da série, coisas que Gracie fala, eu não sei reagir e acabo falando a primeira coisa que me vem em mente.

Meu coração estava acelerado. Senti que tinha uma corrida acontecendo dentro de mim e vários carros saíam ao mesmo tempo.

Respirei devagar, tentando controlar agora minha respiração. Não queria que Gracie visse que eu estava pipocando.

Quando foquei o olhar no meu lado esquerdo vi o rosto de Gracie ali do lado.

Perto do meu. Eu vou morrer.

— De nada! Foi um elogio, sua bobona! — disse ela, com um sorriso grande no rosto.

Foi automático, eu dei uma risada nervosa que provavelmente ela percebeu.

— Obrigada! — agradeci e fiquei aliviada quando percebi que devo ter disfarçado melhor agora.

Obrigada! Saiu tão natural, que ela não ia perceber a corrida dando partida aqui dentro de mim.

Foi rápido, mas bem rápido mesmo quandonela me deu um beijo na bochecha e eu travei. Não ouvi. Não vi. Nada. Tudo deu um branco e achei que meu sensor de raciocínio tinha desligado.

Ela me beijou? Por que ela me beijou? Foi brincando? Claro que foi brincando! Ela achou minha bochecha fofa e beijou? Por que estou martelando isso na minha cabeça igual estava com as questões de matemática?

Ou melhor, por que estou sentindo essas coisas se eu namoro o Joshua?

Todas as perguntas vieram de vez na minha cabeça, veio um nervosismo no meu corpo porquê não sabia responder nenhuma. Só a que ela realmente beijou minha bochecha.

A do por que ela fez isso e por que estou pensando nisso se namoro, eu não sabia, e senti um nervoso de novo por não saber responder minhas próprias perguntas.

— É... eu vou aqui pegar uma coisa. Já volto.

Gracie saiu do quarto para pegar algo. Só vi ela descendo da cama e indo até o lado de fora do quarto.

Passei a mão na minha própria bochecha suavemente, querendo que o tempo voltasse e aquilo acontecesse de novo.

FLASHBACK-OFF.

A lembrança foi cortada quando percebi que estava sendo encarada. O prof. Thompson me olhava de longe, com a sobrancelha arqueada.

— Olivia?

Balancei a cabeça, agora olhando Thompson.

— Oi.
— Você foi pra outro planeta aí. Volta a fazer a atividade.

Voltei a olhar o papel na minha frente. Décima oitava questão. 14:19.

Dá tempo.

Me veio uma pergunta na cabeça e pensei se poderia perguntar ao professor. Não levei mais de 5 segundos pensando e lancei:

— Se você estivesse sentindo algo novo você iria atrás para descobrir o que é ou tentaria esquecer?

Ele piscou surpreso com a pergunta de repente. Pensou por alguns segundos.

— Tentaria descobrir. Não gosto de negar minhas próprias emoções. E você não esqueceria, uma hora ela viria a tona.

Ah.

— Por que? — ele perguntou.

Não sei se posso falar a ele.

— Nada. Só queria saber uma visão sobre isso.

Ele olhou as horas no celular.

— Volte a fazer as questões. Faltam quantas?
— Duas — respondi.
— Daqui a pouco você acaba. Até antes da hora.

É. Acho que sim.

Terminei as questões e saí da sala. Fui até o ensaio para ver como estavam indo. Era 15:00 agora. Só acaba daqui a uma hora, então ainda tenho tempo.

Abri a porta e vi o pessoal da banda no palco treinando. Beatrice ajudando um pessoal no vocal de um lado lado e um menino treinando no violão do outro lado.

Fui até Conan, Gracie e Sabrina.

— Você apareceu! — Conan se aproximou — Ah, Joshua já foi. Ele estava estranho.

Ah não, de novo não. Não pensei duas vezes quando puxei Conan para um canto ali e me senti mal por deixar Gracie e Sabrina de lado.

— Preciso falar com você — encarei ele —, hoje.
— Ok — respondeu Conan, no mesmo tom baixo que eu.
— Sobre aquilo que eu te falei outro dia. Que era importante. Acho... que agora posso te falar o que é.



Quando o Lilás encontrou o RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora