O ar é suave quando passamos

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NOTAS DA AUTORA:

Boa noiteee. Capítulo postado :)

Boa leitura!

Sua voz ecoa a cada barulho e eu sei que é assim que funciona
Acho que é melhor deixar estar
Mas eu quero acender fogueiras, eu quero explodir

Chloe Moriondo (Tradução alterada)

OLIVIA P.O.V

Eu não devia ter falado aquilo, ter feito aquilo. Merda, burra, idiota.

Fiquei duas aula seguidas pensando na "brincadeira" que eu tinha feito com Gracie. Às vezes faço essas coisas mas não penso que talvez a outra pessoa não goste. Eu brinquei com Conan sobre os palitinhos que ele fez no quadro, mas como temos amizade há mais tempo sei que ele não vai levar à sério.

Já Gracie eu não sei. Nunca vi ela estressada daquele jeito. E eu também não quis molhar ela. Fiquei mesmo mal. E agora fico conversando na minha própria cabeça e criando uma onda de ansiedade que ela me odeia. Talvez me odeie.

Não.

Ela com certeza me odeia.

- Só quero conversar - falou Gracie.
- Ok.

Saímos da sala e fomos andando no corredor.

- Estamos indo pra onde?
- Não sei - ela riu baixo.

Os alunos iam na direção oposta, da porta da frente. Nós estávamos na direção oposta. No final do corredor.

- Aqui dá para o estacionamento - respondi.
- É?

Fiz que sim com a cabeça.

- Nunca fui lá.
- É bom. O ar é fresco. - falei.

E é mesmo. É porquê fica aqui no segundo andar. Ainda mais agora no início da tarde, o ar é bem agradável.

Quando chegamos no estacionamento, tinham alguns professores pegando seus carros e saindo.

- Um dia eu tiro minha carteira - disse Gracie, rindo - Você sabe? Dirigir?
- Não. Quer dizer, sei mas me distraio muito no trânsito.
- Lembrar de não te dar meu carro!

Eu ri baixo do comentário.

- É, Gracie... o que você queria falar?

Ela vai dizer agora que me odeia e que quer que eu saía da vida dela.

- Eu não estou com raiva de você por ter me molhado, ok? Foi... só no momento.
- Eu não t-tava pensando nisso - merda, comecei a gaguejar. engoli a saliva e foquei na voz para não acontecer de novo.

- Você não fica quietinha daquele jeito que ficou nas duas últimas aulas - ela falou, inclinou a cabeça pro lado.

- Tava prestando atenção na aula - respondi com um sorriso de lado e ela riu.
- Foi? E era sobre o quê? A aula?

Merda. Ela me pegou.

- Acho que já está na hora de eu ir pra c...

Ela começou a rir e senti meu rosto esquentando de nervoso.

- Você é muito transparente, sabe disso né? Digo, a forma como você se expressa.

Arqueei a sobrancelha.

- E isso é bom?

Ela se aproximou do meu ouvido, falando baixinho:
- É ótimo!

Só consegui ver a sombra do seu sorriso de lado. Gracie me deu um abraço meio atrapalhado, me lembrou muito o primeiro abraço que dei nela. Não sei o que foi, mas passou pela minha cabeça que eu só queria ficar ali um pouquinho.

- Você não é de abraços. Vou guardar esse. - não foi minha intenção mas acho que minha voz saiu baixa demais.

- Quer ficar aqui ou... vai pra casa?

Quero ficar aqui, mas não foi isso que respondi.

- Tenho que ir pra casa - coçei o olho.
- Ônibus?

Fiz que sim.

Saímos da escola e fomos direto para o ponto de ônibus. Não sei o que aconteceu lá no estacionamento, mas sinto que posso voar. Me sinto leve, meu corpo está muito leve. Não quero saber o que foi.

- Ei, - ela chamou - te devolvo amanhã sua blusa.
- Ahram.

Na hora que o ônibus chegou, sentamos em uma das cadeiras do lado esquerdo. Gracie ficou do lado da janela.

- Eu desço primeiro - falei.
- Eu sei, sua casa é mais perto.
- É.

Eu olhei ela e Gracie riu de alguma coisa na minha expressão, mas ignorei. Encostei no acento e agora só esperei chegar em casa.

Gracie não falou mais nada também. Aprovetei pra soltar a respiração que nem sabia que estava segurando. Quero chegar em casa, almoçar e ir dormir um pouco.

Ouvi uma notificação no celular, era Conan perguntando se eu já tinha chegado e outra mensagem em baixo:

"chegou em casa, chata?
já que a senhora virou de exatas, vc me ensina matemática amanhã viu? bjos"

Eu ri da mensagem e respondi:

"to indo pra casa
vou te ensinar nada, não sou professora 😝😝😝"

Liguei a câmera e mandei uma foto imitando o emoji da mensagem anterior. Gracie se aproximou e fez a mesma coisa na selfie. Enviei pra Conan.

"aah vc tá com a nerd!"
"to 😎"

Outra notificação. Agora de Josh.

"já tá em casa? chegou bem?"

- Vamos mandar uma foto pra ele também - disse Gracie.

Abri a câmera do chat de Josh e tiramos a foto para enviar.

- Gostei dessa! Me envia? - perguntou e eu respondi um sim com a cabeça.

Já estava perto de casa, ajeitei as coisas pra descer no ponto.

- Gracie, vou levantar. É aqui perto, minha casa.
- Ah, ok! Falo com você amanhã.
- Ok. Tchau!
- Tchau!

Esperei uns três minutos e desci no ponto. Só que tinha uma coisa, eu não ia pra casa. Não agora. Chamei um uber e fui na loja onde comprei meu violão, anos atrás.

Chegando no lugar, paguei o uber e entrei na loja. Tinha mudado muita coisa ali.

- Oi, posso ajudar? - falou o vendedor.
- Violão branco, onde encontro?
- Corretor I - apontou para um que ficava no canto esquerdo.

Tinham de várias cores. Tinha um verde aqua que pensei em comprar antes do meu atual, mas tinha desistido. Amo o meu lilás. Procurei pelo branco e não estava muito em cima, peguei ele e coloquei em cima do balcão.

- Esse é o último branco que tem - disse o vendedor.
- É lindo - sorri olhando ele melhor.

E realmente era lindo. Todos os detalhes. Olhei o preço. Abri a mochila e tirei minha carteira.

Eu não me importo e eu não vou me arrepender. Sei que não vou.

- Vou levar.






NOTAS DA AUTORA:

A Liv dando pani no sistema JDKSKSKAKKA eu amei demaisss esse cap!!!

Daqui pra frente vai ser surto atrás de surto. E a Olivia lidando com essas emoções novas e tentando entender o que tá acontecendo com ela.

Tô organizando os próximos capítulos, se caso eu conseguir postar amanhã vai ser por volta desse horário mesmo, pq vou sair de tarde e não sei que horas volto. Mas se não postar amanhã, só domingo 🗣

Até o próximo cap <3

Quando o Lilás encontrou o RosaOnde histórias criam vida. Descubra agora