Eu não conseguia pensar, meus olhos fixaram no único lugar que eu pude alcançar; os cadarços pretos das botas de combate dele.
Não era apenas a merda da minha bunda a mostra para um maldito assassino desgraçado, era a minha dignidade exposta, era tudo o que eu tinha antes de estar presa como um animal.Mas não passou de apenas um tapa, forte o suficiente para meus olhos arderem e um grito doloroso explodir na minha garganta, isso era demais até mesmo para mim. Tudo pareceu parar depois disso, a mão grande e firme colada a minha pele quente e agora ardida por causa da força que ele usou.
Eu fiquei presa olhando os cadarços pretos e ele não se moveu depois de desferir a mão na pele da minha bunda, a manteve ali sem mover um centímetro que fosse.
— Inferno — Ele murmurou baixinho em árabe e minha pele arrepiou.
Eu não sabia lidar com esse tipo de coisa, na verdade, eu preferia ter uma arma apontada para a minha cabeça do que me sentir tão vulnerável assim.
— Desgraçado... — Solucei com ódio de mim mesma por não conseguir manter a força na voz.
Ele finalmente se moveu, no entanto, sua mão deslizou gentilmente por cima da pele alta. Precisei apertar os olhos esperando o próximo movimento, o próximo tapa.
Mas ele não veio.
Não veio nada além dos dedos firmes tocando a minha bunda sem a proteção da minha calça, e por todos os infernos eu não sabia o que fazer. A dor era o menor dos meus problemas e nada justificava a minha falta de argumentos nesse momento, nada segurava a minha voz para amaldiçoá-lo até a vigésima geração.
Mas eu não disse nada e nem ele, ficamos em silêncio ouvindo a merda da respiração pesada um do outro enquanto eu sentia os dedos dele traçarem as marcas recém deixadas na minha pele.
— Inferno de mulher, essa merda não está certa. — Ele voltou a murmurar agora mais proximo ao meu ouvido e eu odiei o maldito arrepio que percorreu a minha pele lentamente. — Eu deveria odiá-la maldita, mas...
Ele suspirou e me fez erguer o rosto com a mão que ainda segurava em meus cabelos, eu ofeguei sendo forçada a olhar para aquela dupla de cores nos olhos dele.
Havia algo de tão errado nisso, algo que não era para acontecer, eu conseguia sentir isso e não era apenas comigo. Ele me analisou ainda segurando minha bunda como se soltá-la fosse algo difícil demais para ser feito e eu não consegui dizer nada, não até ele puxar uma quantidade enorme de ar fazendo o peito subir e descer com peso e bater novamente em mim.
Dessa vez eu cerrei os dentes ainda sem conseguir deixar de olhar na maldita profundidade dos olhos dele, um verde tão claro que quase beirava a água e um castanho que parecia derreter num puro mel quase escondidos por uma imensidão preta, as cores tinham sido quase apagadas pela força e tamanho das pupilas dilatadas.
— Geme para mim outra vez... — Meu peito estufou quando ele sussurrou outra vez e apertou a carne dolorida da minha bunda.
Eu já não tinha mais nada na mente a não ser a porra daquela sensação, o maldito peso da mão dele sobre a minha pele e isso estava sendo o suficiente para me fazer perder o poder que eu mais presava, o da fala.
Talvez tenhamos ficado mais tempo do que deveríamos estar, presos naquele limbo, um lugar que eu não sabia realmente se queria entender, conhecer ou sequer voltar a vê-lo. Era indescritível e me fez perder todas as minhas armas contra ele, parecia um inferno feito para mim onde eu não tinha nada mais do que um dia eu lutei para ter.
— Assim me faz pensar em tantas indecências, princesa... — Isso fez meu corpo responder e eu não estava gostando disso, muito menos onde iria dar.
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(DEGUSTAÇÃO) QUEIME - Não Se Apaixone Pelo Inimigo
Dragoste8 Capítulos liberados para degustação! Livro disponível na Amazon! 🥈 Em Darkromance - 09/07/2023 🥈 Em Enemiestolovers - 09/07/2023 História 🔞 Darkromance. Contém gatilhos. *síndrome de estocolmo, tortura psicológica, obsessão.* Trisal, Erotismo...