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Ih miragem

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Pete ficou um bom tempo chorando até Porsche voltar para a sala, assim que ele entrou Pete inventou a desculpa de que estava chorando de alívio por estar bem e que não via a hora de voltar para casa, Porsche acreditou e acalmou o amigo.

Se ele soubesse o motivo real para Pete estar chorando... Se ele soubesse o quão ele estava assustado por ter voltado logo agora que já estava tão habituado ao outro lugar, se ele soubesse que ele não queria ficar ali, não queria estar ali, não queria fazer parte daquela realidade de novo.

Se era sonho ou não, Pete não fazia ideia, no fundo sua mente dizia que havia sido sim um sonho, mas algo gritava que não, que ele viveu aquilo e ele sabia que viveu. Não tinha como não ter sido real, ele sentia as emoções, ele sentia as pessoas, droga, ele fez sexo com o Vegas naquele lugar, ele se sentiu incrível! Ele amava aquelas pessoas, ele amava a casa que eles moravam, ele amava toda a história que estava sendo contada ali naquele lugar.

Mas tudo foi tirado tão rápido que Pete não teve nem tempo de se despedir, talvez se ele tivesse se despedido não estaria tão mal.

― Eu irei ficar no seu apartamento nesses primeiros dias, na verdade iremos revezar ― Porsche disse e Pete negou ― Não tem discussão, iremos revezar e ficar com você. 

― Eu consigo ficar bem sozinho, eu só bati a cabeça, não é? 

― Você fraturou as costelas, você voou Pete, você não só se bateu ― Porsche bufou ― Iremos ficar com você, e seu apartamento tem dois quartos, não se preocupe que terá a sua privacidade. 

― Eu não quero dar trabalho a ninguém, Porsche. 

― Você não está dando trabalho ― sorriu pequeno ― Eu sou seu amigo, eu quero ajudar você e eu já fiquei aqui por duas semanas, o que seria mais dias com você não é? 

― É ― forçou um riso. 

― Você está sentindo alguma coisa? 

― Não, eu só queria ir para casa ― disse ― Ah, me faça um favor? 

― Claro. 

― Não fique falando ou culpando o Vegas, eu não quero isso. 

― Mas Pete s-

― Não foi culpa dele e nem minha, bateram na gente ― suspirou ― E eu realmente não quero ficar escutando vocês  brigando ou você brigando com ele. 

― Ele ficou comemorando que você acordou porque antes estava puto com medo que você morresse e ele fosse o culpado, esse idiota ― revirou os olhos ― Ele só veio aqui algumas vezes e olhe lá. 

― Ele não era obrigado a vir em nenhum momento. 

― Mas ele veio, um pouco sob pressão do Kinn ― murmurou ― Eu vou chamar o médico porque era nessa hora que a enfermeira colocava o remédio em você, acho que você ainda precisa tomar. 

Pete viu o amigo sair e suspirou, aquilo estava tão estranho, Porsche parecia estranho, Kinn parecia estranho e ele sabia que com quem mais ele fosse conversar também acharia estranho, ele se acostumou a outra realidade que tudo agora parecia incomum e sem qualquer sentido. Ele só queria ir para a sua casa, chorar e poder colocar na própria mente que o que ele havia vivido poderia nunca mais voltar, ou pior, ter sido só um sonho. 

[...]

Três dias depois. 

― Você precisa de alguma coisa? ― Vegas perguntou ajudando Pete a deitar na cama ― Eu pego e deixo aqui antes de ir, Porsche não vai demorar a chegar.