Capítulo 6

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Larissa

É ele! Eu sei que é ele! Wrurk... é um nome que uma garota pode gemer a noite toda!

Estou tão empolgada que no fundo da minha mente sei que estou completamente fora de mim, mas não consigo evitar! Esse orc... Wrurk... quero gemer o nome dele mesmo sem ele estar por perto!

Tentei me esgueirar durante a noite para vê-lo, mas Emilie conseguiu me manter no quarto, não importando quantas histórias inventasse para sair, ou quantas vezes tentei persuadir a conversa até chegar nele. Queria saber tudo o que ela já sabia sobre ele, já que ela não me deixou fugir para tentar pular no colo dele mais uma vez.

Mesmo que da primeira vez tenha sido um acidente eu só consigo pensar em como seria delicioso estar pendurada em seu grande corpo maciço de tantos músculos! Não sou uma garota pequena e mesmo assim ele não apenas me carregou como também andou e me sustentou por um bom tempo como se não pesasse tanto quanto uma mulher com menos atributos.

Só de lembrar da sensação das mãos dele em mim... Eu nunca senti nada tão certo e tão familiar. Na verdade, não identifiquei que ele era 'o' orc dos meus sonhos. Foi só depois que caí no sono em um cochilo quando o sol já estava quase nascendo, que sonhei com meu orc sem rosto e dessa vez ele finalmente tinha um rosto. Wrurk estava lá, ele foi o único me acariciando e me dando sonhos molhados por tanto tempo.

Acordei rapidamente, sentindo meu coração batendo tão forte no peito que parecia fazer meu corpo todo tremer, talvez eu até estivesse tremendo sem perceber. Meu corpo e minha mente estavam em desacordo e levei alguns instantes para me recuperar, nesse meio tempo vivenciei uma avalanche de sentimentos, sensações, visões...

Foi angustiante por um momento, pareceu que ficaria naquele looping eternamente, até que Emilie se mexeu na cama e resmungou em seu sono. Só então consegui respirar com mais calma e minha mente pareceu voltar ao normal ou no meu caso o meu normal.

O sol acabara de nascer e decidi me levantar, sentindo uma inquietação pulsante por dentro. Passei rapidamente pelo banheiro para aliviar minha bexiga e lavar o rosto. Sem lembrar da escova de dentes, enxaguei a boca com enxaguante bucal e segui instintivamente para fora do quarto.

Meus pés pareciam ter vida própria, guiando-me para onde deveria estar, e eu os segui sem questionar. Desci as escadas apressadamente e caminhei rapidamente pelo corredor até chegar à cozinha. Minha parada repentina quase me fez escorregar no chão. Wrurk estava parado perto da bancada central, e quando nossos olhares se encontraram, o tempo pareceu parar.

Seus cabelos curtos e quase carecas, em contraste com as tranças comuns entre os orcs, ressaltavam seus traços fortes. Suas presas eram visíveis, assim como algumas cicatrizes suaves e outras mais profundas, que pareciam ter sido ferimentos graves. Seu nariz mostrava sinais de já ter sido quebrado, e seus olhos tinham um leve formato amendoado, ligeiramente estreitos enquanto me avaliava com suspeita.

Wrurk possuía uma pele verde oliva, evocando as cores do outono e suas diversas nuances, em forte contraste com a cozinha da casa. E "grande" era a palavra certa para descrevê-lo. Ele era tão largo e alto quanto um armário, com braços fortes e músculos rasgados, que claramente não eram apenas estéticos.

Eu preciso esfregar minhas coxas juntas para impedir que meu corpo reaja tão furiosamente, mesmo estando a uma distância segura ainda parece que posso sentir seu toque, se eu respirar mais fundo posso sentir seu cheiro como se ele estivesse com seu corpo rente ao meu... E não preciso nem pensar no seu gosto, porque se eu piscar vou sentir a sensação da sua boca na minha pele.

Tudo isso são coisas que nunca senti de verdade, mas estão impressas na minha mente como se fossem e antes que perceba que minha mente vagou, senti meu corpo arrepiar e aquela sensação de estar como um expectador em meu próprio corpo surge como uma carícia suave.

Degustação - A noiva humana do ORC Despedaçado (disponível na Amazon completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora