Dark Red - [ Itadori ]

𝟐𝟕.

CAPÍTULO XXVII. UM HOMEM TÃO OBEDIENTE

__________________________________

A conversa de pessoas encheu o santuário de pedra. Eles cantaram algum tipo de oração que fizeram por conta própria, inclinando a cabeça e gritando louvores. Alguns deles choraram, seja por medo ou pelo que acreditam ser 'um espírito de Deus'.

Eu torci a maçã dourada na palma da minha mão. Eu assisti do assento do trono de pelúcia acima de tudo, observando esses humanos. Foi quase divertido a rapidez com que eles se dobram quando você mostra até mesmo o mínimo de poder. Eu nem tinha feito o que eu gostaria quando cada um deles se curvou aos meus pés, puxando meu vestido enquanto imploravam para que eu poupasse suas vidas.

No começo, tinha sido irritante. Isso me irritou, mesmo. Eu não queria ter nada a ver com esses humanos pútridos. Eles não eram nada além de insetos que eu poderia esmagar debaixo do meu calcanhar. Mas em vez disso, eles se curvaram aos meus pés, oferecendo presentes e suas riquezas.

"Eris-sama!" Um deles chorou, estendendo os braços para mim como se fosse algum tipo de criança buscando sua mãe.

"O que vocês querem?" Eu perguntei, inclinando minha cabeça para o lado. "Quais são os seus desejos?"

"A-A maldição... ele está atormentando o campo!" O homem exclamou. "Ele está indo direto para a nossa aldeia!"

"Uma maldição não é nada que seus feiticeiros não possam lidar", eu acenei com a mão para eles. "Eu abençoei seus homens."

"Você não entende!" Uma mulher chorou, jogando-se aos meus pés. Ela segurou a ponta do meu vestido, enfalando o tecido de seda em suas mãos. "Ele não está apenas destruindo colheitas e condenando as pessoas! Ele está massacrando-os! Homens, mulheres e crianças! Ele não poupa ninguém!"

"Você espera que eu proteja sua aldeia?" Eu ri, fazendo os olhos dela se arremar. "Eu não sou seu protetor!"

"Deusa, nós te adoramos! Nós lhe damos ofertas e prometemos nossa lealdade apenas a você!" Um homem gritou. "Por que você nos engana assim?!"

"Vocês, humanos, não são nada além de enganar as almas", respondi, inclinando-se para ser a altura dele. Eu escovei minha mão debaixo do queixo dele, observando enquanto seu corpo tremia. "Você acha que eu não sei dos outros santuários que você adora? Ou os homens que você se reúne para tentar me matar?"

"Eu-eu não sei do que você fala—"

"Você se atrevia a me chamar de mentiroso?" Eu perguntei, colocando-o de pé.

"N-Não, Eris-sama!" Ele exclamou.

"Meu", eu disse, trazendo minha mão para a minha boca enquanto caminhava ao redor dele. "Você é bastante pele e ossos—você parece faminto."