O mais novo sabia o que Ran Haitani estava fazendo e principalmente quais eram suas intenções. Isso não fez com que Rindou conseguisse ignorar, ao contrário, estava se corroendo por dentro. Ran adorava ficar com as garotas que já tinham se envolvido com seu irmão mais novo e S/n se tornou alguém que ele desejou desde o primeiro momento que colocou seus olhos nela.
Ao saber do rompimento do irmão, não perdeu tempo em procurar saber o que tinha acontecido e sobre a vida da garota. Na verdade, S/n foi a única garota que fez Rindou sentir medo de perder alguém além de Ran. O mais velho riu quando o mais novo gritou dizendo que aquilo era doença e nada além disso. Pensou consigo mesmo que não podia magoar os sentimentos de Rindou, mas que talvez abriria os olhos do irmão. Mesmo usando óculos, Rindou Haitani ainda continuava cego.
E agora lá estava ele estava beijando a jovem, provocando e ferindo o ego do mais mais novo como sempre gostou. Talvez assim ele deixasse de ser cuzão.
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Mitsuya levou eu e as meninas para casa logo após Yuzuha reclamar de dor nos pés. Passei o final da festa com Ran dançando e nos beijando, não liguei nenhum pouco pro Rindou que parecia querer matar o irmão a qualquer instante, na verdade, riamos bastante da cara dele até Smiley chegar na área vip e eu ter os dois na palma da minha mão.
Chegando em casa me joguei no sofá já quase adormecida, logo iria amanhecer. Emma foi embora com Draken, iria dormir com ele e deixando a casa só pra mim. Quando senti minhas pálpebras se fecharem a campainha ecoou por todo o cômodo me assustando. Droga. Me arrastei pensando que Emma pudesse ter vindo pegar algo em casa, o que seria estranho já que ela tem a chave. Mas ao abrir lá estava ele, com as mãos fechadas em punho e os lábios em uma linha de insatisfação.
Ele estava completamente irritado.
- Se divertiu bastante com a minha cara hoje, S/n? - Ele entrou sem questionar - Primeiro aquele maconheiro da Toman e depois meu irmão. - Ele batia palmas se sentando no sofá.
Eu estava tão cansada que meus sentidos estavam indo embora, um zumbido na cabeça me incomodava junto com uma enorme vontade de vomitar. Eu queria dar uma resposta a altura, mas olhar Rindou ali na minha frente me dava uma sensação de desespero. Apesar de nunca ter tocado um dedo em mim, ele veio tirar satisfação e aquilo era de se estranhar. Fechei os olhos por alguns segundos enquanto o mesmo ainda reclamava, a voz dele estava ficando distante.
- SO CALA A PORRA DA BOCA - gritei sem ter aberto ainda os olhos - QUEM VOCE PENSA QUE É PARA VIM NA MINHA CASA TIRAR SATISFAÇÃO DE ALGO QUE QUEM DECIDE SOU EU? EU BEIJO QUEM EU QUISER, EU ME ENVOLVO COM QUEM EU QUISER E EU FODO COM QUEM EU QUISER!
- Porque você está gritando? - Ele ainda estava irritado porém mantinha o mesmo tom de voz irônico - Só vim aqui dizer que me surpreende você ter que apelar para o meu irmão. Não tem um, então já foi correndo até o outro, né?
- Me surpreende você ter vindo até aqui sendo que nunca se importou com quem eu ficava ou deixava de ficar. - Dei de ombro - Fazer o que se o seu irmão é um gostoso, obrigada por ter facilitado o caminho para mim. Com você fora da jogada, eu só aproveitei a brecha que ele deu.
Rindou rangeu os dentes e logo se levantou, olhou em meus olhos e pude sentir que encolhi bem na sua frente. Ele recuou surpreso, será que percebeu que senti medo de que me batesse?.
Ele sabia que antes de nos relacionarmos eu era agredida pelo meu ex namorado, não foi atoa que ele e Smiley se uniram pela primeira e única vez para matarem alguém. Eu havia ficado com o algodão doce por um tempo e logo engatei em um namoro totalmente aleatório, por fim conheci Rindou. Minha vida sempre foi assim.
Meu estômago revirou e sai correndo até o banheiro, me agachei jogando tudo para fora. Tudo doía dentro de mim, me sentia ainda embriagada junto com uma vontade enorme de dormir. Ouço a porta do banheiro abrir e o mesmo segurar meu cabelo em um rabo de cavalo bagunçado.
- Você não tem jeito mesmo - Rindou disse - Jamais encostaria um dedo em você, não precisava ter sentido medo.
Levantei um pouco o rosto totalmente cansada e o encarei em silêncio por alguns segundos. Me levantei dando descarga e indo até a pia escovar os dentes, cogitei tomar um banho mas enquanto ele estivesse na minha casa iria ter que fugir da tentação em tê-lo devolta.
Caminhamos até a sala onde ficamos em silêncio por longos minutos.
- Quero dormir, será que poderia ir embora? - Quebrei por fim aquele silêncio
- Não antes de me explicar porque fez isso? Foi para me provocar ?
- Rindou, eu só quis. O mundo não gira em torno de você - suspirei - o que tínhamos acabou como você disse. Me pediu para que não te procurasse e assim eu fiz.
- É engraçado pensar que formávamos uma ótima dupla - Olhei de lado vendo que ele fixava o chão com um sorriso - Mas você tem razão. Não temos nada mais, foi ótimo foder e brincar com você.
- Como é? - Me levantei do sofá completamente indignada, sabia que era mais uma das suas inúmeras provocações. - Se você acha que pode me tratar como mais uma qualquer que você usou... Foram seis meses, Rindou Haitani !
- Tsc - Abriu um sorriso indo em direção até a porta.
- Me peça desculpas agora - Bufei irritada - Anda logo !
- Ta ta, desculpa - Ao colocar a mão na porta o mesmo me olhou de ombro e com uma voz melodiosa se despediu - Aliás, você estava linda hoje.
Foi embora me deixando sozinha naquele ambiente. Tranquei a porta e fui correndo até o meu quarto em que a janela era enfrente a rua, ele ligou a moto e antes de ir embora seu olhar foi em direção ao meu quarto. Nós dois nos surpreendemos ao mesmo tempo, pude perceber que seus olhos se arregalaram um pouco, mas nada foi feito a não ser ter dado partida em sua moto.
- Assim não da, você não me deixa te esquecer - Senti algumas lágrimas caírem enquanto mordia meus lábios inferiores - Você é mesmo um idiota, Rin.
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