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Ficamos longos minutos em silêncio até que Draken e Takemichi apareceram puxando as meninas para longe de onde estávamos escondidas, eles escondiam seus rostos as levando para fora do galpão.

Eu olhava aquela cena com o coração apertado, queria ver Rindou, Smiley e os outros, queria saber se eles estavam bem. Mas eu não tinha mais estômago para vê toda aquela cena que circulava ao meu redor. Abracei minhas pernas encostando a cabeça no joelho.

- S/nzinha - Mikey se agachou em minha frente com um tom de voz preocupado - Esta tudo bem?

- S-sim - Menti e ele pode perceber - Só quero ficar um pouco aqui

- Está com medo ? - Tocou o topo da minha cabeça

- Não - Olhei para ele vendo seu rosto com pingos de sangue, logo abaixei - Você está nojento, Sano.

- Ah, me perdoe, as vezes acontece de eu perder o controle e ... Bom, você sabe o resto. - Limpou o sangue que escorria com o casaco da gangue - Acho que posso te dizer que Hanma e Kisaki estão mortos. Obrigada pela ajuda. - Ele tocou meu braço e eu retrai.

- Não me agradeça por ter ajudado a matar alguém, nunca fiz algo desse tipo - Parece que ele havia entendido o recado pois apenas concordou e se retirou de perto de mim.

É claro que fiz isso por todos, eu amo eles e queria que todos ficassem bem. Mas sentia como se minhas mãos estivessem sujas nesse exato momento. Respirei fundo tentando contrair todo nojo e desespero que me dominam.

Caminhei até a sala que estavam os gêmeos e vi Smiley sorrindo com algumas partes do corpo enfaixada. Rindou e Ran não estavam mais ali.

- Gatinha ! - Smiley sorriu só em me ver - Aconteceu algo?

- Não da... Nahoya. - As palavras saíram tão facilmente que só então me dei conta... Estava dispensando ele.

O garoto de cabelo laranjado olhou para o irmão que logo nos deixou a sós. Me sentei ao seu lado frustrada e ele colocou sua mão sobre a minha.

- Deixa eu tentar te fazer feliz... - Ele tomou a vez

- Você me faz feliz... da sua maneira. Como me fez feliz naquela época que estivemos juntos pela primeira vez. - suspirei pesado - Mas parece que quanto mais eu tento afasta-lo da minha vida...

- Mais ele fica - Sorriu fraco, por um momento vi sua expressão ficar séria mas logo mudou para o mesmo sorriso de sempre. Alias, Nahoya sempre estava sorrindo, uma vez ele me contou que tudo teve inicio quando o mesmo viu seu irmão mais novo chorar na sua frente.

- Sempre foi ele... - Coloquei minha mão no rosto - Me desculpa... Me desculpa por não ter sido suficiente, por não ter me esforçado.

- Ei, relaxa, eu entendo que são coisas do coração - Smiley jogou o corpo todo para trás apoiando a cabeça no sofá - Não vou te desejar felicidades, torço para que ele te machuque e você venha correndo de volta pra mim.

- Nahoya - empurrei seu corpo indignada com suas palavras - pensei que quisesse meu bem.

- E eu quero s/n ! - Fechou os olhos enquanto pensava em suas palavras - Mas juro que irei quebrar a cara dele se te magoar novamente, se ele te fizer chorar... Eu caçarei ele até no inferno.

- Obrigada por ter sido a melhor coisa que me aconteceu na vida - Peguei seu rosto delicadamente e o beijei na bochecha.

Após essa conversa nos despedimos e sai pela porta a procura dos Haitani.

Nahoya on;

- A verdade é que você nunca gostou de mim, S/n. Eu sempre estive te observando, até mesmo quando você se aventurava com ele. E quando estavamos juntos, percebi que todas as vezes que eu disse gostar de você, nenhuma delas você retribuiu olhando em meus olhos. Sempre foi ele... Até mesmo aqueles seus sorrisos... Era ele quem você pensava.

Nahoya of;

Abri todas as portas do segundo andar mas não o encontrava. Resolvi ir até o portão de entrada e foi quando eu encontrei Ran carregando Rindou nas costas, ele estava apagado. Me aproximei do Haitani mais velho que me encarou desconfiado e ao notar minha presença ficou mais tranquilo.

- Como ele está?

- Como se tivesse bebido, igual bêbado, falando coisa com coisa. - Riu ao ouvir o irmão resmungar algumas palavras - Mas talvez esteja voltando ao normal, a pancada que ele levou foi forte demais.

Me aproximei do rosto de Rindou que tinha vários cortes, não eram profundos mas talvez ficaria marcado alguns na testa.

- Rin... - Toquei o mesmo enquanto fazia um carinho nas bochechas do roxeado.

- Que perfume familiar ... - Ele estava com os olhos fechados - S/n ?

- Não é ela, Rindou - Ran se pronunciou me olhando e pedindo silêncio com o dedo indicador - Esqueceu que ela foi correndo atrás do Kawata? Você perdeu.

- Ah - Ele ficou em silêncio - Desde quando você tem mãos delicadas, Ran? Anda passando creme ?

- Cala a boca - Riu - Você ainda esta grogue depois do remédio que eu te fiz tomar.

- Faz sentido - Ele ficou em silencio por um momento antes de voltar a falar - Irmão...  Você pode fazer parar essa dor ?... - Rindou falou quase como um sussurro e eu senti prendendo a respiração só para pode-lo ouvir

- Parar o que? - encarei o Haitani que também não havia entendido o pedido

- Que dor você esta sentindo, Rindou ? - Ran respondeu o garoto ajeitando o mesmo nas costas

- Esses sentimentos que tenho pela S/n. É tão sufocante e doloroso... - soltou um sorriso nasal. Ele dizia tudo com os olhos fechados, talvez pela dor ou cansaço - sentir a falta dela.

- Então você tem sentimentos por ela? Uau, finalmente admitiu - Começou a caminhar comigo ao lado escutando a conversa deles.

- Ran... Será que ela poderia voltar a gostar de um cara como eu?

- Isso você terá que perguntar a ela.

Meu coração batia tão acelerado enquanto algumas lágrimas caiam, mordi os lábios tentando me manter em pé, minhas pernas estavam bambas. Eu queria acorda-lo e dizer que eu nunca deixei de gostar desse idiota. Mas eu sabia o quanto ele se sentiria envergonhado e talvez pensasse ser humilhante da parte dele.

Ran deu uma última olhada pra mim se despedindo enquanto eu retribui o tchauzinho dele. 

 

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𝙸𝚏 𝙾𝚗𝚕𝚢 | 𝚁𝚒𝚗𝚍𝚘𝚞 𝙷𝚊𝚒𝚝𝚊𝚗𝚒Onde histórias criam vida. Descubra agora