Boa leitura!
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Pov: Maraisa
Mais uma vez eu me via completamente perdida, imóvel e sem forças para me mover do lugar de onde eu me encontrava. Adrien estava diante de mim me encarando com seus olhos transbordando ódio, seu sorriso diabólico estampava a face da maldade, o homem se divertia com o meu sofrimento e desespero ao ter minha filha arrancada dos meus braços por ele. Sem pronunciar uma única palavra e com o seu olhar tenebroso sobre mim, ele foi se afastando á passos lentos enquanto eu chorava e implorava para que ele não levasse minha filha. Aos poucos o homem foi sumindo do meu campo de visão, Maisa gritava desesperada e eu não consegui fazer nada para impedir que ele fosse embora com a minha pequena.
Acordei dando um pulo sobre o colchão, encarando imediatamente o lugar onde minha filha dormia tranquilamente. Seu rostinho angelical me trouxe um alívio imediato ao tê-la ao meu lado. Tudo mais uma vez não passou de um pesadelo como vinha acontecendo desde o dia em que tive conhecimento das as ameaças enviadas pelo homem, naquela mesma noite eu não consegui pregar o olho, a sensação de que Adrien entraria a qualquer momento no apartamento me atormentava. Já fazia três noites que eu não conseguia dormir direito, encarei o relógio que marcavam quarto e vinte da manhã, passei as mãos no rosto me movendo devagar sobre a cama para não acordar a criança, calcei meus chinelos seguindo até a cozinha tomando um copo de água, meu coração ainda estava acelerado e minhas mãos um pouco trêmulas. Respirei profundamente tomando mais um pouco do líquido, jogando o restante de água na pia lavei o copo colocando-o no escorredor regressando ao quarto. Voltei a me acomodar no colchão e de baixo da coberta trazendo minha filha para meus braços, ajeitei a criança com cuidado beijando levemente seus cabelos sentido seu cheirinho de bebê espantar todos os meus medos. O resto da madrugada se arrastou lentamente, voltei a encarar o relógio de cabeceira que agora marcavam pouco mais de seis da manhã, ajeitei Maisa no travesseiro cobrindo a menina, me levantando para preparar um café. Após terminar o preparo da bebida, enchi uma xícara com uma boa quantidade de cafeína, puxando uma cadeira me sentando beberiquei meu cafezinho fumegante. Esses dois últimos dias foram um caos pra mim, pensei que depois de ler os prints feitos pela minha irmã das outras ameaças enviadas por ele eu pudesse encontrar algo que me daria um pouco mais de tranquilidade, mas não, as palavras escritas eram praticamente as mesmas, sua intenção era me atormentar me apavorando com promessas de tirar minha filha de mim. Mai havia bloqueado todos os números que Adrien usou para fazer as ameaças e até o momento ele não havia usado nem um outro para entrar em contato. Não sei se isso era bom ou ruim, o silêncio por parte dele chegava a ser ainda mais perturbador do que as próprias ameaças, Maiara e eu fomos no dia seguinte a uma delegacia registrar o boletim de ocorrência, mas infelizmente os print's não foram aceitos como provas pois para a justiça esse meio se tornou algo muito fácil de se manipular através de aplicativos fakes, colocando em dúvida a veracidade das mensagens.
— Bom dia, metade! — Mai apareceu na cozinha bocejando esfregando um dos olhos.
— Bom dia, fiz café. — ergui minimamente a xícara mostrando para ela.
— Já faz tempo que você está acordada? — minha irmã perguntou, pegando um copo.
— Desde às quarto da manhã. — soltei um suspiro longo.
— Outra vez o pesadelo? — Maiara se sentou ao meu lado, deixando o seu aparelho celular sobre a mesa, se servindo com um pouco de café.
— É, e a cada dia eu tenho a impressão de ser mais real. — lamentei abaixando os ombros.
— Era exatamente isso que eu queria evitar quando decidi não te contar.
— Isso não é motivo para me esconder algo tão importante, e você sabe muito bem Maiara. — repreendi minha irmã.
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Um Novo Começo
RomanceMaraisa é uma professora de música que vivia em um relacionamento abusivo, sendo constantemente agredida e humilhada por seu companheiro. Cansada, e temendo pela própria vida, e a da filha de apenas três anos, ela busca refúgio em São Paulo, na casa...