Capítulo 3 - Bons sonhos

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Quando a garota se vira pra Jack que ele fica verdadeiramente preocupado, as mãos da garota estavam tremendo e as lagrimas estavam jorrando de seus olhos, Jack já começava a assumir o pior quando Elizah abriu um sorriso de orelha à orelha e vira a carta para mostrá-lo – Eu passei... - Diz Elizah chorando de alegria enquanto Jack também começa a derramar lagrimas.

- Não me assusta assim nunca mais sua pirralha – diz Jack com uma falsa raiva indo abraçar Elizah. - Eu já tinha começado a achar que tinha reprovado – Fala Jack dando um abraço de urso na garota.

- Sério que você achou que eu não ia passar, eu quase morri de tanto estudar e treinar para as provas físicas e de controle de magia – diz Elizah abraçando o homem de volta.

-Se você tinha tanta certeza de que iria passar, porque você ta chorando então? - pergunta Jack, derramando rios de lagrimas enquanto abraça a menina.

- Eu estou chorando de felicidade, porque graças ao meu destaque nas provas eu ganhei uma bolsa integral, parece que eu passei em primeiro lugar na verdade – Responde Elizah fungando e enxugando suas lagrimas no ombro de Jack.

Assim que os dois se desvincularam do abraço começaram a analisar melhor a carta de admissão, e rapidamente perceberam algo que possivelmente seria um problema. Apesar de ter passado com as melhores notas dentre todos, e ter adquirido uma bolsa integral, parece que quem decidiu a data de entrega das cartas respostas não pensou direito na situação da pessoa que fosse receber tal prêmio.

Ao notar a data de início das aulas para os bolsistas, tanto Jack quanto Elizah se espantam, não teria como isso ser sério. - A carta havia sido entregue no dia anterior ao início das aulas? Isso só pode ser uma brincadeira de mal gosto – pensam ambos ao lerem a data em que Elizah deveria ir à escola.

- Sério isso? Eu achei que ia ter mais tempo pra me arrumar pra ir pra lá - Diz Elizah se direcionando para as escadas – Eu acabei de arrumar meu quarto, mas acho que agora vou ter que esvaziar ele.

- Coloca as coisas de menor importância em caixas de papelão para serem entregues depois, coloca na sua mala só o necessário para alguns dias, eu vou me certificar que as caixas sejam entregues dentre um a dois dias pra você no dormitório da escola. - Orienta Jack se direcionando para a porta.

- Pra onde você vai? - pergunta Elizah ao ver o homem indo em direção a saída.

- Vou ir ao mercado comprar alguns ingredientes, já que hoje será sua última noite aqui, pelo menos por enquanto, vamos ter um banquete de até logo. - Diz Jack sorrindo para Elizah enquanto ele termina de fechar a porta para ir ao mercado.

O resto do dia rapidamente se esvaiu, Elizah passou a tarde toda separando e depositando seus pertences em caixas e separando algumas coisas em sua mochila e mala para levar para a escola no dia seguinte. Segundo algumas informações que constavam na carta, um uniforme sob medida para a jovem seria entregue a ela quando ela chegasse à escola, junto de alguns de seus materiais como livros e sua agenda escolar, indicando os horários das aulas, e também ao chegar à escola seria designada ao seu dormitório.

No fim da tarde as crianças retornaram da escola e Luna retornou da creche, logo as crianças foram notificadas do sucesso de sua companheira em ser aceita na escola, e todos comemoraram junto a ela, durante o preparo da janta em que todas as crianças insistiram em ajudar Jack, para fazer algo muito especial para sua companheira que logo estaria de saída.

Luna decidiu passar um pouco do tempo que tinha após o jantar com sua pessoa favorita, e prometeu a Elizah que passaria a se comportar e não jogaria mais comida em Jack, em troca Elizah tinha que prometer que iria visitar todas as crianças recorrentemente no orfanato, e trazer doces para todos, já que Jack não era um bom confeiteiro que nem a Jovem dos cabelos brancos. Claro que Elizah prometeu que iria visitá-los a todo momento, afinal, aquela era sua casa, e traria muitos doces para todos ali sempre que os visitassem.

Rapidamente a noite chegou ao fim, já estava bem tarde, todos haviam brincado e comido muito, todas as crianças já estavam dormindo, e Elizah que havia colocado todos em suas respectivas camas para desejá-los boa noite e bons sonhos, e ninou Luna até que a pequena dormisse, colocando-a em sua cama, já que Luna tinha mais dificuldades em pegar no sono.

Após todos, incluindo Jack, estarem dormindo, apenas Elizah ainda estava acordada, eram no momento três da manhã, a adolescente consegui pegar no sono as meia noite e meia, mas depois de pôr volta de duas horas de sono acabou acordando com um de seus pesadelos costumeiros.

Depois de um tempo acordada Elizah decide descer até a cozinha para tomar um copo da água para se acalmar e tentar dormir mais um pouco, o caminho até o primeiro andar não teve nada de diferente a não ser pela escuridão do meio da noite, mas quando Elizah botou os pés no andar de baixo da casa ela ouviu um ruído estranho de fundo, vindo da direção que parecia estar a cozinha, que convenientemente para alguém que tentasse invadir o local, havia uma porta que dava direto para os fundos.

Já imaginando que alguém pode estar tentando invadir o local Elizah começa a conjurar um feitiço de invocação de arma silenciosamente, apenas com sussurros quase inaudíveis e gestos de mão uma espada curta surge na mão direita da adolescente e ela ruma para a cozinha pensando – o que alguém roubaria em um orfanato? Será que quem está invadindo quer mesmo roubar algo? - Sorrateiramente Elizah chega na beira da entrada para a cozinha e novamente ouve o ruído que havia ouvido antes, percebendo agora com mais clareza que o ruído está vindo do lado de fora da porta, mas antes que Elizah tivesse tempo de pensar em qualquer coisa ela ouve a porta sendo aberta. - Merda - é tudo que a jovem tem tempo de pensar antes que um vulto extremamente ágil entrasse na cozinha, pulando pelos balcões, e se movimentando tão rápido que era impossível de discernir o que o vulto era.

Elizah entra em posição de combate, já se preparando para lutar com seja lá o que estiver dentro daquele cômodo, quando ela estava prestes a entrar em cena o vulto dá um pulo de um lado da cozinha até a porta, a fechando em sua aterrisagem. 

Ruínas do passadoOnde histórias criam vida. Descubra agora