Capitulo um - Piloto

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Regina estava especialmente entediada hoje, principalmente por ter pernoitado a quinta noite seguida para tratar de assuntos da prefeitura, especificamente da faculdade recém aberta na cidade.
Todos os professores já estavam na ativa e o primeiro ano letivo já estava funcionando para 4 especialidades sendo elas: Direito, Administração, Culinária e Letras.
Quando a cidade foi integrada aos Estados Unidos depois da quebra da maldição, Mills se viu na obrigação e talvez, apenas talvez pelo seu orgulho, de ser uma cidade exemplar.

- Regina?- Emma a chamou e a morena levantou a cabeça ainda exitante se deveria ou não dar atenção a mulher a sua frente.

- Senhora Swan, a que devo tamanha felicidade?- A irônia presente no tom de voz da prefeita fez a maior conter um suspiro.

- Ruby disse que iria até Boston, é verdade?- Apesar da vontade de mandar Emma cuidar da própria vida, subitamente se ajeitou na cadeira e buscou a verdade em seu cérebro.

- Bom, a Senhorita Lucas sabe que precisamos de alguém especial para o time feminino da universidade, quero dizer, Robin joga bem mas é da posição defensiva...

- Zagueira.- Corrigiu fazendo Regina revirar os olhos.

- Que seja.- Voltou atenção para o contrato.

- Hook se ofereceu para fazer sua segurança.- A mulher fechou os olhos com força só de imaginar a presença de gancho por mais de 72 duas horas.

- Prefiro que me matem a facadas.- Respondeu sinceramente.

- Regina... David está ocupado com a divulgação do novo livro de Henry e alguém precisa ficar na delegacia. Do mesmo modo que não posso deixar a prefeita da cidade sair assim, sem ninguém para escolta-la.- Cruzou os braços na esperança da superior a observá-la, mas sem sucesso.

- Emma eu tenho idade o suficiente para me cuidar só.- Ressaltou.- Henry tem 29 anos agora, é casado e bem sucedido. Sou sozinha agora... Sei me cuidar.

A loira considerou o peso das palavras que havia escutado. Ela sabia o que a mulher queria dizer, como se ela vivesse em um mundo cor de rosa com Hook e a pequena Hope, sua filha de 11 anos. Fazia muitos tempo que Regina havia se enfiado na prefeitura com foco apenas no trabalho.
Agora a cidade era muito mais populacional, mas não por pessoas comuns, mas por pessoas dos contos de todo o mundo.

- TIA!- Robin exclamou ao passar pela porta junto de Alice, ambas estavam com uniforme e suadas.

- Oi, querida.- Finalmente levantou os olhos e deu um pequeno sorriso ao ver a sobrinha.

- Nós viemos pra saber quando a bolsista chega! Tipo, faltam apenas 3 meses pro campeonato e...

- Já estou tratando disso.- Ofereceu um sorriso reconfortante.- Como foi o treino?

- Hm... bom. Enfim, viemos te chamar para a festa no restaurante da vovó.- Disse animada enquanto Alice trocava algumas palavras com Emma.

- Não, mas obrigada por me comunicar.- Sua expressão se tornou fria novamente e a Mais nova sentiu uma pontada no peito.

A cada dia que passava, Regina se tornava mais fria e distante de todos. Depois de mais de 10 anos sozinha ela voltou a ter seu coração petrificado.
Como se não bastasse isso, ela sentia sua escuridão aumentar também, da mesma maneira antes de Henry.
Emma suspirou e pediu discretamente para que as meninas saíssem do local, ainda pensando sobre convencer a Rainha sobre não se aventurar sozinha.

- Regina, deixe-me acompanhá-la.- Insistiu com suas íris verdes suplicantes brilhando pelo sol, que iluminava a sala.

Regina desistiu de resolver os contratos e os guardou na gaveta de sua mesa, ela soltou o ar dos seus pulmões e olhou nos olhos da princesa.

- Isso é realmente tão importante?- Questionou com uma dúvida genuína nos lábios.

- Faça isso por Henry, ele ficará preocupado.- Foi golpe baixo. Emma sabia disso.

Os olhos castanhos miraram a parede branca do escritório, ela sabia que Swan tinha razão.

- Certo, esteja aqui amanhã as 6 horas em ponto.

No colégio Lacrosse, Sam corria pelo gramado driblando suas companheiras de equipe, quando chegou na entrada da área chutou marcando seu 6 gol no treino. Foi quando ouviu o apito do treinador.

- Smith, venha até aqui.- O homem bigodudo ordenou fazendo a loira correr na sua direção.- Enlouqueceu? Quer uma barra de cereal?

- Não entendi.- Respondeu ofegante.

- Porque fominha você é!- Gritou e a adolescente revirou os olhos.

- Não apareceu ninguém! Queria que eu fizesse o que?!- Alterou o tom de voz e o homem se enfureceu.

- Samantha! Eu entendo que você queira parecer amedrontadora mas eu não tenho medo de você! Muito menos dessa sua postura de rebelde! Até mudar esse seu comportamento você é banco!- Berrou no rosto da garota que trincou o maxilar.

- Amanhã virão olheiros de todo lugar!- Sua voz tremeu um pouco e ao olhar ao redor, percebeu que todos, tanto do campo quanto da arquibancada observavam a interação de ambos.

- Treinador com todo respeito, Sam é a nossa 10...- Faire, a atacante da equipe tentou defender a melhor amiga, mas logo foi cortada.

- Ela tem que aprender sobre hierarquia.- Disse por fim antes de sair.

A loira chutou o gramado sussurrando um "merda". A morena ao seu lado sabia que não era um momento bom para tentar anima-la, então apenas seguiu em direção ao vestiário.
Depois de míseros minutos, Smith desceu as escadas até o vestiário. A garota tirou a camisa do time e despejou no cesto, ela sabia que não tinha tempo para um banho relaxante, então caminhou até a pia para lavar o rosto.
Os olhos castanhos analisaram a própria face com desgosto, Sam realmente se odiava. Toda vez que olhava a maldita cicatriz que ultrapassava como uma linha no lado esquerdo do seu rosto, entre seu olho e sobrancelha.
Ela sabia que havia sido abandonada no meio de um lugar terrível, com o objetivo de ser esquecida para sempre; E quando Anastásia, uma senhora que buscava lenha pelo local a encontrou, teve o azar de sobreviver.
Logo após observou a tatuagem de caveira no braço esquerdo, deu um pequeno sorriso ao lembrar o quanto sua mãe surtou ao ver aquilo quando chegou na cabana.
Os braços musculosos logo foram cobertos quando ela vestiu seu habitual moletom junto de uma calça jeans surrada e um tênis velho branco que pegou nos achados e perdidos.
Tratou de ir até o estacionamento pegar sua bicicleta, estava na hora de ir para casa.

Swanqueen - A Filha Perdida Onde histórias criam vida. Descubra agora