Capítulo onze

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"- Você sabe o como a magia é imprevisível e...

- Regina, o que está acontecendo?- Bateu as mãos no encosto da cadeira, a mulher apenas fechou os olhos e prendeu a respiração.

- Eu estou esperando um filho seu, Emma."

- Que tipo de brincadeira é essa?- A loira franziu o cenho.- Você está brincando, certo?

- Não.- Tirou uma caixa de debaixo da mesa com todos os exames, testes e um gravador da conversa com Gold.

A xerife olhou cada exame, cada teste é ouviu 3 vezes a gravação, afinal Ingrid tinha que ser eficiente na farsa que estava criando.

- Isso não deveria ser possível.- Se levantou irada.- Isso fere a natureza! Eu não quero uma criança dessa forma!

- Emma eu não sei como isso aconteceu mas eu...

- Eu vou negar até a morte, ninguém sabe do nosso caso de qualquer jeito.- Cuspiu as palavras maldosas como vespas. O peito da rainha foi cortado com mil facas, pisoteado por milhões de pés e destruído com bilhões de vespas... não foi, foi bem pior que isso.

Regina se afogava no sentimento ruim que tomava o seu peito, as lágrimas caiam pelo seu rosto como em uma cachoeira, ela não sabia o que dizer.
Ela tinha confiado em Emma, aberto seu coração depois de anos, se sentiu tão amada e segura naquela noite que isso gerou uma vida, feita do perfeito equilíbrio entre as almas de ambas, mas isso nunca mais aconteceria, pois ela nunca mais cometeria o mesmo erro de novo.

- E o que você quer que eu faça? Eu já estou grávida!- Gritou e então Emma seu a volta na mesa e empurrou a morena contra a parede.

- Você vai tirar, simples assim.- Os olhos da gestante estavam vermelhos pelo excessivo choro, mesmo que silencioso.- E se você não o fizer, eu mesmo farei.

A salvadora soltou a mulher, sem ao menos se importar com o jeito que Regina estava fisicamente, Ingrid saiu da sala satisfeita com a sua performance; Mais um bolo de dinheiro a esperava e depois disso ela poderia ter um pouco do deleite de como é ser uma rainha.
Quando já estava longe do escritório, o feitiço se quebrou deixando a mulher debilitada pelo excesso de esforço corporal.
A rainha chorava no escritório amaldiçoando a ideia de ter se apaixonado pela filha da branca de neve, obviamente isso não terminaria bem para ela; pediu para a sua secretária desmarcar os compromissos do dia e avisou que sairia de licença por tempo indeterminado e que Gold, o "dono" da cidade assumiria seu lugar por todo esse tempo.
Ao chegar em casa ela se jogou no sofá continuando todo o seu penar, foi quando viu a sombra de Gold e se amaldiçoou por ter tanto azar.

- O que faz aqui?- Secou os olhos com um lenço.

- Vim te oferecer um acordo, é claro.- Ajeitou seu terno observando o estado deplorável que a elegante prefeita se encontrava.

- Como pode saber de tudo que acontece nessa cidade?- Rumple ponderou com a cabeça.

- Sua secretária tem a língua muito solta, sorte a sua que eu a demiti e posso ter feito ela esquecer sobre o ocorrido.- Sorriu.- Acho que está me devendo uma.

- De que acordo você veio tratar?- Inconscientemente a mão da mulher estava sobre o seu ventre, Gold observou o deslize.

- Oh é muito simples, querida.- Caminhou com o auxílio da bengala até o sofá sentando ao seu lado.- Você some da cidade durante o período da gestação e então, quando a criança nascer eu a levo para bem longe do conhecimento de Swan.

Regina não queria dar o braço a torcer, mas a proposta independente do que fosse pago, a interessava muito; assim que recebeu a maldição de não poder gerar filhos, isso a assombrou por anos e mais anos, e agora que isso foi quebrado ela não queria simplesmente desistir da gestação dessa maneira, era queria ter o prazer de ter ao menos uma gestação.

- O que você quer em troca?- Perguntou tão rispidamente que Gold quase riu com o interesse da mulher.

- Eu vou te lançar um feitiço com a própria magia de Emma, impedindo você de gerar de qualquer maneira novamente.- Ele mostrou um pequeno vidro com uma fumaça branca que se movia aleatoriamente.

Era como voltar a estaca 0, Mills poderia simplesmente desistir dessa gestação e gerar de novo com qualquer um... mas seu peito doía só de pensar na possibilidade. Mesmo que a dúvida rondasse seu lado racional ela não queria nem cogitar tal acontecimento.

- Feito.

(...)

A prefeita escolheu passar os 9 meses na tranquilidade do campo, bem longe de Storybrooke; lá ela conheceu um casal de caseiros, John e Mary, eles cuidavam da propriedade quando Regina comprou. Mary acolheu a mulher como alguém de sua própria família, John sempre trazia donuts da cidade quando ia abastecer, eles adoravam a rainha.
Quem achou o lugar foi Gold, que perguntou se serviria a morena, a mesma aceitou prontamente.
Ela nunca havia pensado em voltar a sua adolescência, não onde era perdidamente apaixonada por Daniel, mas sim para o campo, cavalos, café recém passado e pães feitos na brasa.
John lembrava muito Henry, seu pai. Pois o senhor era tão simpático e sempre lhe fornecia bons conselhos. A saudade de Henry, seu filho, apertava em seu peito, quase gritava.
Deu a desculpa que estava viajando o mundo para melhorar a cidade em infraestrutura e laser, não que ela estivesse mentindo pois estava tendo diversas conferências online e estava estudando muito o urbanismo americano.

- Ela é linda, qual nome você dará?- Já havia poucos dias que Regina havia dado a luz a uma menina linda, todos os dias ela tentava se desapegar da pequena, mas os seus olhos chocolates brilhavam chamando ela para sempre.

- Eu não sei, Mary.- Ninou a pequena em seus braços.

- John acha que ela tem os seus olhos.- Voltou a sua atenção para pia de louça que estava a sua frente.

- Ela é tão pequena... me lembra, Henry. Meu primeiro filho.- Sorriu para o pequeno embrulho nas mãos.- Henry foi o começo da minha felicidade... e agora esse presente de algo tão improvável.- Apertou o bebê contra si.- Ficar sem ela seria o fim da minha felicidade.- Uma lágrima solitária pingou sobre a manta roxa.

Todos os dias, sem falta, ela amaldiçoava Swan por destruir o sonho dela, por dar o que ela mais queria e depois fazer ela arrancar de si. Ela amava Emma, ela já havia cansado de mentir sobre isso quando começou a se envolver com a salvadora, que nunca mostrou relutância sobre isso. Mas na primeira oportunidade ela a destruiu por dentro, por mais poderosa que Regina fosse, ela não era tanto quanto a Xerife.

Ela não ia apostar a vida da sua filha.

A dor do parto foi devastadora, mas Mary disse que o sorriso no rosto da mulher não saiu por nenhum momento mesmo com a dor destruidora. Gold a visitou na madrugada que o bebê veio ao mundo, mas Regina implorou por mais uma semana com a criança que ele sedeu com muita má vontade.

- Samantha, o nome dela será Samantha.- Virou-se para Mary.

- Agora eu posso bordar o nome na manta, como havia me pedido.- Então seu peito doeu mais uma vez, o dia em que Gold a buscaria estava muito próximo.

Alguns dias depois, o barulho do motor do veículo de Gold foi ouvido. A Rainha ninava a princesa calmamente em uma cadeira de balanço, ela estava com os cabelos soltos, um vestido preto descalça, com os olhos vidrados na bebê a sua frente. O homem ativou o alarme colocando seus óculos escuros no rosto, ele estava mordendo as bochechas para não transparecer a felicidade que sentia.

- Vamos? Tenho que deixar você no aeroporto.

John carregou a mala da Rainha até o carro, ela se despediu dos caseiros com um abraço apertado em cada um, eles não sabiam mas ela havia passado a propriedade para o nome deles.
Gold entregou calmantes a Regina para que ela estivesse dopada ao chegar no destino, ele calçou saltos na mulher e ajudou a mesma a embarcar segurando Samantha ao mesmo tempo.
Quando se certificou que Regina estava em um voo para Boston, deu início a sua parte do plano, afinal ele falou longe de Emma, não segura.
Ele dirigiu até uma floresta local, não desligou o veículo, apenas deixou Samantha lá e antes de voltar para o veículo deu uma última olhada vendo lobos a uma certa distância.

- Adeus, Samantha Swan-Mills.

Swanqueen - A Filha Perdida Onde histórias criam vida. Descubra agora