Capitulo sete

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"- Temos sim, principalmente por você nunca mais ter agido normalmente na minha presença!- Ela parou de caminhar e fechou os olhos com força, nunca esperaria que aquela conversa iria acontecer.- Eu errei feio, eu sei...

- Você apareceu noiva na semana seguinte, Emma...- Sua voz saiu como em um sussurro maldito, seu coração parecia bombear medo por todo seu corpo. Medo e dor.- Você é mestre em fingir que nada aconteceu."

- Eu entrei em pânico! Eu finalmente estava me dando bem com meus pais, sem a loucura de vilões, magia e tudo mais...- Suas mãos gesticulavam freneticamente, sua voz também falhava.

- Foi só uma noite, não deveria se culpar tanto. Tive várias como essas.- A mentira mais descarada que encontrou. Como uma espada de dois gumes, partiu ela também ao meio. Continuou o caminho até a estante pegando um livro qualquer.

- Então é isso que nós fomos? Uma noite qualquer?- A loira retirou o objeto da mão da prefeita que segurava o choro o máximo que podia.

- Depois de 17 anos você vem me questionar sobre o dia do baile de máscaras? Ou melhor, sobre uma simples inauguração da estátua de Robin Hood.- Emma sabia que estava errada, mas esse sentimento nunca morreu dentro dela. Ela foi covarde ao escolher o caminho mais fácil e ao não ter se declarado a morena, selou seu destino.- Se você está com o Jones ou não, você escolheu isso a 17 anos atrás.

- Tá tudo bem aqui?- Henry acendeu a luz do lugar, antes apenas iluminado pelo pequeno abajur com sensor de movimento. As mulheres se entre olharam, Emma ia formular uma frase mais Regina foi mais rápida.

- A senhorita Swan já estava de saída.- Como em uma ordem, a xerife apenas deu um sorriso falso em direção ao homem parado na frente de ambas.

- Cuide-se, garoto.- Deu um beijo no topo da cabeça do rapaz, olhou para trás com os olhos brilhando, ela estava segurando todas as dores da recém discussão; lá ela viu os olhos levemente arroxeados da rainha.

Já dentro da caminhonete, a salvadora andava a uns 10km por hora, não possuía pressa alguma para voltar a delegacia. Foi quando ela decidiu passar na vovó para tomar algo forte.
Verificou o horário, ainda era 22:17 o que dava bastante tempo para o horário de fechamento.

- Emma Swan! Achei que tivesse voltado a Neverland.- Ruby brincou olhando em direção a xerife, quando o sino soou revelando a única cliente daquele horário, a mulher sentiu uma felicidade instantânea ao ver sua melhor amiga.

- Antes tivesse tomando uma surra do Pan.- Resmungou jogando as chaves da caminhonete sobre o balcão, procurou o assento giratório nem tão confortável, mas era a opção no momento.- Um duplo  sem gelo, por favor.

- Urhg, noite difícil?- A garota buscou o whisky de baixo do balcão rompendo o lacre do mesmo.

- Você nem faz ideia.- Passou as mãos pelas têmporas, esperando que isso diminuísse sua dor de cabeça.- Alguma novidade?

- Na verdade sim...- Quando a virou o líquido, Lucas Despejou de uma vez.- Eu estou grávida.-Emma se engasgou imediatamente, em uma busca desesperada por ar ela se pôs de pé batendo contra o próprio peito.- Você está bem??

- Sim... Quero dizer, meus parabéns! Quer dizer que a inseminação finalmente deu certo?- Caminhou até o outro lado do balcão dando um abraço caloroso na loba que sorria aliviada.

- Eu estava doida pra te contar, mas você vive fazendo rondas e quando vem, está no turno de Roland cuidar da lanchonete.- Riu se separando do abraço.- Zelena contou a Regina na semana passada, em um jantar na nossa casa.

- Oh, então foi sobre isso o jantar!- Finalmente o mistério havia sido revelado.- Está de quantas semanas?

- Quatorze, logo poderemos saber o sexo e eu estou muito ansiosa.- Aquilo havia apaziguado a alma da loira. Zelena e Ruby tentavam isso a pelo menos 6 anos, até feitiços fizeram, mas a magia de Zelena era muito fraca para tal.

- Vai dar tudo certo, Rubys.- Sorriu dando a volts novamente no balcão.- Agora mais um duplo por favor.

- Emma...- O olhar de repreensão não assustou a xerife, ela realmente precisava disso.

- Apenas para brindar a vinda do meu afilhado, que mal tem?- Piscou em direção a mulher que negou com a cabeça já sabendo como iria terminar aquela noite.

Todos já haviam ido embora do treino, o zelador Leroy a expulsou do campo para fechar o colégio, então Sam estava na praça da cidade jogando em um gramado vazio. Ela não queria ir para casa, pois Anastásia havia a expulsado do hospital quando desmaiou mais cedo, ela disse que não queria que a garota a visse passando tão mal. Então Whale a proibiu de visitar a senhora até o dia seguinte, quando provavelmente reberia alta.
Sua mente estava cheia e seu corpo cansado, mas Smith precisava manter sua mente longe de pensamentos intrusivos, e futebol era a melhor maneira para isso; Então ouviu uma discussão vindo do Granny's, que ficava bem próximo dali.

"Rubys eu tô bem, deixa ei entrar na caminhonete!" Escutou chegando perto do lugar da confusão, sua mochila estava nas costas e a bola de baixo do braço.

"Emma, eu não posso te levar em casa porquê o restaurante vai ficar sozinho, deixe eu ligar para David." Ruby dizia preocupada.

- Eu levo ela.- Sam se aproximou correndo.

- Hey, garota.- Seu sorriso apareceu, a mais nova sentiu o cheiro de álcool a distância, mas quando se aproximou ficou pior.- O que faz na rua a essa hora? É perigoso.

- No momento acho que você está mais em apuros que eu.- Riu jogando a bola e a mochila na caçamba do carro.- Sou Samantha...

- Samantha Smith, você deveria saber que em cidade pequena qualquer turista vira pauta por dias.- Brincou apertando a mão estendida da mais nova.- Wow, na verdade parece que fui eu que bebi. Vocês duas são quase iguais!

- Pois é, escutei isso na últimas semanas.- Tirou sua jaqueta caqui e jogou na caçamba com o resto das coisas.

- Irado!- Apontou para a caveira no braço da mais nova que deu um sorriso tímido.

- Vamos fazer uma igual? Me leve até o Flyn, eu quero uma tatuagem agora!- A xerife falava tão embolado que era como resolver um caça palavras ao vivo.

- Calma aí, radical.- Ela pegou a chave da caminhonete da mão da mulher e destrancou o carro.- Vamos, vou te ajudar a subir no banco do passageiro.

- Tem certeza que consegue?- Por mais que Ruby soubesse que ambas eram parceiras de trabalho, não podia deixar de temer pela vida da amiga.

- Eu consigo dirigir!- Endureceu o corpo na hora da subida, mas Samantha era realmente muito forte, e conseguiu empurra-la para dentro.

- Tudo bem, já que está tão boa... vamos para o questionário que você mesmo me fez na delegacia.- Piscou em direção a loba que riu da travessura.- Qual a verdadeira identidade da branca de Neve?

- Ela é minha mãe! E o encantado? É meu pai, o David que trabalha conosco.- Ruby sabia que tudo isso era verdade, mas para Sam pareceu ser a maior piada do mundo já que a gargalhada que ela soltou foi sincera.

- Claro que sim, Emma. Eu sou filha da rainha má.- Ironizou subindo na caminhonete.- Obrigada por cuidar dela.

- Leve-a em segurança.- A morena pediu antes de voltar para dentro da lanchonete.

Smith conectou o celular na caminhonete para tocar algumas músicas, Swan quase dormiu com a excelência que a mais nova conduziu o carro até a sua residência, que ela só sabia onde era por Hope, pois levou a menina em casa algumas vezes depois da escola.
Manobrou e abriu a garagem com o controle que estava no porta-luvas. A parte mais difícil foi subir com a Xerife pelas escadas, mas conseguiu. Ela também verificou Hope em seu quarto, a babá havia dormido ali também naquela noite.
A casa era um a alguns quarteirões do seu apartamento, e ao verificar o relógio na parede viu que já passava de meia-noite; Ela sentou no sofá na esperança de descansar um pouco e ir embora o mais cedo possível, mas acabou adormecendo ali mesmo.

Swanqueen - A Filha Perdida Onde histórias criam vida. Descubra agora