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(NARRADORA)

Any parou o carro em frente a um prédio alto, debaixo de uma sombra aconchegante, pois o sol estava castigando a cidade de Belo Horizonte.

Luca- Uau! Que prédio alto, Any! (Luca exclamou, encantado, enquanto olhava pela janela)

Any- É bem alto mesmo, né? (Any olhou de relance para Josh. Então, ao saltar do carro, abriu a porta de Luca e contou-lhe com um sorriso alegre:) Aqui vai ser onde você e o Josh vão morar a partir de agora.

Luca- Sério?!

Any- Uhum!

Any mal pôde esperar por qualquer reação Luca se lançou aos seus braços, abraçando-a forte. Josh, vendo aquilo e rodeando o carro, achou necessário conter um pouco a alegria do irmão, que estava apertando a barriga, já um pouco saliente, da morena. Ele ainda se lembrava de tê-la ouvido dizer que estava grávida.

Josh- Cuidado, Luca. Você está...

Mas o garotinho tampouco deu tempo a Josh. Soltando Any repentinamente, Luca literalmente se lançou aos braços do irmão, que o segurou enquanto ele envolvia sua cintura com suas pernas.

Luca- Nós vamos ter um lugar pra morar, Josh!

Ao ouvir o amiguinho dizendo aquelas palavras, Cauê, com sua inocência de criança, perguntou:

Cauê- Vocês não têm casa?

Luca negou balançando a cabeça e, depois, respondeu:

Luca- A nossa antiga casa pegou fogo, mas isso já faz muito tempo... Não é, Josh?

Naquele momento, o jovem rapaz não soube ao certo o que sentir. Ele tinha um nó na garganta. Não queria chorar de tristeza, mas também não queria chorar de alegria. O choro preso em sua garganta estava mais para um choro de alívio; um alívio por não precisar ter mais as estrelas do céu como teto.

Então, na confusão de sentimentos, quando Josh ergueu o olhar, enxergou a imagem de Any um pouco borrada, eram as lágrimas lhe embaçando a visão. Luca, por sua vez, notando o semblante pranteador do irmão, perguntou, preocupado:

Luca- Que foi, Josh?

Mas, mesmo que Josh contasse cada detalhe do estranho alívio que sentia no peito, Luca não seria capaz de entender, ou, pelo menos não por enquanto; precisava crescer um pouco mais para compreender. Mas Any, apenas pelo olhar, entendeu, pois ela havia crescido e aprendido a ler as emoções. E, talvez, tenha sido por isso que seus olhos também arderam, enquanto Josh continuava a derramar lágrimas contra a sua própria vontade.

Any- Vamos entrar? (perguntou a morena, trancando o carro e passando para o lado de Josh para perguntá-lo:) Tudo bem?

Josh- Tudo. (ele murmurou em resposta enquanto tentava controlar as lágrimas)

Luca- Por que você está triste, Josh? (Luca perguntou)

Josh- Eu não estou triste, amigão. (o jovem rapaz respondeu com um tom choroso e puxou o irmão para perto, abraçando-o)

Luca- Então por que você está chorando?

Any e Josh se entreolharam, erguendo as sobrancelhas ao mesmo tempo, então, pela primeira vez, a morena viu o jovem rapaz sorrir, ao responder:

Josh- Estou chorando de felicidade.

Mesmo que tenha sido um sorriso choroso e pequeno, ainda assim, a morena se viu um pouco distraída.

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