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(Josh Beauchamp)

(Dois meses depois)

Acordei de manhã com um barulho estranho. Então olhei para o lado direito da cama e não vi a Ny. O barulho continuava a soar pelo quarto.

Imediatamente, saltei da cama e fui até o banheiro, onde encontrei Any curvada sobre o vaso sanitário, vomitando compulsivamente.

Eu- Amor! (corri para o seu lado)

Eu já estava ciente de que os enjôos chegariam a qualquer momento, por isso, eu vinha me preparando mentalmente há um bom tempo - afinal, eu não queria ver a Ny passando por isso -. Porém, aquilo era pior do que eu imaginava.

Eu- Amor, você... (tentei falar algo quando pareceu que a sua ânsia de vômito havia passado, porém, foi em vão, pois ela logo voltou a colocar para fora tudo que estava em seu estômago)

E, assim, ela ficou por quase 5 minutos seguidos. Quando, então, ela pareceu se sentir melhor, eu estava com o coração doendo. Ny nunca passava mal. Sua saúde era de ferro. Aquela foi a primeira vez, desde que a conheci, que vi sua pele pálida.

Eu- Amor, acho melhor você ir ao médico. Você vomitou muito. (falei, apreensivo, enquanto a assistia escovar os dentes)

Any- É normal.

Eu- Mas... Tanto assim?

Ela jogou uma grande quantidade de Listerine na boca e chacoalhou-o, enquanto eu me perturbava ainda mais.

Eu- Se você continuar assim, (prossegui) daqui a pouco, você vai ficar desidratada.

Any- Amanhã, eu tenho uma consulta. Vou falar com a médica.

Sem dizer mais nada, ela apagou a luz do banheiro e saiu, indo direto até a nossa cama, onde se deitou em silêncio. Então, acompanhei os seus passos, e me deitei ao seu lado, puxando-a para perto. De certa forma, eu me sentia culpado.

Eu- Desculpa. (sussurrei em seu ouvido)

Any- Pelo quê?

Eu- Por te fazer passar por isso.

Ouvi seu riso abafado.

Any- É o curso natural da vida, amor. (ela respondeu, despreocupada)

Eu- Se eu pudesse, eu sentia tudo isso por você.

Any- Relaxa. Vai dar tudo certo!

Abracei-a ainda mais forte e beijei a sua testa. Ela era tão experiente naquilo, que não havia outra saída, senão amá-la mais.

Novamente, despertei de supetão e, quando abri os olhos, vi Any se levantando da cama às pressas e correndo para o banheiro. Menos de dois segundos depois, foi possível escutá-la vomitando outra vez.

Eu- Amor, isso não está certo. (falei ao vê-la escovando os dentes como da primeira vez)

Any- Eu já te falei, é normal.

Eu- Mas já é a segunda vez em menos de 2 horas. E você nem comeu nada ainda.

Any continuou a bochechar com o Listerine, sem me olhar. Talvez, eu estivesse me preocupando demais. Afinal, era difícil saber qual era a próxima fase. Porém, mesmo que fosse exagero meu, eu queria garantir que tudo ficaria bem.

Eu- Deixa eu te levar ao médico. (supliquei, aproximando-me da Ny e passando uma mecha do seu cabelo para trás de sua orelha)

Any- Não precisa.

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