Um Conto de Fada Moderno

Visitando os Amigos

Joseph cuidou das passagens e me encarreguei de arrumar as malas e a ansiedade tomava conta, depois de alguns meses estaria de volta a minha terra natal ainda que fosse poucos dias valeria a pena.
__ John você pode ficar na fazenda essa semana, amanhã cedo embarcamos para o Brasil.
Eu aviso quando estiver de volta.
__Sim senhor, respondeu Jonh todo sério.
__ Meu amor já estou com as passagens de ida e volta, mais não consegui vaga em hotéis parece que está tendo algo importante lá e está tudo lotado.
__Bom eu não lembro de nenhuma data comemorativa em Novembro, disse.
Em todo caso ficamos na minha casa, ainda não foi alugada, eu vou pedir para a Sandra mandar alguém pra limpar e organizar.
__Ah faça isso, e envie o dinheiro para a pessoa que vai limpar.
__Meu amor, não se preocupe eu tenho dinheiro para isso e para as despesas.
__Ah tudo bem então, concordou Joseph.
Liguei para Sandra.
__Oi sou eu de novo, conversei com Joseph e resolvemos ir pessoalmente para o Brasil, assim aproveito para te ver e rever o pessoal do salão.
__Que bom Frank, assim matamos a saudade e colocamos a conversa em dia e qual hotel vocês vão ficar?
__Bom é sobre isso, Joseph não conseguiu vaga nos hotéis e vamos precisar da casa, você já levou as chaves para a imobiliária?
__Não, estão aqui comigo ainda estou pesquisando uma boa imobiliária pois se trata de um imóvel em área nobre.
__Maravilha, então chame alguém pra limpar e organizar tudo lá, compre alguma comida e amanhã nós embarcamos para São Paulo.
__Que horas é o vôo? E a companhia?
__Sete da manhã, pela América Airlines, vôo 407, temos uma conexão em Frankfur e depois seguimos viagem portanto vamos chegar na madrugada.
__Sim eu sei.
Desliguei o telefone e confesso estava ansiosa com a viagem.
Joseph foi para a produtora e trabalhou o resto da tarde.
Dispensei Betina por uns dias e avisei que na volta eu avisaria para ela arrumar o apartamento.
A noite e com tudo pronto, deitamos mais cedo porque teríamos que acordar mais cedo.
__Joseph, será que vai dar tempo pra arrumar tudo?
__Talvez, mais se não der pelo o menos você viu a sua amiga.
Disse ele me abraçando já deitados.
Acordamos as cinco da manhã, tomamos banho, nos arrumamos e saímos depois do café.
Aguardamos o horário do embarque e logo estávamos fazendo o chekin.
Depois de longas horas de vôo, desembarcamos no Aeroporto Internacional de Guarulhos e Sandra estava lá nos aguardando.
Quando a vi corri para abraça - la e era reconfortante ver a minha amiga de tantos anos.
__Eu te disse que íamos chegar na madrugada.
__Disse sim, mais não aguentei e como vocês iam entrar na casa se a chave está comigo?
__Está certo.
Joseph nos observava com um sorriso amigável no rosto.
__Esse é Joseph Smith meu marido, apresentei o para Sandra.
Ela não o conhecia pessoalmente só por fotos e de tanto eu falar nele.
__O Prazer é meu Senhorita Sandra, ele carregou no sotaque novaiorquino.
__O prazer é meu Mr.Joseph.
__Vamos? Disse ela.
__Vamos, saímos do aeroporto em direção ao estacionamento e Joseph colocou as malas no carro.
__ E como foi o vôo, perguntou Sandra dando partida no carro.
__Foi tranquilo, tivemos que descer em Frankfur e depois seguimos viagem.
Joseph só ouvia a nossa conversa e olhava o trajeto.
Finalmente chegamos na minha casa e Sandra se despediu de nós me entregando a chave.
__Descanse, fiz um lanche está na geladeira, e tem comida no armário e a roupa de cama foi trocada. Me abraçou e deu um aperto de mão em Joseph entrou no carro e saiu.
Entramos na casa e tudo estava limpíssimo e organizado, Joseph não esqueceu o caminho para o quarto e foi carregando as malas para lá, fiquei observando o.
Depois fui atrás dele e parei na porta como da primeira vez em que ele esteve lá.
__Vai ficar aí na porta? Perguntou ele relembrando a sua fala e sorrindo.
__Estou apreciando a vista respondi com um sorriso também.
__Ah, então espere e começou a tirar o blazer e foi desabotoando a camisa.
__Hum pode deixar que eu cuido disso, corri e terminei de tirar sua camisa.
__Vamos para o banho perguntou ele me acolhendo em seus braços.
__Sim vamos.
Terminamos o nosso banho e vestimos pijamas e fomos comer o lanche que Sandra havia feito, sanduíches naturais e suco de laranja.
Após isso voltamos para o quarto e deitamos já era muito tarde e depois de uma longa viagem estávamos exaustos.
O dia amanheceu mal conseguimos dormir um calor insuportável e o barulho vindo da rua.
Joseph acordou sonolento, sentou na cama e esfregou os olhos e de uma vez se jogou na cama novamente.
__Mal dormi, estou muito cansado e com sono, vamos dormir mais um pouco?
__Não precisa chamar duas vezes e virei na cama deixando as pernas de fora.
__Hum está me provocando senhora Smith?
__Eu? Não estou fazendo nada...volte a dormir.
__Impossível, com essas pernas de fora nesse pijama curtinho, você é maliciosa garota!
Joseph começou a alisar as minhas pernas e foi subindo enquanto falava suas palavras mágicas.
Me virei pra ele e com seu olhar de desejo, tirou seu pijama e logo tirou o meu, e nos amamos apaixonadamente naquela manhã.
Mais tarde levantamos da cama e tomamos um banho gostoso e depois fiz o café, agora era só esperar a hora que o salão abriria para irmos lá.
__Frank, onde fica o seu salão?
__Fica na Av. São João no centro, porquê?
Joseph colocou no mapa e viu que era uma área nobre.
__Quem fez a avaliação do imóvel?
__Eu fiz com base nos imóveis por perto e com base nos gastos com a reforma e localidade.
__Ah entendi e você chegou a que valor?
__250 mil ou um pouco mais, a Sandra chamou outro avalista, aqui está o valor estimado, mostrei para ele o documento feito pelo o avalista brasileiro.
__Bom já subiu um pouquinho, 270 mil mais pode melhorar.
Se me permitir posso dar uma avaliada também, para você.
__Claro que sim.
Saímos em direção ao salão e Joseph mandava mensagens para alguém em Nova York.
__Chegamos, avisou o taxista.
__Obrigada, tenha um bom dia.
__Obrigado senhora.
Entramos na galeria e subimos pelo o elevador, era um prédio comercial com vários escritórios, lojas e restaurantes.
Chegamos e o salão estava lotado eram dez da manhã e já tinha mulheres sendo atendidas.
Um dos colaboradores nos abordou ele não me conhecia.
__Bom dia, seja bem vinda ao nosso salão.
__Bom dia, a Sandra já chegou?
__Ainda não, mais deve está para chegar.
A senhora marcou um horário com ela?
__Não eu...
Fomos interrompidos por Carolina que era da época em que eu trabalhava lá.
__Frantheska que maravilha, nossa quanto tempo e me abraçou abruptamente.
__Oi Carol, como você está?
__Eu estou bem e vejo que você também.
Ela olhou para Joseph e o cumprimentou.
__Bom dia senhor e seja bem vindo.
__Marcelo, ela é outra proprietária do salão e da boutique.
Frantheska Torinto.
__Ah sim me desculpe senhora, eu não sabia disso.
__Não tem problema Marcelo, estou aguardando a Sandra.
Este é Joseph Smith, meu marido.
__Prazer Sr.Smith.
__Vou para o escritório avise a Sandra que já estamos aqui.
__Meu amor, eu gostaria de dar uma olhada nas instalações, disse Joseph.
__Assim, vamos então.
Saí com Joseph pelo o salão e quando chegamos a sala de cabeleireiros o burburinho, ruídos dos secadores, o cheiro dos produtos chamaram a atenção dele.
__Nossa é assim um salão de cabelereiros? Sorriu.
__É sim esse frenesi o tempo todo, respondi.
Andamos mais um pouco e chegamos a sala de manicures e massagem.
__Isso aqui está lotado de mulheres, meu Deus e como falam.
Sorri.
Passamos pela sala de depilação e eu parei na porta tampando a visão.
__Essa sala aqui é de depilação e estão em atendimento.
__ Ui, deixa eu ver? Sorriu.
__Não pode, pode seguir em frente, disse empurrando o.
Chegamos ao escritório e Sandra já havia chegado com seu estilo fashion.
__Ah já chegaram e aí me desculpem pelo o Marcelo ele não fazia idéia de quem era você.
__Não tem problema.
__Vamos sentem-se, o avalista veio aqui no sábado e avaliou o imóvel e as instalações e chegou a um valor de 270 mil reais. Eu questionei o sobre o valor e ele disse que estava baixo a cotação dos imóveis na área .
Joseph ouvia tudo em silêncio.
__O que você achou Mr.Joseph do nosso salão? Perguntou Sandra.
__Well, me desculpe, bom eu olhei rapidamente mais acho que vale mais do que ele avaliou, podem chegar a 400 mil fácil, o valor é vocês que dão, porque sabem quanto pagam de aluguel, o preço dos produtos, dos móveis que compõem o ambiente, a reforma recente, a localização aqui é ótima, fácil acesso, sabem o valor dos salários dos funcionários e comissões.
Tudo isso deve ser levado em conta e ainda a receita de vocês.
__Aqui está o número dele se você quiser conversar com ele.
__Ah não precisa.
Só quero resolver isso logo.
__Está bem, amanhã a gente volta aqui pra ver o que vamos fazer, respondi para Sandra.
__Agora vamos meu amor, estou com fome.
__Vamos.
Ao chegarmos no salão de atendimento os rapazes já estavam "distraindo" as clientes na sala de espera servindo champanhe com seus uniformes nada convencional.
Joseph olhou para mim e perguntou?
__Mais o que é isso?
__Sandra e suas ideias, respondi.
Logo um rapaz aproximou com duas taças de champanhe .
__Champanhe senhor e senhora?
__Não, obrigada.
__Obrigado, já estamos de saída, disse Joseph colocando as mãos nos meus ombros me direcionando para a porta.
A presença de Joseph chamou a atenção das mulheres e logo se viam cochichando e uma mais velha aproximou e disse.
__Excuse me, but are you Michael?
__No, I'm not Michael, my name is Joseph Smith.
__Oh sorry.
__No problem .
A mulher saiu e parecia não acreditar em Joseph.
__Vamos meu amor antes que isso aqui vire um inferno, disse ele me pegando pela mão.
__Você não vai poder se esconder a vida toda, disse lhe.
__Eu sei mais não quero que isso aconteça tão cedo.
E como você soube?
__Eu moro com você e tive acesso a suas coisas, documentos e telefonemas da sua família.
Mais como você nunca me contou, eu também não ia dizer que descobrir seu segredo e deixa lo desconfortável.
__Desculpe não ter contado antes, mais quero esquecer de tudo o que vivi antes de você.
__O passado faz parte e não importa pra onde vamos e como vivemos, ele vai estar lá.
Mais não se preocupe o mundo jamais saberá que você é ele, o Michael Joseph Jackson.
Saímos do salão e chegamos ao restaurante e pedimos nosso almoço.
Joseph ficou visivelmente envergonhado por não ter revelado a sua verdadeira identidade.
__Me desculpe por não ter contado. Disse ele baixando a cabeça.
__Não tem do quê se desculpar, só queria saber como você conseguiu fazer isso.
__Foi um longo processo, durante a minha vida fiz algumas cirurgias plásticas e depois que me aposentei dos palcos, eu sumi por um longo tempo eu me refugiei numa ilha habitável por muitos anos e a cidade mais próxima ficava a 300 km, eu ia na cidade só pra comprar comida e não falava com muita gente e fui caindo no esquecimento do público.
Quando vi que não dava mais pra ficar lá eu decidi voltar e sem alardes.
Comecei a trabalhar como produtor de cinema de filmes pequenos, depois me lançei como produtor musical e adotei meu segundo nome e o sobrenome Smith.
Raramente vou a eventos da grande mídia e mudei meu estilo de falar e vestir.
Mais ainda assim algumas pessoas me reconhecem e eu fujo como agora.
__Finalmente você encontrou um pouco de paz.
E quanto a documentos, como você faz?
Você se casou, abriu empresas, fez sociedades, tem passaporte e essas coisas requerem documentos originais.
__Bom, os documentos permanecem os mesmos, só alterei as fotos.
Não são falsos, mais eu prefiro que me chamem de Joseph Smith.
__Na verdade eu desconfiei quem era você desde a festa no Brasil, quando chegamos e todos ficaram espantados com a sua presença.
Não sei se você se lembra, eu cheguei a comentar.
"Não sabia que você era tão famoso"
E você respondeu que "já fui mais" ali percebi que você tinha uma importância muito grande.
__Ah é e ficou em silêncio esse tempo todo?
__Não seria eu a estragar o seu "disfarce" sorri.
__Obrigado, isso mostra o quão confiável você é guardou um segredo sem ao menos eu pedir.
__E as mulheres?
__Esse é o meu maior problema, elas me reconhecem de todo jeito, não importa o que eu faça.
__Convencido, brinquei.
__É sério, elas observam o meu jeito de andar, você já reparou que raramente dou a mão para uma mulher para cumprimenta la, elas me reconhecem também pelas mãos.
__Sim, reparei mais com a Sandra você a cumprimentou.
__De madrugada e rapidamente, não deu tempo.
__Muito esperto, observei, e como Lisa aceitou isso?
__Eu conheço a Lisa desde pequena e se tem uma coisa que ela não é, é dedo duro.
__Ah pensei que ela fosse midiática...
__Ela não é, pelo o contrário ela é avessa a tudo isso.
Terminamos o almoço e voltamos pra casa, depois de uma viagem rápida e uma manhã cansativa com o sol escaldante era tudo o que precisávamos.
Fiquei pensando em tudo o que Joseph me contou e cheguei a conclusão de que ele teve motivos para agir assim.
__No que estás pensando, perguntou ele.
__Na venda do salão, depois que vi não sei se quero vendê-lo, afinal é a minha fonte de renda e não sei se Sandra conseguiu um comprador.
__Fonte de renda?
__Sim, eu semprei trabalhei desde dos meus 16 anos, eu já trabalhava na área.
E agora com 37 sendo dondoca, eu não sei se combina sabe, falta algo para mim apesar de ter tudo.
__Mais você vai morar em Paris por um ano e depois vamos voltar para os EUA, disse Joseph.
__Eu sei e é isso o que estou pensando, o que vou fazer pra ocupar meu tempo enquanto você trabalha.
__Então não venda, abra uma filial em Paris. Sugeriu Joseph.
__Ah não brinca, não tenho grana pra isso.
__Sério?
__Sim, tenho reservas mais não a ponto de abrir um salão em Paris.
__Então você precisa de um investidor.
Olhei pra ele e Joseph estava sorrindo.
__O quê?
__Um investidor, alguém que coloca dinheiro no negócio.
__Não, de jeito nenhum, não posso aceitar.
__Vou vender e acabar logo com isso. Sentenciei.
__Pense bem antes de tomar a decisão.
Aproveitamos o resto da tarde para descansar e pensar no que fazer, aquela era uma viagem de negócio e agora eu estava em dúvida se venderia ou não a minha parte da sociedade.
A proposta de Joseph estava fora de cogitação, não por orgulho, mais por medo de que o dinheiro e a influência dele me fizessem duvidar das minhas convicções.
Consegui a minha independência com muita dedicação, abri mão de uma clínica de reabilitação infantil de fonoaudiologia por amor a profissão que escolhi, na verdade me formei em musicaterapia pela univerdade de Campinas em São Paulo, mais depois da tragédia que levou meu noivo não tive vontade de fazer mais nada relacionado aquele diploma. Afinal foi com ele que alcancei o aprendizado sobre música e como ela age no nosso cérebro reativando células que estão em processo de paralisação. Então depois dele decidi não trabalhar com isso porque me lembraria dele todas as vezes.
As memórias estavam voltando e me deixando um pouco melancólica.
__O que você tem, parece triste? Perguntou Joseph.
Olhei para ele e sorri.
__Nada, eu estava pensando aqui no que fazer.
__Não sei porquê, mais não acredito no que esta dizendo.
Para mim tem algo mais.
Sorri, juntando os cabelos no alto da cabeça com ele eu me sentia livre pra ficar a vontade.
__Lembranças de quando eu era estudante, me formei em Música aqui na Universidade de Campinas e me apaixonei por um professor que teve muitos problemas com o Reitor por causa do nosso envolvimento, eu tinha 25 anos e ele quase 50, nos apaixonamos e ficamos noivos, mais um acidente aéreo me tirou ele e com isso perdi a vontade de viver e trabalhar com música.
__Nossa que história, e porque esta pensando nisso agora?
__Porquê?
__Sim, foi a volta ao Brasil que reativou suas memórias?
__Não, é porque essas são as minhas duas profissões Cabeleireira e Fonoaudióloga e se eu vender a minha parte vou ter que trabalhar com música até eu poder abrir um salão novamente a essa altura da vida.
Não sei fazer outra coisa.
Joseph me ouvia sem me interromper e depois que expliquei tudo me abraçou e me beijou.
__Nós vamos dar um jeito nisso.
Já estava anoitecendo e Joseph me convidou para jantar fora.
__Eu quero te levar para um lugar que estive aqui naquela época e eu amei a comida.
__Hum pensei que iríamos ficar em casa jantar e fazer amor, disse sorrindo maliciosamente.
__Podemos jantar e fazer amor depois.
Disse ele me puxando do sofá, vamos se apresse em arrumar dando uma leve batidinha no meu bumbum quando passei a sua frente, me abraçando por trás.
Entrei no banho e Joseph deitado na cama, fazia a reserva no Fasano e depois ligou para Bryan.
__Hey man, how's everything out there?
__That's all rigth.
__It's all right, and what do you want? __I need about 500 thousand dollars in my account by tomorrow.
__Ok.
Joseph desligou e entrou no banho.
__O que você está planejando? Perguntei.
__Bom se não encontramos um comprador, eu compro a sua parte na sociedade assim você terá capital pra abrir um negócio em qualquer lugar que quiser.
__Você é teimosamente incrível. Disse lhe.
__Eu só quero o melhor para você, ele me disse.
Terminamos o banho e nos arrumamos saímos logo em seguida.
Chegamos ao restaurante e logo fomos g, eu já conhecia o restaurante mais não falei nada para Joseph.
__Que lindo esse lugar, elogiei.
__É sim é muito bonito e a comida é uma delícia.
__Acredito que sim, você tem muito bom gosto.
__Frank, aceite a minha ajuda pois só temos amanhã pois vamos voltar no dia seguinte, tenho que ir a França acertar detalhes da nossa estadia e ver como vai ficar tudo.
__Ah sim, já vamos mudar em dezembro?
__Sim, logo após o natal.
__Joseph eu gostaria de fazer um jantar de ação de graças, o que você acha?
__Acho uma ótima ideia, lembro de ter tido isso quando morava com meus pais, mais depois nunca mais, as vezes estava viajando ou apresentando.
__E sua família onde vivem?
__Na Flórida.
__E como é a relação de vocês? Se visitam?
__ Só em datas especiais, casamentos, nascimentos, aniversários de casamento dos meus pais e funerais.
__Entendi.
__Porquê?
__Por nada, só curiosidade pois você nunca fala deles.
__É melhor assim, se não me descobririam de vez e acabou a minha paz.
__Está certo.
Nesse momento o garçom trouxe o nosso jantar e realmente era uma delícia.
Depois do jantar, um vinho delicioso foi servido e Joseph me olhava e seus olhos brilhavam.
__O que foi, está me deixando encabulada, disse tomando mais um gole de vinho.
__Fiquei surpreso com a sua história, então você já viveu uma história de amor?
__Sim eu já vivi, mais não fique pensando nisso, a minha história com Raphael foi totalmente diferente do que vivo hoje.
__Como assim?
__Vamos mudar de assunto, por favor.
__Ele era bom para você?
__Ele era sim, muito bom.
__Está bem, não vou mais tocar nesse assunto.
Terminamos o jantar e Joseph pediu a conta.
Saímos em seguida, o táxi chegou e nos levou de volta para casa.
Chegamos e eu entrei em casa e fui direto para o quarto.
__Você ficou calada a volta para casa o caminho inteiro, o que houve? Foi alguma coisa que eu disse?
__Não Joseph eu só fiquei triste por causa do que aconteceu, foi o pior momento da minha vida.
__Ei vem cá, me puxou e me abraçou não fique assim as coisas acontecem e não podemos fazer nada a respeito, foi um acidente.
__Eu sei, mais não consegui esquecer e relembrar isso ainda dói. Desculpe.
__Não precisa pedir desculpas pelo o que está sentindo, agora eu entendi muita coisa sobre você.
__Como assim?
__Você disse que não sabia amar, mais a verdade é que você tem medo de amar e passar por tudo outra vez.
Comecei a chorar e Joseph me abraçou forte e ficamos assim por algum tempo.
Não posso garantir que não vai acontecer, o que posso garantir é que vou estar com você até o último dia de qualquer um de nós dois.
Tomamos um banho e depois fomos dormir pois só teríamos mais um dia no Brasil para resolver tudo.
O dia amanheceu e Joseph acordou mais cedo e fez o café, organizou tudo numa bandeja e levou para o quarto.
Lá fora uma chuva de Novembro torrencial caía atrasando ainda mais o nosso compromisso.
__Bom dia meu amor, acorde vamos tomar café.
__Bom dia, nossa que chuva.
__Pois é parece que há um dilúvio lá fora.
Como está se sentindo?
__Estou bem, desculpe por ontem mais não consegui evitar.
Joseph me olhava com seus lindos olhos cheio de amor e ternura e respondeu.
__Fiquei feliz em saber que esse homem foi muito bom para você a ponto de fazer você sentir saudade dele depois de tanto tempo.
__Foi sim, mais vamos ao café disse tirando o de voltar ao assunto.
__Ok, vamos fiz café preto e chocolate, pão com creme cheese e um suco.
__Está ótimo meu masterchef.
Lembra da última vez que você cozinhou aqui?
__Lembro sim, fiz um omelete bomba depois de fazer um amor espetacular, que aliás está me devendo.
__Eu? Devendo?
__Sim, lembro de você ter dito que queria jantar e fazer amor, ficamos só com o jantar.
__Não seja por isso, não gosto de dever nada para ninguém então venha cá que vou pagar a minha conta.
Começamos a nos beijar e logo estávamos entrelaçados, ofegantes e suados de amor, chegamos ao clímax como em todas as vezes que nos amamos, descansamos e começamos tudo de novo numa cavagalda frenética nos entregamos a paixão e outra vez eu ouço sinos e vejo estrelas naquela manhã de sol após a chuva.
Nossos corpos suados e ofegantes inertes na cama, era o melhor lugar do mundo estar em seus braços depois de nos amarmos ardentemente.
Depois de algumas horas levantamos tomamos um banho relaxante e saímos para o salão.
__Bom dia a Sandra já chegou?
__Bom dia senhora, ainda não mais ela ligou e avisou que o trânsito está horrível por causa da chuva, mais pediu para atende-los, caso chegassem primeiro, disse Marcelo.
__Imagino que esteja com dificuldades mesmo realmente a chuva deixou várias avenidas alagadas e semáforos desligados.
__Vou para o escritório e avise-a assim que ela chegar.
__Sim senhora.
__Bom dia Sr.Smith.
__Bom dia.
Marcelo era o gerente do salão, um homem bonito, forte com músculos adquiridos na academia, com uma respeitável barba bem feita e um corte de cabelo duvidoso, desde o primeiro dia notei que ele não tirava o olho de Joseph.
__O senhor aceita um café? Perguntou diretamente para Joseph que sorriu e disse que não.
Joseph baixou a cabeça e começou mexer nas mãos, isso eram um sinal claro de que estava nervoso.
__Obrigada Marcelo, mais não se preocupe está tudo bem e avise a Sandra que já estamos aqui ok disse para tira-lo da sala, pois parecia hipnotizado.
__Sim, sim senhora eu aviso sim, saiu o rapaz desajeitado.
__O que deu nele? Perguntei em voz alta.
__Você não sabe mesmo?
__Será que ele reconheceu você?
__Ele é gay e estava me paquerando.
__Jura?
__Ele não tirava os olhos de mim Frank, você não percebeu?
__Não reparei, quer dizer reparei que ele te olhava mais não imaginava que ele era gay.
Achei que ele tinha reconhecido você.
__Consigo identificar um em questão de segundos, já vi esse filme várias e várias vezes na minha vida.
Teve um que se apaixonou por mim quando eu tinha 20 e poucos anos só porque fui educado com ele, me perseguiu até a sua morte.
Mais nunca obteve sucesso pois eu dei um chega pra lá nele desde então sofri várias represálias.
__Como se já não me bastasse as mulheres agora descobri que tenho que brigar com os homens.
__Pare de bobagem, é só não dar moral e seguir em frente.
Não demorou muito e Sandra chegou.
__Nossa como está difícil dirigir nessa chuva, Deus que me trouxe porque eu não via nada e os semáforos quebrados ficou mais complicado.
__O Sr. e a Sr. Smith estão no escritório.
Avisou Marcelo.
__ Ah obrigado, já estou indo para lá, leve um café para nós e pare de paquerar o marido da minha amiga.
__O que posso fazer se ele é muito gato.
Disse ele sorrindo.
__Se fecha, se Frank desconfiar ela arranca essa sua barba à pinça.
__Uiii.
Sandra entrou no escritório toda descabelada com as roupas respingadas da chuva.
__Olá bom dia, desculpem o atraso.
__Não tem problema.
__Então vamos começar a reunião?
Marcelo bateu na porta.
__Com licença, trouxe um café, colocando a bandeja sobre a mesa e olhou de soslaio para Joseph que não mostrou nenhuma reação.
__Obrigada Marcelo, disse Sandra para o funcionário e olhou para mim.
__Amiga desculpa mais não soube se comportar diante de um homem bonito.
__Esquece, está tudo bem.
Joseph olhou para nós e sorriu colocando a mão sobre a boca tentando se esconder.
__Então você encontrou comprador para minha parte? Perguntei.
__Tenho duas propostas, mais não sei se vão aceitar, ela abriu uma pasta e retirou dois envelopes e me entregou.
__Como pode ver, uma proposta oferece  200 mil e a outra 250 mil.
__Imaginei que seria isso mesmo pois esta dentro do que você me mandou mais longe do que realmente vale.
__Pois é, eu também achei pouco perto de tudo o que já investimos aqui e eu não posso comprar a sua parte porque finalmente comprei meu apartamento e ainda estou pagando, então sinto muito por isso.
__O que me diz Joseph?
__Realmente está muito baixo esse valor.
Vocês já pensaram em abrir uma franquia?
__Como assim, dividir a empresa? Perguntou Sandra.
__Fatiar para ampliar, abrir em outra cidade ou país.
__Você está falando sério?
__Sim, sou um homem de negócios e falo sério.
Em vez de uma unidade, duas ou mais.
__E como seria isso? Me explique.
__Funciona assim, vocês vendem a marca, o layout do salão, o modo de colaboração para um investidor e ele abre onde quiser desde que seja no modelo do seu negócio, ele não pode mudar nome, layout ou modo de trabalho, apenas no documento que muda o dono da franquia.
__Quer dizer que o HairClass vai  continuar igual aqui de São Paulo em qualque lugar no mundo e quem vê ele lá fora vai saber de onde é?
__Sim exatamente, respondeu Joseph.
__Eu não faço a mínima idéia de quanto custa isso? Eu falei tomando o último gole de café já frio.
__Somos duas, não havia pensado nisso.
__Mais eu pensei e fiz uma planilha dos custos de tudo aqui está e se quiser pode consultar um advogado especialista em finanças ou alguém do ramo. Disse Joseph entregando um papel com tudo detalhado feito no computador.
__Quando você fez isso? Perguntei
__Ontem na madrugada, enquanto você dormia.
__Nossa, você é terrível.
__Eu sei.
Sandra examinava o papel e era possível ver a fumaça saindo da sua cabeça.
Eu não faço a menor idéia do que é isso mais não deve ser ruim os números me parecem justos.
__Vamos almoçar e nos encontrarmos com um conhecido meu brasileiro e que é investidor ele está nos aguardando no hotel, ele poderá te auxiliar melhor pra não teres dúvidas.
__Eu? Ir com vocês? Perguntou Sandra assustada.
__Sim vamos logo que ele não tem muito tempo.
Saímos e fomos em direção ao hotel que Joseph se hospedara da última vez.
Fomos direto para o restaurante, o homem já nos aguardava.
__Bom dia Paulo, essa é Frantheska Smith minha esposa e Sandra Andrade uma amiga.
__Paulo Novais, prazer em conhece-las.
__Em que posso ajuda-los? Perguntou o homem.
__Minha esposa e a Sandra têm um salão de beleza em sociedade só que moramos em Nova York e no ano que vem vamos para Paris e então ela quer vender a parte dela já que fica dependioso para administrar nessa distância.
Só que as propostas que apareceram foram muito aquém do que vale o negócio, lá a localidade é ótima, clientela de alto poder aquisitivo, o salão é bem equipado e com móveis padronizados e de extremo bom gosto, coisa fina, e eu pensei porquê que em vez de vender pra um desconhecido as duas permanece como donas, mais com a sociedade separadas.
Eu sugeri o modo franquia e Frank poderá abrir onde fixar residência.
__É uma ótima ideia, trouxeram os cálculos?
__Sim está aqui, Sandra entregou o papel para o homem que analisava os números de cabeça baixa.  
Nisso o nosso almoço chegou e começamos a comer.
O homem devorava a comida e o papel, com uma habilidade incrível parecia estar acostumado com aquilo.
Ele se deu conta que nós três o observava.
__Desculpem o mal jeito, mais é que tenho pressa pois tenho que voltar para o trabalho.
__Sem problemas, respondemos em coro.
__Quanto a proposta do Sr. Smith é a melhor forma, pois não perdem nada e só acrescentam, o valor oferecido por ele está em conformidade com o valor de mercado de franquias.
__Só não entendi uma coisa, como que eu sendo uma das donas vou comprar de mim mesmo a minha marca? Perguntei.
__A senhora não vai comprar, a senhora vai vender para o investidor, no caso seu marido e ele será seu novo sócio no negócio. Disse o especialista.
__Então o que me dizem? Perguntou Joseph.
__Eu vou precisar pagar alguma coisa para eles? Perguntou Sandra.
__Só a documentação de transferência de sociedade.
__Ah entendi, eu tiro a Frank do contrato e coloco ele como sócio?
__Não, você não vai tirar a senhora Smith, a senhora vai colocar mais um sócio no documento.
__Se quiserem posso fazer isso como um favor especial pois o Sr. Smith é um amigo que conheço há algum tempo e ele já investiu em algumas empresas que trabalho até hoje.
Vou preparar o documento e amanhã nos encontraremos aqui no mesmo horário.
__Nós embarcamos amanhã, disse Joseph.
Então têm que ser hoje.
__Assim pensei que estivesse com mais tempo.
__Infelizmente não temos tempo.
__Ok hoje a noite nos encontraremos aqui  e o papel já estará pronto.
__Está bem, faça isso e as 20:00 estaremos aqui.
Paulo Novais saiu apressadamente para o trabalho e não pude deixar de pensar se ele já não estaria adoecendo com essa correria.
Sandra entrou no carro e voltou para o salão e Joseph e eu pegamos um táxi e fomos para casa o tempo estava fechado novamente.
Chegamos em casa e estávamos exaustos tomamos um banho e caimos na cama.
Acabamos dormindo e a chuva caiu lá fora com gosto.
Acordei com mensagens de Sandra.
__Amiga o que você está achando de tudo isso?
__Não sei exatamente, mas Joseph não faria nada para me prejudicar.
__E você rica como é, vai abrir salão de beleza e a loja?
__Eu preciso trabalhar, você sabe como eu fico louca dentro de casa.
Rs rs
__Deixa de ser boba e vai curtir a vida...
__Joseph é um workaholic trabalha muito e fico muito tempo sozinha em casa.
__Ah Deus não dá asas pra cobra porque se fosse eu ia aproveitar e ficaria à toa em Paris.
__É provável que eu fique, mais por uma boa causa.
__Que causa maluca, tá falando do quê? Vai fazer caridade? Vai ser voluntária?
__Talvez, pois sou um ano é muito pouco tempo pra abrir e fechar uma empresa.
Joseph acordou e joguei o telefone na cabeceira da cama.
__Tava falando com quem? Perguntou ele.
__Com Sandra, ela tá maluca com essa história de você ser o novo sócio.
__Ela vai caí dura quando descobrir quem é o seu homem.
__Com certeza e vai zangar comigo por não ter contado
__Eu digo que a ameacei, disse ele brincando.
__Conheço a peça ela vai acreditar.
A noite como combinado voltamos para o restaurante e lá estava o homem já nervoso com o atraso de cinco minutos.
__Boa noite temos reserva para 4 pessoas em nome de Joseph Smith.
__Assim boa noite entrem e sejam bem vindos.
Entramos e fomos para a nossa mesa.
__Aqui está os documentos Inclusão de Sociedade, Transferência de Direitos de Uso da Marca e Modelo Operacional.
Tudo organizado.
Só preciso das assinaturas dos três sócios.
__Primeiro as damas.
Sandra e eu assinamos e logo em seguida Joseph.
Sandra arregalou os olhos quando viu a assinatura de Joseph mais não disse nada.
Paulo da mesma forma, mais não esboçou nenhuma reação, talvez ele já soubesse disso.
Tudo assinado e Joseph fez a transferência para a conta da empresa no valor de 300 mil reais como ele havia previsto pela compra de parte da sociedade no sistema de franquias.
Ficamos até mais tarde comemorando o meu novo sócio do salão e loja.
Tarde da noite voltamos para casa e Sandra também foi para casa.
Nós despedimos ali mesmo pois na quarta feira bem cedo embarcaríamos de volta para casa.

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