jennie

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// passando pra avisar vocês que agora a fic tem uma playlist no Spotify  , o nome da playlist é o mesmo nome da fic e espero que gostem dela !! 💗

" jisoo "

- Soo... - murmurei assim que senti meu corpo ser chocalhado de leve, abri um dos meus olhos vendo que o sol já nascia mais ao longe. Rosé já estava vestida ajoelhada no chão ao meu lado, ela sorria, um sorriso tão lindo e caloroso que não tive medo de mais nada naquele momento - Eu vou sair agora, se vista antes que os guardas entrem aqui.

Assenti me espreguiçando um pouco e sentindo o meu corpo dolorido, rosé beijou as minhas costas nuas antes de me dar a mão e me puxar para um abraço quente, meu corpo se encaixava nela, de todas as formas, e o seu abraço era uma das minhas formas favoritas. Ela beijou o topo da minha cabeça e ainda custou um pouco para me soltar.

- Nos vemos mais tarde, pequena.

- Até, rosie.

Coloquei aquele uniforme azul mais uma vez, riscando na parede meio escondido atrás da minha cama "25" eu estava ali a vinte e cinco dias, e me sentia cada vez mais perto da saída, Rosé me enchia de esperança, e o seu plano parecia bom, e caso o dela não desse certo tínhamos o de Shuhua. Tomei o depressivo café vendo os olhos dos guardas nas portas, mas meu estômago embrulhou assim que escutei gritos vindo do corredor, me fazendo fechar os olhos ao lembrar que era a nova paciente, mas ao mesmo tempo eu tive medo, Rosé poderia querer cuidar dela também, proteger ela... e eu? ela me deixaria de lado?

Rosé não veio aquela noite como havia me falado, o que me fez sentir que eu seria trocada pela nova paciente, andava pra lá e pra cá pensando naquilo, a parede interior da minha bochecha estava inteiramente cortada, de tanto que eu a mordia. As lágrimas vieram ao constatar que seria esquecida por ela, talvez a nova paciente fosse mais bonita que eu... todo mundo era mais bonito que eu... deveria ter pensando nisso des do começo.

Vinte e seis dias, marquei assim que acordei, estava um sol relativamente forte então fomos guiadas até o jardim, meu corpo inteiro paralisou assim que aquele rosto familiar tomou conta da minha visão, eu tremi tanto, eu queria chorar, queria correr até ela, mas eu não podia... eu iria ser detida se fizesse aquilo... mas era quase impossível me controlar.

- Jen... jen... - sussurrei para mim mesma quando ela me viu, nossos olhos se enchendo de lágrimas no mesmo segundo - Jennie...

Caminhei até ela mas uma mão forte me puxou, era Rosé. A encarei confusa assim que ela me trancou em um tipo de depósito, eu poderia gritar, mas eu confiava nela e ela tinha um motivo para fazer aquilo.

- Jisoo... - sua voz me fez arrepiar dos pés a cabeça, era a minha melhor amiga... era a Jennie. Fechei meus olhos me lançando em seus braços com força esquecendo de tudo ao meu redor, absolutamente tudo. Meus soluços eram altos, o jeito que eu a abraçava era como se ela pudesse ir embora a qualquer momento - Eu senti tanto a sua falta...

- Eu também...

- Vim te tirar daqui, nós iremos sair daqui nem que seja a última coisa que eu faça.

- Espera, você veio pra cá de... propósito?

- Praticamente, eu escutei uma conversa dos seus pais com os meus, e depois de chamar a atenção deles, tive o mesmo final que o seu... e das outras mulheres que vivem aqui.

- Vocês duas terão que ser discretas, eles não podem saber que já se conheciam e muito menos que isso aqui é tudo armado - Rosé falou me puxando levemente dos braço de jennie e me colocando nos seus, sorri ao me aconchegar nela, o jeito que ela olhou para jennie enquanto nos abraçávamos me deixou com algumas dúvidas, era uma cara de poucos amigos.

- Porque não foi me visitar ontem? - sussurrei olhando. para ela - Eu fiquei te esperando.

- Desculpa, minha pequena, tive uma reunião com o meu pai não consegui sair a tempo.

- Vocês duas... tem algo? - minha melhor amiga perguntou olhando diretamente para Rosé, que sem se intimidar com o olhar questionável de jennie concordou - jisoo ? Você é louca? Olha o lugar que estamos-

- Não me chama de louca! - aquilo ainda doía em mim, aquela pergunta tão retórica, ainda doía, eu não era louca, eu não era louca, EU NÃO ERA LOUCA.

- Estamos em hospital aonde tratam lésbicas, Jisoo! E você está se relacionando? Com ela?!

- Tem alguma coisa contra, jennie? - rosé falou me colocando atrás dela, suas mãos estavam em formato de punhos, e os apertavam ainda mais - Não pense que só porque conhece a Jisoo mais tempo que eu, que pode determinar algo, ou ao menos ser a dona dela. Jisoo é maior de idade e sabe muito bem o que está fazendo.

- O que vocês fizeram com ela? Essa não é a Jisoo que eu conheço!

- jen... sou eu, o que tanto vê em diferente em mim? - sussurrei saindo da proteção de rosé, as duas se olhavam com raiva, se auto-testando para ver quem era mais forte, elas sequer me deram atenção quando eu falei.

- Você não é dona da Jisoo, jennie.

- Não sou, mas sou a melhor amiga dela a anos, e eu sei que alguma coisa você fez com ela, pois ela nunca ficaria com você.

- Está insinuando o que? - Rosé perguntou dando um passo à frente.

- Parem....

- Está insinuando que Jisoo está comigo obrigatoriamente?!

- Se foi isso que entendeu, então eu só posso concordar.

Meus olhos se arregalaram quando rosé levantou o seu punho, pronta para dar um soco em jennie, porém eu a empurrei para trás tentando mostrar a ela o meu desespero, parece que quando seus olhos pousaram em meu rosto rosé voltou ao seu estado normal, acho que os meus olhos cheios de lágrimas a trouxe de volta.

- Parem de brigar... - pedi olhando para as duas - jen, eu estou com ela porque a rosé foi a única que me protegeu... que me respeitou aqui dentro, eu gosto dela... e estou com ela porque eu quero.

- Eu não confio nela, Jisoo... ela trabalha nessa merda que chamamos de hospital, como ela pode ser uma boa pessoa?

- Ela é, jen... ela irá nos ajudar a sair daqui - eu segurei a mão da minha melhor amiga que pareceu ainda incerta, mas relaxou quando eu sorri - Eu senti a sua falta...

-Eu também, soo... - sorriu.

- Temos que sair daqui antes que sintam a nossa falta.

Dei uma baixa risada quando rosé quebrou o contato das nossas mãos abrindo a porta para que saímos daquele depósito, sentia que os meus dias ali estavam se acabando.

1996 - chaesoo Ver. ( g!p)Onde histórias criam vida. Descubra agora