Olhos Frios.

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Donna

Ficar dentro daquele porão velho estava começando a me afetar de verdade, o cheiro de mofo que sempre estava presente, os barulhos estranhos, a poeira e tudo naquele lugar estava realmente começando a me deixar claustrofóbica. — Eu não aguento mais... — Disse olhando para as minhas unhas que já estão quase sumindo de tanto que já as mastiguei.

Eu não via Luda ou qualquer outra pessoa além do Thomas, na verdade as únicas coisas que eu consigo fazer por aqui é tomar um pouquinho de sol por uma fresta que tem na parede reforçada de madeira e ser alimentada por meu assassino, depois de levar aquele tapa eu nunca mais recusei nada que ele tentasse fazer comigo.

Toquei a pequena trança lateral que tinha em meu cabelo, Thomas tinha feito ela enquanto eu comia o jantar que tinha trago para mim. — Eu vou acabar me fundindo a esse colchão velho... — Falei olhando para o chão e o teto, ° Como será que a tia está? °. Me perguntei pegando um pequeno prego que tinha no chão, rabiscando a parede de madeira quieta.

De repente a porta do porão foi aberta, e eu ouvi os familiares passos do meu assassino. — Olá Thomas. — Disse de uma maneira calma enquanto me sentava no velho colchão, Thomas colocou a bandeja em cima da mesa de madeira e veio ao meu encontro com um manejar calmo. — Como tem estado? — Eu sabia que meu assassino não ia responder, já que de acordo a Tia Luda ele não é muito de falar, apesar de poder. Senti quando suas mãos envolveram a minha cintura num abraço de urso.

Thomas me apertou por alguns segundos antes de me pegar no colo e me sentar na mesa de madeira, colocando a bandeja no meu colo. — Você sabe que eu não vou comer a carne né? — Eu disse colocando a carne misteriosa de lado, comendo os legumes e os pedaços de pão que ele sempre trazia. — Sabe... As vezes eu me pergunto como a minha tia está..— Disse mastigando as verduras com uma careta, ° Nesse ponto eu estou basicamente virando uma vegana.. °. Dei uma risadinha com o meu pensamento o que fez Thomas me tocar na bochecha, aqueles olhos frios de repente pareciam reconfortantes. Meu assassino apontou para minha boca com um semblante animado, como se quisesse que eu sorrisse mais.

— Não tenho muitos motivos para sorrir agora.. — Quando terminei de falar, Thomas bufou e jogou toda a bandeja de comida que felizmente eu já tinha acabado no chão. ° É como uma criança birrenta.. °. Pensei forçando uma risadinha, isso pareceu o acalmar.

[...]

Com o nascer do novo dia, acordo com barulhos estranhos no porão, ° Se me lembro bem... Luda disse que a "área de trabalho" de Thomas é separado do meu apenas por uma parede de madeira °. Olhando em volta escutei um pequeno gritinho, e então, colocando meu olho para ver por uma das frestas eu vejo uma cena horrível, uma garota, pendurada por um gancho de carne no teto.

— Oh... Meu- — Me calei imediatamente quando percebi que ela ainda estava viva, mas provavelmente não demoraria muito para morrer. Suas vísceras estavam saindo de sua barriga, intestino, estômago e fígado pendurados mas caindo pouco a pouco. Seus pulsos estavam cortados para fazê-la sangrar até morrer, os tornozelos cortados na parte de trás não a deixando fugir.

Na mesma hora, senti minhas pernas ficarem dormentes e meu estômago revirar depois de muito tempo que finalmente fui notar o cheiro... Invadindo meu nariz sem piedade e me fazendo lembrar que não sou diferente desta pobre garota pendurada no gancho. — Hugh- — Começo a soluçar e virando a minha cabeça para o lado,  ignorando os passos que desciam a escada, ° Thomas... °. Não sou diferente de nenhuma das vítimas que um dia pisaram aqui. Finalmente, comecei a vomitar, colocando todos os legumes e resquícios de pão que tinham no meu estômago de ontem. Senti as mãos de Thomas em minhas costas e abdômen, era como uma falha tentativa de me reanimar.

— Não... Eugh- — Vomitei mais, dessa vez apenas um líquido transparente e amargo, Thomas me olhava assustado e sem saber o que fazer, ele estava nervoso e provavelmente confuso e então usou seu avental sujo para limpar minha boca depois que já tinha terminado.

Am I His Prey?Onde histórias criam vida. Descubra agora