Fuga? Não, estratégia.

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Donna

Minha visão estava embaçada e eu tinha uma forte dor de cabeça, tentando abrir os olhos mas falhando miseravelmente finalmente meus outros sentidos estavam voltando. ° Eu estou pendurada? ° Foi a primeira coisa que me perguntei quando abri os olhos, meus pulsos estavam laçados com um forte no e essa corda estava presa em um gancho de metal, estava tão concentrada em estar amarrada que não percebi a cena grotesca em minha frente. — Ah meu Deus... — Sem conseguir segurar, eu vomitei sujando minhas roupas e o chão. O pessoal que tinha me dado carona estava todo ali, bom boa parte deles. A garota ruiva estava cortada ao meio, a ponta de suas costelas estavam a mostra e seu rosto segurava uma expressão de horror. Suas pernas estavam em uma mesa ao lado, e outros pedaços grandes estavam pendurados em ganchos.

Thump Thump

Eu quase que imediatamente fingi estar ainda apagada, o cheiro do meu vômito estava forte além do sangue que tinha um cheiro de metal e peixe. Senti aquela sensação familiar de estar sendo pega no colo, ainda fingindo meu desmaio estava ouvindo os passos pesados de meu agressor enquanto me levava para outro lugar. ° Grama? Por que - ° Tive meus pensamentos interrompidos quando senti o que restou do vestido que Luda tinha me dado ser tirado de mim. Não pude evitar de não abrir os olhos, olhei diretamente para ele que parou o que estava fazendo. — Por que está fazendo isso? — Seus olhos azuis focaram nos meus castanhos e ficamos assim por alguns segundos antes de ele voltar ao que estava fazendo. Mordi o interior da minha bochecha com vergonha e raiva, eu estou novamente pendurada só que dessa vez ele está segurando uma mangueira. ° Não é assim que os açougueiros lavam os porcos antes de irem para o abate?! ° Pensei o olhando com ódio.

— Argh! — A pressão da água era forte, deixando minha pele avermelhada e estar completamente nua não ajudava nem um pouco na minha situação. — Para! Por favor para! — Eu estou com frio, fome, dor e vergonha. Vi meu agressor pegar um sabão e esfregar em suas mãos para então passar em mim. Me sacudi querendo me soltar daquele treco que me estava segurando mas tudo parecia bem amarrado, suas mãos grandes passavam por meu corpo de uma maneira bruta finalmente tirando de mim a ideia de que eu ia conseguir fugir. Meus olhos se encheram de água, eu me sentia humilhada e comparada a um animal que logo logo vai morrer.

— Thomas? — A voz de Luda soou mas eu não abri os olhos, me sentia inútil agora. ° Eu quero minha avó ° Reclamei mentalmente como uma criança. — Não faz assim, óia como a pele da menina tá. — As mãos que esfregavam minhas costas pararam, senti um toque em uma de minhas feridas que me fez soltar um suspiro dolorido. Então como num passe de mágica os toques de Thomas ficaram mais suaves, mas não mudava o fato de que eu estava parecendo um porco. ° Eu tenho que bolar uma fuga... Fuga? Não, estratégia. °

Am I His Prey?Onde histórias criam vida. Descubra agora