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GABRIEL GUEVARA

- Como você tem coragem? - ela acusou irritada, me peitando e me encurralando entre ela e a pia.

- O que? O que eu fiz? - perguntei confuso, - e talvez um pouco assustado.

Emma estava vermelha, e não era um vermelho bom.

- Como você tem coragem de me beijar hoje de manhã, e agora estar aqui se agarrando com a puta da cinthya? - ela praticamente cuspiu as palavras na minha cara.

- Espera, o que? - perguntei sem acreditar.

Isso era sério? Ela tinha acabado de me dizer que estávamos bem.

Senti a raiva subindo no meu corpo.

-Quer que eu desenhe? Você me beijou hoje, e agora está aqui se esfregando na cinthya. - ela repetiu como se eu fosse um retardado. - Eu não posso acreditar! Você acha que eu iria ser como alguma de suas putas que você pega a hora que bem entender?

- Você está brincando comigo? - perguntei irritado. - Foi VOCÊ que não correspondeu o beijo, foi VOCÊ que não teve reação nenhuma. Agora VOCÊ vem querer colocar a culpa em mim?! - disse indignado. Que absurdo! - Eu te beijei sim, porque eu gosto de você. Mas você deixou bem claro que não sente o mesmo. - quase gritei peitando ela de volta e a encurralando na parede atrás dela.

- Gostar de mim? - ela riu sarcástica. - Se você gostasse de mim, não estaria com cinthya agora, muito menos fingiria que nada aconteceu.

-Você está se ouvindo? - perguntei com raiva. - Eu te beijei, você não correspondeu. Ou você achou o que? Que eu iria ficar correndo atrás de uma pessoa que não sente o mesmo por mim? Fingir que nada aconteceu era o único jeito de salvar nossa amizade...

- EU NÃO QUERO SÓ SUA AMIZADE, SEU IDIOTA! - ela gritou de repente, me assustando com seu tom de voz, e se aproximou, me fazendo calar a boca - Eu não quero só sua amizade. - ela sussurrou olhando nos meus olhos, com um olhar culpado. - Eu também gosto de você.

Senti meus olhos se arregalarem e meu coração errar a batida.

Ela disse isso mesmo?

Emmadisse que gostava de mim?

Eu não conseguia acreditar no que ela tinha acabado de dizer.

Meu coração estava acelerado,eu me sentia ofegante.

Emma gostava de mim.

Era a primeira vez que eu gostava de uma garota, de verdade, e admitir em voz alta foi a coisa mais difícil que já tive que fazer, mas saber que ela também sentia o mesmo era a melhor sensação do mundo.

- Ma-mas, você não correspondeu ao beijo. - tentei falar com a voz falhando.

- Eu não tive reação. Eu não estava psicologicamente pronta para aquele momento. - ela respondeu tímida, abaixando o olhar.

Nossos rostos já estavam próximos o suficiente para eu sentir seu hálito quente batendo contra o meu.

Eu estava surpreso, sem saber o que fazer.

Quer dizer, eu tinha me enganado, Emma gostava de mim também.

Eu precisava fazer alguma coisa.

E fiz.

Puxei seu rosto delicadamente pra cima, a fazendo olhar nos meus olhos, e encarei seus olhos cor de mel mais lindos,brilhantes e sinceros que já vi na vida.

Naquele momento, eu me derreti.

- E o que faremos agora? - sussurrei, hipnotizado pelo seu olhar doce.

ADRENALINA- GABRIEL GUEVARAOnde histórias criam vida. Descubra agora