Renjun abria os olhos lentamente, se acostumando com a visão alheia. A luz do sol refletia em seu rosto, mas... Ele não estava em casa. E confirmou isso quando se permitiu analisar melhor o local que estava, havia uma pequena janela e era de lá que a luz vinha, estava deitado em uma cama que ficava encostada bem no meio da parede branca, tinha uma mesa junto a duas cadeiras no centro do quarto, uma cômoda não muito longe da onde estava a porta que dava acesso ao quarto, também havia um abajur sob a cômoda. Algo chamou sua atenção o que o fez franzir o cenho, haviam dois frasquinhos com comprimidos dentro e ao lado um blister com mais comprimidos. Espera, aquilo era medicação, certo? E por que as suas pulseiras estavam em cima da mesa e não em seu braço?
Se sentou na cama e percebeu que estava com roupas totalmente brancas, camisa de manga longa e a calça. Só então, a sua ficha finalmente caiu. Ele estava na clínica. Se lembrava da noite passada, de ele envolvendo o corpo desacordado de Jaemin, os braços de Jeno o envolvendo e a última coisa que disse ao Na antes de o deixar lá, por mais que ele não o escutasse. Disse que o amava. E quando levantou junto ao Lee, só sentiu algo ser enfiado em seu ombro. Não sabia que horas eram, mas queria sair daquele lugar, queria achar Jeno.
Se levantou, pegando uma por uma de suas pulseiras e foi as colocando com calma. Não queria que ninguém as tocasse, principalmente a preta, e a cinza. Esta última que continha o nome "Nono". Renjun tinha mais quatro pulseiras e apenas pintou o apelido do Lee na que estava usando, uma estava consigo, as outras três estavam ali também, um pouco mais afastadas das outras. Tinha dedo de seu progenitor ali por deixá-las separadas e sabia disso, ele o conhecia bem. Seu objetivo era que entregasse a outra que continha o apelido do Lee ao Na e as outras duas a Jeno. E iria fazer isso.
- Abre essa droga de porta! Eu quero sair! - Deu socos na porta, não tinha uma janelinha como a do quarto de Jeno.
Dois minutos se passaram e a porta foi aberta, revelando a figura de seu pai e mais dois seguranças.
- Como não se livrar do seu pai, certo? - Disse, já sentindo uma vontade imensa de chorar de novo. Não só por estar magoado como também um sentimento de culpa, por Jaemin.
- Você está bem, garoto. Me agradeça por isso.
- Mas o Jaemin não. - Cravou as unhas curtinhas na palma de suas mãos. - Ele está morto...
- Porque você fez isso acontecer. - Como se fosse óbvio, ele falou, sem nenhum receio.
- Eu quero ver o Jeno. - Seu pai deu de ombros.
- Como quiser, garoto. O quarto dele é do outro lado desta parede.
...
Meia hora havia se passado, e agora Renjun e Jeno estavam sentados lado a lado em um dos bancos que ficavam nos corredores da clínica em um silêncio confortável, mas ambos queriam falar e não sabiam como começar. Então, o Huang tomou a iniciativa.
- Somos só apenas eu e você agora, não é? - Sua voz saiu quase em um sussurro, mas foi o suficiente para ter a atenção do Lee e um suspiro cansado vindo deste. - Chenle disse que nós éramos um triângulo amoroso.
- Eu sei. - Assentiu com a cabeça. - Jisung falou a mesma coisa para mim. É incrível, não acha? - Soltou um riso soprado. - Amor, ódio, ciúmes... Será que iríamos acabar em um trisal? Jaemin me odiava.
- Você também o odeia. - Seus lábios se repuxaram em um sorriso ladino.
Mas era mentira. Eles não se odiavam. Só não sabiam como dizer um ao outro que se gostavam sim, conseguiam se suportar, mas não de uma forma romanticamente. Apenas... Normal? Foi por isso que Chenle e Jisung falaram que eram um triângulo amoroso, e realmente, eles eram. E ainda são. Jaemin não estava ali, mas o lugar dele estava guardado bem ali, com os dois, e eles garantem que ninguém vai conseguir ficar no lugar dele.
- Eu... Quero te dar algo. - Puxou as pulseiras do bolso da calça branca e as mostrou ao Lee. - Eu já tenho a minha então... Essas são suas e a outra era do Nana.
Jeno pegou as duas que eram suas, uma preta e uma cinza, como a que o Huang estava usando com seu apelido dado por ele.
- "Nana" e "Junnie". - Arregaçou a manga esquerda de sua camisa, revelando a pulseira que estava no pulso de Jaemin anteriormente e as colocou ali. - Elas vão fazer companhia com a do Jaemin agora.
Renjun olhou para si com os olhos brilhando. Jeno havia pego a pulseira do rosado.
- Como...?
- Ontem. Quando me abraçou e eu apenas aproveitei a oportunidade. - Explicou. - Você vai ficar com ela? Eu posso tirar-
- Não. - O cortou. - Deixe-a onde está. - A outra que estava em sua mão, colocou em seu próprio pulso. - Ele ia querer que eu colocasse "Querido, Jeno". - Analisou o nome pintado em branco.
- Querido, Renjun... Então devia ter colocado "Querido, Jaemin" na minha. - Riram.
O silêncio reinou novamente, Renjun aproveitou para relembrar de todos os momentos com o Na. De quando se conheceram, de quando saíram pela a primeira vez, de quando foram ao parque, de quando ele conheceu o Lee. Mal percebeu quando seus olhos arderam e lágrimas escorreram por suas bochechas, Jeno foi rápido em chamar sua atenção.
- Ei, Junnie... O que foi? - Passou o braço por suas costas, o puxando para perto de si.
- Eu o matei, Jeno... - Fungou e o de fios negros negou rapidamente.
- Não, não... Nós matamos. - Aquilo só fez seu choro aumentar. - E se ele estivesse aqui no meu lugar, diria a mesma coisa.
Renjun sabia que Jeno estava certo.
- Como eu vou viver com isso, Nono? C-como? - Jeno o abraçou, apoiando a cabeça em cima da sua própria.
- Nós vamos conseguir, Junnie. Ele saberia o que fazer... Então nós também sabemos.
Eles sabiam sim o que fazer. Jaemin os queriam bem e vão ficar, somente por ele.
- Somos apenas eu, você... E ele.
///...\\\
![](https://img.wattpad.com/cover/343305997-288-k795001.jpg)
VOCÊ ESTÁ LENDO
dear, renjun.
General FictionOnde Huang Renjun, um chinês de 23 anos, é transferido para trabalhar em um hospital psiquiátrico e seu trabalho seria cuidar psicologicamente de um paciente um tanto pertubado, no caso Lee Jeno, mas na verdade, este só carregava traumas profundos d...