Xiao começou a trabalhar em uma mansão onde coisas estranhas e assustadoras acontecem, mesmo com medo ele sabe que essa é sua melhor chance de sobreviver na sociedade.
Seu patrão, Conde Yibo Wangstein é um garoto muito peculiar, tem segredos, é sol...
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Xiao sentiu junto ao estremecimento do pequeno corpo do conde que alguém estava ali. Olhou com o brilho do inferno queimando em seus olhos na direção da porta, Yibo soluçou e um sentimento cortou-lhe o espírito por ficar tão desligado e deixar que algo assim o surpreendesse.
"Maldição!" Praguejou em pensamento para não assustar o já terrificado nobre com a eloquência de sua alma.
O mordomo estava desejando esse beijo desde algum tempo atrás, seria inevitável e inútil para ambos, ainda assim queria fazê-lo como despedida. Dando ao conde o que pensar ao invés de nutrir antipatia por ele e se entregar aos sombrios sentimentos que afloram naquele coração doce e ingênuo.
Contudo, essas últimas intromissões o estavam irritando até a última célula de sua pele humana, e seja quem for o cadáver que entrou — pois já estava morto —, afinal ele o mataria com certeza e perderia seu crédito de preservação a vida que tanto prezava.
— Xiao, me salve!
O mordomo mais adivinhou que realmente ouviu o apelo entrecortado pelo choro dolorido do conde.
— Milorde, fique aqui, irei expurgar quem quer que seja!
Xiao tentou controlar ao máximo seu tom, em respeito a condição apavorada do nobre, ainda assim sua voz saiu profunda e ameaçadora. A melhor forma de resolver isso era deixar seu gracioso conde seguro em seus aposentos e assim evitar que ele visse algo que não deveria e perdesse tudo que já havia construído até esse momento.
Contudo, o mordomo não conseguia ver o rosto do nobre, que estava cavando em seu peito uma negativa frenética. Sem alternativas e querendo interceptar o invasor antes que ele chegasse ao andar superior, decidiu caminhar com Yibo da forma que estava em seu colo pelo corredor.
"Você não pode estar mais seguro que ao meu lado, milorde... Mas, por favor, não abra os olhos, quando escutar o grito de uma alma sendo arrancada do corpo. Infelizmente o que acontecerá será isso e não uma mera captura de fantasmas. Não sei como explicar-te isso, mas estás prestes a ver-me irado, renegando o cumprimento do meu dever sagrado."
O grito de terror de Yibo foi de congelar qualquer sangue quente nas veias, quando se aproximaram da balaustrada que permitia a visão da porta principal. Em seguida seu aperto afrouxou e ele ficou choramingando, quase que sufocado de aflição. Xiao não tinha certeza se poderia cumprir suas promessas vorazes sendo incompleto, então se ajoelhou atrás do parapeito, preocupado, sua pele estava arrepiada de horror e pesar pelo conde.
O jovem conde cobria o rosto com as mãos e convulsionava em lamentos incompreensíveis. Era sofrimento, dor, amargura e um pouco da névoa purpúrea que o cobria nesse momento, estava além da compreensão do mordomo, que agora estava tomado de curiosidade.
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