𝔗𝔥𝔢 𝔖𝔱𝔯𝔞𝔫𝔤𝔢 𝔅𝔬𝔶 [COMPLETA]

𝔗𝔢𝔰𝔬𝔲𝔯𝔬

Olá, alteza! É bom te ver por aqui!

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Xiao não pode se ausentar por muito tempo da mansão, o jovem conde estava a cada dia mais apegado a ele e estava fazendo questão de sua presença, por mais que ele não lhe dissesse diretamente.

Seu tempo para incursões naquela parte específica do jardim era contado. Na primeira vez, foi até o gazebo e ficou olhando naquela direção, em sua condição atual era difícil dizer que tipo de barreira o impedia de ver o que enfrentaria. Então ouviu o chamado do conde e se apressou em voltar com algumas flores, fez questão de colocar uma linda flor de hibisco nos cabelos do jovem ao chegar, este que enrubesceu lindamente, tal qual a flor.

O mordomo não estava com pressa, embora soubesse ter obrigações superiores o esperando, mas ele se agradava da distinta companhia do nobre. Yibo tinha um encanto que nem mesmo ele viu igual em suas andanças pelo mundo. Infelizmente, ele não podia ter sentimentos, então o que possuía pelo jovem era apenas uma sensação, uma muito forte e boa.

Na segunda vez, que se aventurou no jardim, foi tarde da noite, quando Yibo já havia adormecido. Xiao retirou suas roupas e sob o breu total mergulhou naquelas águas escuras e gélidas, o líquido era quase viscoso, parecia se grudar em sua pele, como se mãos o puxassem para baixo e quisessem o afogar, levando para as profundezas. Aquelas águas não tinham um fundo, ele sabia, tal como ela tinha um propósito. Sua pele se arrepiou inteira, a sensação diferia, ele sabia que estava perturbando o ambiente, mas não mais que o oculto naquele jardim. Seja o que for, estava mal-feito, a pessoa não tinha experiência ou uma vaga noção dos perigos com que se expunha. O que estava ali não pertencia a esse mundo.

Seus olhos brilharam incandescentes e dessa forma, deslizou pela água mostrando sua autoridade e habilidades. Flutuou em frente aquele emaranhado de ramos e vinhas, ele sabia, estava ali. Sua cicatriz no peito coçava e ardia, sua mão de dedos trêmulos pressionou o local, fechou os olhos por um instante e com as unhas começou a arranhar até ter seu sangue manchando sua mão.

Recitou algumas palavras que se lembrava e levou a mão ensanguentada a frente, a noite estava tão escura que seu sangue parecia uma densa tinta escura. Seus dedos tocaram algo, uma barreira energética simples, quando as pontas dos dedos romperam adentro, ele agarrou e a barreira se comprimiu, antes de explodir em um estrondo surdo, varrendo a água e a vegetação ao redor.

Seus olhos captaram o imenso emaranhado de galhos, antes de ser puxado para baixo, com o deslocamento de ar.

Xiao acordou na manhã seguinte, flutuando próximo ao gazebo, esfregou os olhos, passado alguns instantes olhando o céu com matizes azuis, cinzas e branco; apressou-se a pôr suas roupas e voltar a mansão.

O mordomo estava mais reservado com Yibo naquela manhã triste e úmida, mas o conde, alheio a qualquer infortúnio, lhe sorriu docemente. E brevemente, Xiao pensou sentir algo, fechou os olhos que queimaram para não assustar o jovem nobre e deixou-se ser afagado no rosto, como um felino em busca de carinho.