𝔗𝔥𝔢 𝔖𝔱𝔯𝔞𝔫𝔤𝔢 𝔅𝔬𝔶 [COMPLETA]

𝔉𝔯𝔢𝔞𝔨 𝔅𝔢𝔞𝔯

Olá, alteza! É bom te ver por aqui!

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Yibo dispensou o mordomo após o almoço, há alguns dias não ia até seu ateliê, seus dedos estavam até um pouco rígidos pela falta da prática de costurar seus bonecos. Normalmente o nobre despendia longos dias a essa tarefa, isolando-se completamente no quartinho que antes abrigava sua sala de estudos, mas isso foi muito antes de seu amado Xiao chegar.

Ele não lembra quando exatamente começou a costurar, a memória há muito arrefeceu, no entanto, era uma atividade que sempre amou. Um ofício que sua tia ensinou-lhe, mas que sua mãe achava repugnante por achar que um homem deveria se dedicar a outras áreas para se consolidar como um gentleman de boa família e conseguir um bom casamento.

Yibo ainda era uma criança que não tinha grandes obrigações a não ser brincar e adquirir o básico do estudo, portanto não entendia o que de errado havia na tarefa que, para além de fabricar brinquedos, vestia madames de lordes com grande elegância.

Conforme crescia e determinados assuntos pareciam fazer sentido, ele soube que a sociedade era vil e repleta de defeitos, não por crescer nesse meio, afinal nem amigos ele conseguiu cultivar, mas, sim, pela visão pregada por sua mãe.

Ela, quando o via com agulhas e tecidos nas mãos, dizia com infinito tom de desprezo na voz: "Todo esse conforto não durará para sempre, torne-se um homem!", então saía abanando as saias.

Em contrapartida, seus tios eram muito amorosos com ele, essa era uma lembrança que enchia seu coração de alegria, ao contrário dos pais que mal o viam como filho, negligentes e extremamente exigentes.

Honestamente, seu pai era indiferente, sua família dizia que ele tinha uma doença na cabeça e jamais deveria perturbá-lo. Raras vezes lembrava-se de ver seu pai, que nos melhores dias passava por ele e bagunçava seus cabelos. Sua mãe nunca demonstrou ser cruel, embora seu olhar julgador pesasse sobre ele e suas ações.

Naquele tempo ele desejou que seus tios fossem seus pais, já eram semelhantes fisicamente, mas, no fundo, gostaria que seus pais sentissem orgulho dele. Por esse motivo pedia aos tios que lhe ensinassem coisas, excetuando a diversão e liberdade que era constantemente oferecida. Desejava crescer logo e se tornar um nobre de valor para os pais.

O tio o ensinou a ler e como deveria se comportar, um nobre de coração gentil com um olhar perpetuamente culpado. Sua tia era pacienciosa e delicada, ela o ajudou a costurar seu primeiro boneco, um horrível e pavoroso, mas ela o elogiou muito.

Yibo acreditou que tinha feito algo espetacular, tanto que ele se sentiu imensamente feliz e pensou que poderia presentear sua mãe com o boneco. Correu para mostrar a sua mãe e dar a ela aquele presente feito por suas mãozinhas que estavam furadas de agulha. Ela, por sua vez, fez uma careta com asco e ódio, até mesmo fez o sinal da cruz e disse para ele sumir com aquela coisa tenebrosa.