Eyes don't lie

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- Para qual lado é o prédio Aye ? - Yok perguntava pela milésima vez.

- É para esquerda, não, não, para direita, ah... eu não sei. - Ayan disse deitando o rosto sobre o ombro de Yok e fechando os olhos.

Yok parou a moto em um estacionamento qualquer e se virou para Ayan, o menor estava praticamente dormindo em cima de si.

Pensou por um instante, e decidiu levar Ayan para dormir em sua casa, pois o menor não estava em condições de guiá-lo até seu apartamento.

Então ligou a moto novamente e dirigiu até sua própria casa, sabia que aquela não era a opção certa, pois Ayan provavelmente o chutaria e sairia logo de manhã, e talvez até antes que o maior acordasse.

No fundo Yok queria passar mais tempo com o menor, e aquela era uma ótima oportunidade, queria matar a saudade do calor do corpo de Ayan, de seu cheiro, de seu toque.

O maior dirigiu devagar pelas ruas iluminadas de Bangkok, com medo de que Ayan se desequilibrasse e caísse, já que estava dormindo sobre as costas do maior.

Algumas ruas a mais e ambos haviam chegado, Yok estacionou a moto na porta de sua casa e se virou para a Ayan lentamente, o maior sacudiu Ayan algumas vezes, o fazendo despertar tonto.

- Onde estamos ? - O menor disse com a voz embolada.

- Estamos na minha casa. - Yok citou, e sem reclamações Ayan desceu da moto se apoiando no maior.

O maior apoiou Ayan em seu ombro e ambos entraram na casa.

Yok acendeu as luzes trancando a porta, e colocou Ayan sentado no sofá.

- Foi para isso ? - Ayan disse observando o lugar, ao qual ele nem se quer conseguia analisar pela tontura.

- Oque ? - Yok disse confuso enquanto abria a geladeira para pegar água.

- Foi para isso que você me abandonou ?, para vir morar nessa casa sozinho, para virar um vândalo em Bangkok ? - O menor questionou.

- Não é bem assim, eu não sou um vândalo, eu luto pela liberdade, você me ensinou isso. - Yok respondeu sincero.

- Se eu soubesse que você me abandonaria, eu teria deixado você do jeito que era, manipulado pelas regras, aceitando viver na escala da pirâmide, nunca questionando o poder dos superiores. - Ayan reclamou, e então fez menção de vomitar.

Yok correu até o menor segurando seu rosto com as duas mãos.

- Quer ir ao banheiro ? - O maior questionou.

- Não, eu quero ir para casa. - Ayan disse e Yok fitou seus olhos vagos, o corpo do menor sobre o efeito do álcool, e mais uma vez o maior lembrou de quando estava com Ayan.

Das vezes em que precisava lutar com o menor para dormir, e muitas vezes até sair de perto do mesmo por um tempo.

Em como tudo era bom assim:

- Vai amor, só um beijinho, eu não estou tão bêbado assim. - Ayan disse fazendo um biquinho.

- Ayan, eu já falei que não, você está bêbado, não é hora para isso. - O maior tentou conscientizá-lo, porém, sem sucesso.

Duas vezes eclipse. - YokAye Onde histórias criam vida. Descubra agora