"Um Presente para Damian"

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Cinco de Janeiro. A data estava marcada com uma pequena estrelinha verde com listras brilhante no calendário de todos da Mansão Wayne. Era o dia do aniversário do mais novo da família, Damian.

O capricorniano não gostava de festas, nunca gostou e não entendia o porque daquela data comemorativa que ele considerava tão boba, ainda sim sua família insistia em fazê-la. Damian só havia dito dois aniversários enquanto morava na mansão com seu pai, irmãos e Pennyworth. Nove e dez anos, e agora seria de onze.

Tim e Dick o tentavam convencer de se divertir nessas festas, mas nenhuma o fez gostar.

Na primeira festa que deve ali, a de nove anos, foi algo mais familiar e íntimo para eles, um bolo e presentes trazidos por Bruce e os irmãos — Cassandra, Stephanie e Bárbara apenas passaram para desejar felicidades pois Damian ainda não tinha as conhecido direito e Alfred disse que seria melhor que elas não passassem a festa com eles, sabia que o pequeno da família não se sentiria maos confortável com isso. Presentes caros porque não imaginavam com o que a criança se acostumou quando vivia com  seu avô e Talia — descobriram que Damian nunca havia dito um aniversário, sequer um pequeno bolo, mas não estavam totalmente surpreendidos.

A segunda festa, do ano passado, foi mais grande e organizada. A festa para que Bruce revelasse ao mundo que tinha um filho de seu sangue. Damian respondeu por perguntas a noite inteira e odiava ter que segurar o sorriso falso no rosto, sem contar nos presentes esnobes dos convidados que só queriam se mostrar e o parabéns com ele na frente de todos e todos o olhando. Não se sentia bem com toda aquela atenção.

Agora, ele teria mais uma biba e entediante festa.

Acordando cedo começou a pensar sobre o que estava sendo planejado para aquele dia enquanto escovava os dentes e cabelos. A verdade é que, isso ele nunca contaria, ele não desgostava tanto assim dos aniversários, só que tinha algo que apertava seu coração em cada momento da festa e ele não sabia responder o que era — odiava isso, era uma sensação que ele nunca havia sentido antes e não conseguia descobrir a razão dela. Sempre que Dick vinha tirar alguma foto na primeira festa, ou quando Jason bagunçava seus cabelos mesmo sobre os protestos dele, Damian sentia aquilo de novo. As bochechas esquentando, o coração apertando e os cantos dos olhos pinicando como quando lágrimas queriam descer.

Desceu as escadas lentamente, mexendo nervoso na barra da camiseta verde de botão por algum motivo desconhecido por ele, se preparando para o que viria assim que chegasse a cozinha. Surpreendentemente, nada. Ele abriu os olhos que nem percebeu ter fechado para não ver nada, nenhum de seus irmãos, nenhuma das garotas e nem seu pai. Nem Alfred estava ali! O mordomo sempre ficava na cozinha pelo período da manhã, só saindo para levar alguma bebida ou biscoitos para Dick na sala de treino ou olhar se Jason realmente já havia chegado em casa. Damian checou o horário, talvez apenas tivesse acordado muito cedo, mas não, já eram dez horas — ele até se surpreendeu com isso, normalmente acordava mais cedo, bem mais cedo.

Caminhou pela cozinha vazia, o barulho de seus sapatos ecoando pelo cômodo. Alcançou uma maçã e saiu comendo afim de procurar os outros membros da casa. Era sábado, ele conhecia a rotina de casa um no sábado, e não estar na cozinha naquele horário não fazia parte dela.

Primeiro foi até onde Dick poderia estar, mas a sala de treino e a academia estavam vazias, era quase como o velho oeste nos filmes de cowboys. Rodou pela Mansão enquanto mastigava pedaços pequenos da maçã vermelha, nem nos quartos e nem na sala de cinema, Bruce também não estava em seu escritório e a suíte dele parecia deserta. No jardim e quintal só tinham os animais (Ace, Alfred, o gato, e a cachorrinha de Dick a qual ele sempre esquecia o nome). Andou novamente por toda casa, até pelos banheiros e quartos vagos usados pelas meninas quando vinham ou por hóspedes que nunca apareciam. Nada era a palavra que definia tudo.

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