Chains • Wenclair [!HIATUS!]

Caso inacabado.

Acho que o meu pai não aguentaria ser chamado de ladrão.
E acho que mamãe suspeitava que ele realmente fez aquilo. Eu parei de acreditar nas pessoas.

Achei que seria melhor se eu pudesse odiar a minha mãe ou o meu pai.

Mas, depois de anos, minha mãe deixou escapar: "Por que eu não acreditei nele?"
Depois de ouvi-la, resolvi deixar o ódio de lado.

Acreditar nas pessoas é a minha virtude.

Wednesday

Corro até a casa de Emma, checando o porquê de tanta demora. Fico paralisada ao me deparar com a casa completamente em chamas, repleta de pessoas em volta.

O que é isso?!....

— Eu vi Emma entrando lá!... — Ouço uma mulher comentar, preocupada. Me viro, percebendo um lenço branco em suas mãos.

— Acho que ela ainda está lá dentro!... — Em um movimento súbito, tomo o lenço de sua mão, correndo para dentro da casa, ouvindo a mulher atrás de mim exclamando algo que não dei atenção.

Corro para dentro da casa, subindo as escadas, enquanto tampo o nariz e a boca com o lenço.

— Emma! Emma, você está me ouvindo?! — Exclamei, com a voz saindo abafada.

Olho em volta, vendo as coisas se despedaçarem e derreterem devido ao fogo, as chamas subiam trazendo um ar quente, como se eu estivesse dentro de um forno.

Vou até o fim do corredor, arregalando os olhos ao perceber Emma caída no chão, repleta de marcas cinzas pelo corpo. Imediatamente corro até ela, tentando colocá-la de pé, tapando a sua boca com o lenço em minha mão.

— Vamos, acorde!... — Exclamo, praticamente arrastando ela em meus braços.

Caramba, ela é pesada...

Sinto ela colocar algo em meu bolso, olhando para ela, podendo ver os seus olhos levemente abertos.

— Ei! Emma?! — Seus olhos logo se fecham novamente e a arrasto até a escada.
Encaro a enorme escada a baixo, toda destroçada devido ao fogo em seus recantos.

Não vou conseguir... Não sou forte o bastante.

De repente ouço o som de vidros se quebrarem, podendo ver alguém subir as escadas rapidamente.

— Gerente?! — Exclamo, vendo o homem ainda de uniforme, com um pano amarrado em seu rosto, cobrindo o seu nariz e boca. Ele sequer olha para mim, me ajudando a apoiar Emma pelo outro lado.

— Escritoras são mesmo inúteis!... — Ele exclama. Devido as circunstâncias, decido ignorar. — Vamos descer logo! — Ele exclama, apoiando o braço esquerdo de Emma em seu ombro, enquanto eu apoio o direito.

Ao chegar ao fim das escadas, ele puxa Emma, a colocando em seus braços.

— Wednesday, saia pelos fundos. — O encaro, antes de desviar o olhar e me afastar. — Eu serei o herói de hoje. — Ele diz, indo até a porta da frente.

•

Me escoro no banco da praça mais distante que encontrei, apoiando a minha cabeça com as mãos, enquanto observava o poste de luz azul, no qual servia para todo o local, rodeado de algumas borboletas.

Espero que Emma esteja bem.
Como foi que esse incêndio começou?...
Teria sido obra dele também?!...

Imediatamente me lembro de quando Emma deixou algo no meu bolso, retirando e encontrando o seu celular. Vejo que ele está desbloqueado, aberto em uma aba de mensagens. Arregalo os olhos.