Após o jantar da segunda noite a bordo do navio, Butsuma estava fervendo de raiva. Ele sentiu sua paciência se esgotar quando soube que Hashirama novamente havia dispensado Mito, deixando-a desapontada e constrangida ao ele deixá-la outra vez. Butsuma estava determinado a confrontar seu filho sobre seu comportamento e exigir explicações. Enquanto Hashirama voltava para sua cabine, ele sabia que estava prestes a enfrentar a ira de seu pai. Seu coração batia rápido e uma sensação de desespero o dominava. Ele tentou se preparar mentalmente para o que estava por vir, mas a tensão e o medo da furia implacável que seu pai poderia ter em situações dessas, estavam pesando sobre seus ombros.
Ao entrar na cabine, Hashirama encontrou Butsuma com o rosto vermelho de fúria.O ar ao redor estava carregado de tensão e desaprovação. Butsuma não perdeu tempo e começou a desferir suas palavras com severidade. —Você não tem respeito algum, Hashirama!—, exclamou Butsuma, sua voz ecoando pela cabine. —Como você ousa dispensar Mito novamente? Ela é uma jovem adorável e digna de seu tempo e atenção.
Hashirama tentou explicar sua perspectiva, mas as palavras foram sufocadas pela ira e superioridade de seu pai. Butsuma diminuiu seu filho, lembrando-o de suas responsabilidades como o herdeiro da família Senju e como seu papel era importante para o futuro da linhagem. —Você é um insensível! Um egoísta! Não consigo entender como você pode desperdiçar tantas oportunidades valiosas— disse Butsuma, cada palavra como uma faca afiada. —Seu comportamento é uma vergonha para a família e um insulto a todas as pessoas que nos rodeiam.
As palavras de seu pai penetraram fundo em Hashirama, atingindo seu coração e deixando-o em desespero. Ele sentiu-se sufocado pelas expectativas, pela pressão e pela falta de compreensão de seu pai. O desejo de fugir daquela situação se tornou irresistível. Desesperado, Hashirama sabia que precisava escapar da presença opressora de seu pai. Com lágrimas de frustração em seus olhos, ele abandonou a cabine às pressas sem nada dizer, seu ato falava por si só, se sentia incapaz de suportar a pressão emocional que o envolvia. Correndo pelos corredores do Titanic, Hashirama tentava afastar-se daquelas palavras cruéis e da sensação de ser constantemente diminuído, queria se afastar da prisão que era sua vida, cuja ele não podia escolher como seguir, não tinha... liberdade, para fazer suas próprias escolhas. Ele buscava um refúgio, um lugar onde pudesse encontrar um pouco de paz e clareza em meio ao caos que sua vida se tornou.
Hashirama, consumido pela tristeza e pela pressão emocional, correu pelo navio, na busca desesperada de escapar daquele lugar, ele correu até onde deu, atingiu o convés inferior, que era o limite que poderia ir e por lá correu, correu, correu, passou entre alguns bancos do convés que julgou estar vazio, e apenas correu. Mas chegou uma hora onde teve que parar... não tinha mais para onde correr.
Estava na popa do Titanic. Parou no local onde o vento batia suave em seu rosto e contemplou o vasto oceano estendendo-se diante dele. Enquanto observava as águas turbulentas da noite, uma mistura de emoções se agitava dentro dele. Sua mente estava cheia de pensamentos nada amigáveis, oscilando entre a desesperança e o desejo de escapar de tudo dando mais um passo ao abismo.
A imensidão do oceano diante dele parecia refletir a vastidão de sua própria angústia. Hashirama se perguntava se essa seria sua única chance de encontrar a liberdade que tanto ansiava, a liberdade de ser quem realmente era, longe das amarras e das expectativas que o aprisionavam. Enquanto observava as ondas se agitando, ele teve pensamentos sombrios, imaginando o que aconteceria se pulasse naquele mar implacável. Seria uma forma de escapar de tudo, de deixar para trás as obrigações e as responsabilidades que o sufocavam.
Ele chegou a conclusão que sim... era a única forma de se livrar das amarras de suas responsabilidades, não aguentava mais toda aquela pressão, não aguenta mais a obrigação que seu pai colocara em seus ombros. Não aguentava mais ter que ser obrigado a fazer algo que não queria fazer.
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Titanic (Versão HashiMada)
Fiksi PenggemarDois jovens se conhecem a bordo do grande Titanic em sua viagem inaugural em 1912. Diante das pressões sociais e dos acontecimentos que se seguem no desenrolar da história, o jovem da primeira classe decide desafiar sua família e amigos em busca da...