Cap. 1

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- Sentada no meu quarto tentando não pensar em tudo ao mesmo tempo; sendo em vão!
A única coisa que poderia me aliviar e me fazer ter um pouco de paz, é meu violino. Eu o amo mais que a mim mesma.

- Depois de algumas horas tocando-o, resolvo tomar uma ducha. Permanecendo com o sentimento de só querer sumir!

- Me visto para o trabalho, que por incrível que pareça, estava sendo meu único refúgio.

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- "Por favor, tenta fazer ela me notar!" - disse Márcio, um colega de trabalho.

- "Tá booom!!! Vou ver o que posso fazer por você. Mas eu não vou insistir, ok?" - Eu disse.

Ahhh! Acho que esqueci de me apresentar; sou Alexandra, ou Alex... como preferir! Tenho 1,68cm de altura, sou negra, uso dreads desde que me conheço por gente, sou lésbica e tenho... não sei (?) talvez 20 ou 21 anos. Não sou nada boa com idades, acostume-se!!!

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- Depois de algumas horas de trabalho, decido ir até Paula, minha nova chefe/supervisora que Márcio tanto deseja. Ela é nova aqui na empresa, então não mantive muito contato.

- Eu trampo em uma loja de discos, aparelhos antigos, roupas... Sou da parte administrativa, mas faço de tudo um pouco. Brasil, né?!

- Chego na sala de Paula e decido perguntar qualquer coisa aleatória, só para manter algum tipo de contato. Sua porta já estava aberta, então só dei três toques e entrei.

- Paula estava com fones de ouvido, provavelmente não me ouviu bater. Acredito que tenha me visto de relance e foi aos poucos virando sua cadeira. Quando olhei em seus olhos e seu rosto, eu entendi o interesse de Márcio.

Como ela é linda! Eu poderia facilmente ficar horas olhando para ela. Paula tem os olhos escuros, cabelo castanho e eu não sei ao certo o tamanho pois ela mantinha um rabo de cavalo. Seu olhar era doce como de criança, os lábios um pouco grossos, era branca e quando sorriu para mim, fez-se duas covinhas em suas bochechas. O sorriso era tão perfeito que eu não sabia mais como respirar. Meu Deus que absurdo de mulher!

- Acho que fiquei tão sem graça, que ela percebeu e fechou o sorriso na hora!
Óbvio! Eu devia estar igual uma mula com cara de bunda olhando fixamente para ela.

- Por não conseguir dizer nada, simplesmente só sai da sala e fechei a porta. QUE ESTAVA ABERTAAAAA!!!!

- Me senti ofegante e uma idiota, queria me afundar no chão!

- "E aí?! Como foi? Conseguiu alguma coisa?" - perguntou Márcio animado em me ver.

- "Pior que não. Ela disse que estava muito ocupada, não conseguiu nem me olhar e pra eu voltar outro dia." - Alex.

- "Ah! Tudo bem, depois você tenta de novo."- Márcio.

- Como vou explicar essa palhaçada que eu acabei de sentir? Puta merda, eu tô fodida!

- A única coisa que consegui fazer, foi sair da loja e acender um cigarro. Não era possível que eu tava sendo tão emocionada assim! É só uma mulher, minha chefe e provavelmente hétero. Se manca! Era melhor não ter saído de casa!

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