Cap. 2

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- Depois desse dia, eu não parei de pensar e evitá-lá. Tinha sido o maior mico, pra quê olhar na cara daquela mulher?! Normalmente quando passo vergonha, eu não consigo esquecer ou superar.

             Umas duas semanas depois.

- Toda a equipe marcou de sair para beber depois do trampo. Já era de costume, mas eu nunca aceitava ir. Prefiro o silêncio do meu quarto ou o som do meu violino. Mas, de tanto minha mãe encher minha cabeça pra eu sair um pouco e "socializar" eu decidi ir. E só me animei porque Márcio disse que iria.

- Passei em casa para tomar um banho e me arrumar. Meus pais ficaram felizes por eu finalmente sair do meu cantinho de paz, que eles chamavam de "mini inferno".
Minha mãe super sorridente e fazendo questão de dizer que:

- "Na sua idade, eu saía tanto, filha." - Mãe.

Vou falar resumidamente sobre meus pais: Minha mãe se chama Fernanda e meu pai Eduardo. Foram casados alguns anos antes de eu nascer, me planejaram super fofinhos e quando nasci, resolveram se separar. Irônico, não?! Depois de 15 anos se reconciliaram e decidiram voltar... para infernizar minha vida, certeza!
E ah... eu não tenho ideia da idade deles, provavelmente uns 45-50 anos.

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- Eu não sei o que vestir! É algo simples, apenas um barzinho. Então, não posso ir muito piranha ou muito arrumada. Decido vestir uma jaqueta jeans e uma camisa branca por baixo, uma calça cargo e um tênis nike branco também. Vou manter os dreads soltos desta vez.
Um pouco de maquiagem para disfarçar essa cara de morta que não dorme há anos e alguns acessórios e perfume. Me imagine ai!

- Quando pensei em sentar na minha cama para tentar mandar uma mensagem a Márcio inventando uma desculpa idiota para não ir, ele buzina! Que ó d i o!

Eu não tenho nenhum tipo de relação com Márcio, só nos aproximamos por termos os gostos musicais parecidos e pelo visto, mulher também... Márcio é um hétero legal até.
Depois que me mudei, dei uma afastada dos meus amigos. Sinto falta, mas foi necessário.

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- Chegamos no barzinho - que por sinal era bem simples - e nos sentamos. Todos já estavam bebendo e não pude deixar de reparar em Paula, que estava bem afastada de mim com seus amigos.
Sentei em um banquinho no bar e fui encher o saco do barman.
Márcio não perdeu a oportunidade e já foi logo puxando assunto com Paula.

- Com o tempo, eu só tentei relaxar. Depois de algumas cervejas (sim, eu sou amante de cerveja), troquei olhares com uma preta linda. Eu poderia facilmente me ajoelhar aos pés dela só pelo olhar dessa mulher!
Fui despertada por uma mensagem da minha mãe, que falava pra eu não ir embora muito tarde, já que tinha marcado de renovar minha identidade de manhã cedo.

- Isso foi a gota d'água pra mim e me desanimou! Odeio perder compromissos e eu não ia conseguir relaxar mais.
Então, fui até Márcio e disse que precisava ir embora.
Pelo som alto, ele não me ouviu bem e eu tive que gritar.

- "EU VOU PRECISAR IR EMBORA! NÃO PRECISA ME LEVAR, PEDI UM UBER!" - Alex.

- Enquanto berrava com Márcio, senti uma mão em meu braço.
Era ela. ERA ELAAAAAA!!!

- "Fica mais um pouco, eu também preciso ir embora daqui a pouco e podemos dividir o uber, se quiser." - Paula.

Você não imagina o quanto eu fiquei excitada com isso!!!

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