Ergans, ano 1527 d.C.
Asta Müller.
Gritaria, choro, desespero. O som da batalha que é travada ecoa por todo lado. Cai uma e outra vez, é nesse momento que você vê que o laço sanguíneo não significa nada, alguém dizer que te ama, não significa que dará a vida por ti.
Crianças, idosos, homens e mulheres são deixados para trás por seus familiares. Tudo para garantir sua própria existência.
— Corra! O que pensa que está fazendo?— meu pai gritou, me obrigando a sair do transe. — Temos de fugir.
Minha mãe e meus dois irmãos mais novos, correm na frente. A aldeia toda está em chamas, os cavaleiros de Benvil conseguiram furar nossa guarda, nossos homens não são suficientes para lhes fazer frente. E como seríamos? Somos aldeões, não lutamos, lavrar a terra, cuidar do gado, plantações e pesca, é para isso que nascemos. Não para lutar.
Passamos pela floresta, que está consideravelmente distante da aldeia, que a única coisa que sobra dela, é fumaça.
— Não aguento mais correr!— meu irmão de sete anos reclama.
— Eu também não... não dá mais.— o de dez também reclama.
— Façam silêncio.— meu pai disse aflito. Estamos entre arbustos, o vento bate fortemente contra as mesmas. Meu pai olha ao redor, temeroso, como se fosse uma ovelha encurralada, não entendo o que ele está vendo. Porque não vejo ninguém atrás de nós.
Sem dizer muito, sinalizou para minha mãe que carregou o mais novo, e ele carregou o de dez anos. A tensão no ar se tornou mais pesada, estamos distantes da aldeia, não é suposto estarmos seguros? Meus pensamentos provaram se errados, quando vi tochas em meio a escuridão.
— Vamos...— meu pai disse mudando de direção, e dando início a uma maratona de corrida. Mas tão rápido como voltamos a correr, três homens em cavalos, apareceram do nada.
Sem conversa, sem nada, dois trazem espadas e um arco e flecha , duas flesh atingiram minha mãe e meu irmão, de seguida um dos cavaleiros, passou sua espada sobre o pescoço do meu pai e do meu irmão em simultâneo.
Com certeza eu iria morrer, não ia sequer ter tempo de chorar pela morte dos meus pais e irmãos, mal sentiria a dor me preencher, porque me juntarei a eles nesse estante. Parei os encarando, esperando o momento em que suas armas iriam me atingir e eu falecer.
— Demos mesmo a matar?— o cavaleiro com arco perguntou.
— Óbvio! A ordem foi, matar a todos. Mulheres, crianças, homens. Todos e tomar seus produtos. Ergans será devastada por completo.
— Eu vi alguns dos nossos homens selecionando algumas mulheres. — comenta novamente o de arco — Podemos vender essa mulher ou usá-la depois mata-la.
— Você é depravado.— riram.
Enquanto eles conversam sobre o que faram comigo, eu recuo, um passo de cada vez. E quando dou por mim estou correndo entre a floresta.
— O que ela pensa que está fazendo?
— Se tivesse a matado antes teria evitado essa situação. O comandante odeia esses cabelos de fogo.
— Ele odeia a todos. — riram.
Tropecei numa raiz e caí, comendo terra. Sem me importar com os arranhões, voltei a correr. Consigo ouvir o som de seus cavalos se aproximando, eles estão cada vez mais próximos. Uma flesh é lançada, seguida por outras em chamas. Uma me atingiu na coxa e outra no braço esquerdo. Mesmo assim não paro de correr, mesmo sentindo minha carne ardendo como braça. Escapo da floresta chegando até o riacho.
— Vamos apostar quem a mata primeiro!— sugere o de arco, o caminho para o riacho, não tem árvores, mas pedras por todo o chão, dificultando a caminhando.
Olho para aqueles três homens, uma última vez. Gravando seus rostos em minha mente, se eu tiver uma outra vida, e mesmo se eu virar um fantasma, eu irei os caçar e matar. Penso nisso, antes de me jogar riacho abaixo, antes de ser atingida por seus golpes fatais.
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A Escrava | Em Degustação |
RomanceEste livro tem conteúdo que ferre os direitos humanos, tem vários gatilhos desde a morte, tortura e estupro. portanto esteja ciente disso antes de continuar. esse é o único aviso que darei. 🔞 Asta Müller, após ver sua aldeia sendo destruída e sua f...