Capítulo 4.

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A primeira impressão que eu tive de Teodoro é de que ele era um homem mau. Mas no final do dia, vi que não. Ele cuida de mim, me alimenta e conversa comigo de vês em quando. Apesar de seu aspecto juvenil Teodoro tem trinta anos, e está aqui a mais de cinco anos. Ele é um dos escravos mais antigo, e até então o único confiado.

Eu devo ter ficado uma semana de cama, até os meus ossos voltarem ao lugar. Teodoro disse que se eu não fosse incumbida para virar escrava sexual, eu iria trabalhar nas limpezas, na cozinha, ou no campo. Ele me disse, que se eu quiser viver, tenho de manter-me longe dos dois comandantes se possível.

— O que aconteceu com as mulheres que estavam comigo?

— Estão mortas.

— Mortas?— indaguei sem crer, se não me engano éramos doze. E excepto eles, as outras fizeram o que outro comandante ordenou.

— Sim, Marshall é um predador sexual, um sádico. Dificilmente uma mulher consegue suportar aos seus desejos depravados, e aquelas mulheres não tiveram sorte. Ele transa para matar, não por prazer. Por isso, de certa forma, você teve sorte, de ter sido escolhida por Schmid.

— Não sei se devo chamar isso de sorte, um é pior que o outro. — ele riu balançando a cabeça. — Você é muito sorridente para um escravo.

Ele respirou fundo, me encarando.

— Um dia você irá entender.

Na semana seguinte, como já estou melhor, me banharam e me perguntaram com os melhores sais para estar na presente do comandante. Meus cabelos foram presos num coque alto e bem feito.

Bati na porta antes de ouvir um entre, abri a porta, deixei-a entre aberta caso eu tenha de sair correndo. O sol ainda mal nasceu e estou sendo obrigado a lidar com esse tipo de demônio.

— Bom dia senhor. — falei parando em frente a sua calma. Ele me olhou de baixo para cima, antes de bocejar.

— Já se sente melhor?

— Sim senhor.

— Prepare meu banho, e traga meu pequeno almoço. Irei comer no quarto hoje.

Surpresa por não ter sido obrigada a fazer algo insano, me demorei um pouco a retomar o controle dos meus pés, e irei preparar o seu banho.

— Senhor a água do banho já está pronta. — ele que tinha voltando a dormir, resmungou antes de se levantar e seguir para o banheiro, enquanto ele se banha, arrumei limpei seu quarto. De seguida me apressei para cozinha.

— Como está sendo?— Judith a responsável pela cozinha me perguntou.

— Estranhamente bem, ele ainda não tentou me matar.

— O senhor Schmid é o mais calmo deste palácio, diferente do Marshall.— Judith

— Mas apesar de calmo ele é fatal, não se engane.— Ivone me advertiu.— Fique de olhos bem abertos.

— Não há assuste.— Judith.

Apesar de ser a única de Ergnas aqui, ela me tratam bem. Ou melhor, somos unidos pela dor.

— Tome. — Jonh me entregou mo pequeno almoço recheado — Não o deixe esperando.

— Certo.— peguei a bandeja e sai.

— Ela é tão pequena, mas tão obediente.— ouvi Judith comentar — Só espero que não morra.

Quando eu estava prestes a abrir a porta para entrar, o mesmo homem que queria me matar a espada saiu do quarto do senhor Schmid, esse homem é alto, forte como um urso e ruivo. Ou seja, ele é de Ergans. Antes que nossos olhares cruzassem abaixei olhar, não querendo o confrontar. Ele não parece ter notada minha presença, Porque saiu sem me dirigir a palavra. Respirei aliviada, de seguida entrei.

Schmid acabava de colocar a túnica quando entrei com sua comia. E agora que ele se banhou, ele está mais radiante e vivo, quer dizer, ele é bonito, só tem um coração ruim. Coloquei a comida sobre a mesinha de centro.

— Escove os meus cabelos.— ele me entregou a escova e se sentou de frente ao espelho. Comecei a escovar seus cabelos mistos, que são lisos e longos. Que cabeleira perfeita para um homem sanguinário. Quando terminei de pentear seus cabelos, reparei que ele estava me encarando.— Quantos anos tem?

— 17 anos.

— Seu nome?

— Asta.

Ele se levantou, indo para a mesinha de centro.

—  Ainda quer morrer?— ele perguntou me encarando.

— Sim.— respondi sem desviar os olhos. Queria dizer, também quero uma morte rápida mas, enfim, ele pode pensar que sou medrosa.

— É uma pena, você é bonita. Poderia se tornar minha amante.

— Dispenso.

— Não é como se eu estivesse pedindo sua opinião. — falou comendo — Se eu quisesse a ter já a teria. Você é só um objeto sem vontade própria, é por minha benevolência que está viva, então seja grata por isso.

Respirei fundo. Calma Asta.

— Não pedi sua benevolência, não pedi nada. Antes de você e aquele homem aparecer eu e minha família tínhamos uma vida normal, Nunca vos fizemos nada, vocês são homens desprezíveis. Sinto nojo só de vós ver, que prazer vocês sentem em manter aldeões indefesos, vocês são demônios. Eu os odeio de todo o meu coração, e se você me matasse agora eu agradeceria, porque é um tormento acordar todos os dias sobre o mesmo teto que o homem que matou minha família.

Bom, não consigui manter a calma. Portanto, esse é o último capítulo da minha vida, mas se tem coisa que eu odeio, é alguém pensar que lhe devo favor, sendo que o mesmo é que me prejudicou.

Ele não me respondeu, ele continuou comendo como se eu não tivesse lhe insultado.

—Asta...— sua voz soou melodiosa e mortal, como um canto da morte. — Se ajoelhe e peça perdão, e esquecerei tudo o que disse.

Eu recordei do conselho de Teodoro, do que eu devia si ou não fazer, mas não. Eu sequer consigo mandar os sinais para os meus tornozelos, o orgulho com certeza irá me matar.

Ele não voltou a se repetir, continuou comendo calmamente, e eu sentia que devia o obedecer, mas eu simplismente não conseguia.

A Escrava | Em Degustação |Onde histórias criam vida. Descubra agora